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ESTUDOS EM GÊNESIS
De Pr Silas Matos Pinto

A CRIAÇÃO

Gn 1.1-3 / 2.1-3,4 – É muito importante conhecer a nossa origem. Gênesis revela quem somos e de onde viemos. Revela que fomos criados segundo a vontade do Deus soberano, cheio de amor e graça, que fez tudo para o nosso bem. Vamos conhecer um pouco mais sobre este texto e definir nossa origem. Sabendo quem somos, saberemos nosso destino.

Chamo tua atenção para uma divisão que há em Gn 1.1 a 2,3 e Gn 2.4-25. Alguns teólogos ensinam que depois da 1ª faze da criação (1.1-2.3) houve uma destruição da criação por Satanás, então Deus recriou tudo na 2ª faze do texto (2.4-25). Isto não procede. A 1ª etapa (1.1-2.3) revela como Deus quis que as coisas fossem. Na 2ª etapa (2.4-25) revela como Deus quis que a família fosse. No cap. 3 encontramos a descrição do como Deus não queria que as coisas se tornassem (pecado, rebeldia, dor e sofrimentos).

“No princípio…” – Antes da criação não havia contagem do tempo como conhecemos, com noites e dias. Ao criar o cosmos Deus deu início ao tempo e definiu como deveria ser os dias, semanas e meses. Antes, Deus vivia num tempo eterno, como viveremos ao nos encontrar com Ele nos céus e, também, viverão aqueles que forem lançados no inferno.

“Criou Deus…” – Esta afirmação revela que Deus é o Criador de tudo o que existe. Ele criou a partir de sua ordem (Fiat), chamando a existência o que antes nunca existira (Bará). Ele não criou “a partir de…”, pois nada existia antes de sua ordem criativa. Ele é o Criador.

“Os céus e a terra…” – Tudo o que não é terra é céu e vice-versa. Não se trata da criação da habitação de Deus, pois Ele já habitava “nos Céus” antes da criação. A afirmação do texto é que Deus é o Criador de tudo. Tudo, a não ser Ele mesmo, é criado.

“A terra, porém, estava sem forma e vazia…” – Não houve oposição satânica para este estado da criação. Apenas, neste momento da criação, a terra estava desprovida e incapacitada para receber qualquer tipo de vida. A massa criada ainda não tinha forma definida. Era parte do processo criativo.

“E o Espírito de Deus pairava por sobre as águas”. Sua presença revela proximidade, cuidado, providência e relacionamento com Sua criação.
O texto revela que houve etapas na criação. No 1º dia não havia como medir o tempo por não haver luzeiros, nem terra firme. Do 2º dia em diante pode-se contar dias e horas. Na 1ª etapa Deus usou o “Fiat” (comando): “Haja” e através da Palavra fez surgir os luzeiros (luz) e o firmamento. Na 2ª etapa Deus criou através da separação dos elementos: Céu / Terra seca / Mares. Na 3ª etapa Ele criou a partir dos elementos criados: “Produza a terra relva, ervas, árvores frutíferas”. “Produza a terra seres viventes e as águas povoem-se de seres aquáticos” – “FezDeus os animais e do pó da terra fez o homem e soprou em suas narinas o fôlego de vida”. As coisas podem ser fruto da mistura de elementos químicos, mas a vida, seja de animais ou homens, surge da ação direta de Deus, mostrando que o homem pode fazer muitos avanços, mas nunca poderá criar a vida. Seja pelo Fiat, pela separação ou pela criação através do material existente, tudo foi criado sob as ordens e controle do Criador – “Sem ele, nada do que foi feito se fez” (João 1.1).

A Criação é o reino cósmico de Deus. Ela proclama o Criador e torna o homem indesculpável, revela o cuidado pessoal de Deus com a criação, dá segurança nas tribulações e cobra obediência ao Senhor. Esta é a tua origem. Sirva ao teu Criador.

 

APENAS “UMA” LEI

Gn 3.1-23 – O Brasil tem uma infinidade de leis, porém, na sua maioria, não são cumpridas. Os homens têm a idéia de que se somente algumas leis forem quebradas, ainda assim, poderão ser qualificados como fiéis. Assim acontece com muitos crentes. Fariseus se sentiam superiores por serem zelosos no cumprimento de leis, apesar de não cumprir todas. Jesus os chamou de hipócritas. Disse que a quebra de uma lei é o mesmo que descumprir todas. No deserto Israel recebeu “10 LEIS” e não as cumpriram. Adão e Eva receberam apenas “UMA LEI”, e foram infiéis. A INFIDELIDADE É NOSSA FRAQUEZA.

Em primeiro lugar veremos algumas SITUAÇÕES QUE NOS EXPÕE À INFIDELIDADE: Falta da Comunhão – “Eva estava sozinha”. Os animais se protegem de predadores unindo-se, pois sabem que se estiverem sozinhos serão presas fáceis. Satanás esperou que Eva estivesse sozinha e a abateu. É por isso que a Palavra de Deus dá ênfase à comunhão. Crente que estuda, ora e trabalha junto com outros não cai facilmente. Duvidar da Seriedade de Deus – “É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim?” Deus tinha sido claro ao proibir o uso daquele fruto. Eva tinha consciência disto, mas não levou à sério o que Deus disse. O pecado para Deus é coisa séria. Leve isto à sério.Certeza da Impunidade – “É certo que não morrereis”. Pessoas pecam por pensar que não serão pegas no pecado. Saiba: Deus vê tudo e é Ele quem pune o pecador. Nenhum pecado praticado ficará impune. Se pecares, de um modo ou de outro, serás punido. Deixar-se Vencer Pelo Desejo – “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável e desejável, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu”. O desejo de pecar não justifica o pecador. Todos, por termos uma natureza caída, vez ou outra, desejaremos algo pecaminoso. Nessas situações temos de lutar e não praticar o que desejamos. Para Caim, Deus disse: “O teu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”(Gn 4.7). Teu pecado é tua responsabilidade. Não se deixe dominar. Vença o teu desejo.

Veremos agora AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO: – Deus não deixou o pecado deles impune, e não nos deixará impunes quando pecarmos. Cheios de Malícias – “Perceberam que estavam nus”. Perderam a inocência. Lembra-te da primeira vez que pecou? Quanta dor e culpa! A segunda vez doeu menos. Hoje nem te esquentas mais. A malícia te dominou. Fuga – “Esconderam-se da presença de Deus”. O praticante do pecado prefere a presença de pecadores. A santidade de Deus ressalta a culpa. Quem peca se afasta de Deus e da igreja. O lugar santo se torna desagradável. Medo – O Deus de amor torna-se temível. Antes de pecar Sua presença transmitia segurança. O pecado destrói o relacionamento com Ele. Deus se torna um carrasco e provoca medo. Desamor – Adão acusou a mulher a quem devia proteger. Não se importou em vê-la punida. Dissimulação – Eva não assumiu seu erro e culpou a serpente. É assim que acontece. Se o pecador não assumir sua responsabilidade não passará pelo arrependimento verdadeiro. Temos de dizer: Eu errei! A culpa é minha! Maldição – A serpente tornou-se um animal odioso. A terra foi amaldiçoada. Surgiram opositores naturais “Cardos e abrolhos”. O trabalho tornou-se duro e o sustento, penoso. A Morte tornou-se uma certeza. O Autoritarismo surgiu no coração do homem. Foram expulsos do Édem e anjos usaram espadas contra os homens.

O pecado tem de ser extirpado. Saiba que Deus continua te chamando. Foi ele quem fez vestes para Adão e Eva. Nunca os abandonou. Ele te quer de volta. Volte!

 

CONSEQUÊNCIAS FAMILIARES DO PECADO

Gn 4.1-26 – Praticar o mal e desobedecer a Deus faz vir muitos males. Quem pratica pecados age contra Deus.Torna-se seu inimigo. Quem se Lhe opõe, terá Sua oposição.

Neste estudo tratamos sobre CONSEQUÊNCIAS FAMILIARES DO PECADO. Todo pecado traz consequências, não só para o pecador, mas também para sua família.

O 1º mal familiar que o pecado traz é O AFASTAMENTO DA PRESENÇA DE DEUS – “Aconteceu que no fim de uns tempos…” (v.3). “Retirou-se Caim da presença do Senhor…” (v.16). Depois de expulsos do Édem os pais de Caim deixaram a presença de Deus, que antes era constante, como muitos pais que abandonam a igreja e tiram seus filhos desta prática sadia e necessária. Outros falam mal de irmãos, do pastor e da liderança, criando nos filhos aversão à Igreja. Com isto os filhos deixam de pensar em Deus. Josué, fazendo o contrário, disse: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”. Os pais têm muita influência na vida espiritual dos filhos. Pais relapsos farão filhos relaxados. Adão deixou o Senhor. Seu filho, também.

O 2º mal familiar que o pecado traz é DESAVENÇAS ENTRE IRMÃOS – “Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho… Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descai-lhe o semblante”. O abandono do Senhor gera ciúmes e contendas entre irmãos. A motivação errada no servir a Deus tem feito muita gente servir a si mesmo e isto tem causado problemas. Pais têm abandonado práticas religiosas importantes, consequentemente, a ira tem causado males familiares terríveis. Os filhos não têm aprendido sobre o perdão, por exemplo. O ciúme de pais passa aos filhos. Quando Caim nasceu Eva louvou ao Senhor. Não o fez ao nascer Abel. Quando Jacó e Esaú nasceram seus pais ficaram muito felizes, mas o pai amava Esaú e a mãe amava a Jacó. O resultado nós conhecemos. Não divida tua família. Ensine-a na prática do amor.

O 3º mal familiar que o pecado traz é a DISPOSIÇÃO CONSCIENTE PARA FAZER O MAL “Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o teu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo. Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo…”. Quando pais pecam os filhos se sentem no direito de pecar. Aqui vimos Caim planejamento, maquinando e arquitetando o mal. O pecado não lhe fora um acidente, mas uma prática consciente. Deus estava de olho nos seus sentimentos e o avisou dos riscos, mas ele não Lhe deu a devida atenção. Ele se dispôs a matar seu irmão.

O 4º mal familiar que o pecado traz é FILHOS MARCADOS PELO PECADO – “És agora, pois, maldito por sobre a terra, cuja boca se abriu para receber de tuas mãos o sangue de teu irmão. Quando lavrares o solo, não te dará ele a sua força; serás fugitivo e errante pela terra… e pôs o Senhor um sinal em Caim para que o não ferisse de morte quem quer que o encontrasse”. Filhos de pais ladrões, mentirosos ou assassinos são marcados pela vida toda. História de pecados dos pais é levada pelos filhos. A culpa inunda seus corações e lhes marcam pela vida toda.

O 5º mal familiar que o pecado traz é a DEGRADAÇÃO AINDA PIOR – “Lameque tomou para si duas esposas…”. “E disse Lameque às suas esposas: Ouvi-me… matei um homem porque ele me feriu; e um rapaz porque me pisou. Sete vezes se tomará vingança de Caim, de Lameque, porém, setenta vezes sete”. Motivado por pecados de Caim, seu filho piora ainda a situação. Casa-se com duas mulheres, assassina dois homens por motivos fúteis, despreza a justiça divina e ainda se gaba dos seus pecados. Diante de tantos males que o pecado traz a nós e a nossos filhos, fica-nos o alerta: O melhor é não praticar pecado nenhum.

 

O FIM / O RECOMEÇO

Gn 5, 6 e 7
Introdução: Escatologia (Teologia do fim) Medo e esperança.
Narração: Corrupção / assassinatos / violência / distantes de Deus.

Tema: DO FIM AO RECOMEÇO.
I – O INÍCIO DE UMA NOVA GENEALOGIA
“Viveu Adão cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e lhe chamou Sete”.(5.3)
– A genealogia ruim não foi contada / A bênção de Jacó – “Judá”.

II – MARCADO PELA INTIMIDADE COM DEUS
“Andou Enoque com Deus”. (5.22) “Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si”. (5.24) “Noé andava com Deus” (6.9b)
– O 1º foi levado para o céu / O 2º foi salvo do dilúvio. (Diferença)

III – UMA MISTURA PREJUDICIAL
“Vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes agradaram. Então, disso o Senhor: o meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos”.
– União mista – “As que mais lhes agradaram”. Guiados pelo desejo.
– Consequência:
– “Os filhos de Deus” desaparecem da história. Misturados.
– Retirada do Espírito Santo / Pentecostes – Envio do E. Santo. “O homem é carnal”. Guiados pelos desejos da carne.
– Limitado o tempo de vida: 120 anos / Sl 90 – 70 anos

IV – DECRETO DE MORTE / GRAÇA
“Viu o Senhor que a maldade do homem se havia Multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração; então, se arrependeu o Senhor de ter feito o homem na terra, e isto lhe pesou no coração. Disse o Senhor: farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito. Porém Noé achou graça diante do Senhor. Eis a história de Noé. Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus”. “A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência. Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra”. (6.5-9, 11,12)
– Menos Noé por ter sido alcançado pela graça divina.

V – UM ATO DE OBEDIÊNCIA ADMIRÁVEL
“Faze uma arca de tábuas de cipreste; nela fará compartimentos e a calafetarás com betume por dento e por fora…”. “Assim fez, consoante a tudo o que Deus lhe ordenara”. (6.14,22) “Entra na arca, tu e toda a tua casa, porque reconheço que tens sido justo diante de mim no meio desta geração” (7.1).
– Moravam numa região de clima desértico – Chuvas raras
– Pedro – “Sobre a tua palavra lançaremos as redes”.
– Zombaria / Diferença da maioria / Salvo com todos os seus.

 

ALIANÇA DIVINA

Gn 8 e 9 – “Estabeleço a minha aliança convosco”. Quem é casado traz em sua mão esquerda um anel conhecido como aliança. Ele não é uma aliança. É um anel que te faz lembrar a aliança de fidelidade que fizera com teu cônjuge. O importante não é o anel, mas a aliança entre os cônjuges. O Arco-íris é o anel que Deus colocou nos céus como sinal de Sua aliança. Vê-lo nos céu é saber que Deus está se lembrando de Sua aliança conosco.

Vejamos hoje que SOMOS PRESOS A DEUS POR UMA ALIANÇA DIVINA.

Aprenda que A ALIANÇA DIVINA NÃO DEPENDE DA FIDELIDADE HUMANA (8.21) Quando Adão pecou Deus amaldiçoou a terra. Os homens se corromperam e Deus destruiu tudo no dilúvio. Aqui Deus diz que não faria mais mal à terra por causa dos homens. Há dois aspectos: a) Noé, fiel e íntegro, acabara de fazer um altar e um sacrifício. Deus “aspirou” o cheiro e se agradou, mas não se surpreendeu com o culto de Noé e disse “o íntimo do homem é mau”. Isto mostra que não é nossa fidelidade que confirmará a aliança de Deus; b) O homem é mau e Deus sabe disto, mas a maldade humana não impede Deus de manter-se fiel. Se cairmos devemos nos levantar, pois Deus continua fiel.

Outro aspecto é que DEUS ABENÇOA, MAS IMPÕE REGRAS (9.1-6) Deus abençoou a Noé e lhe ditou regras: “Sede fecundos e multiplicai-vos:Enchei a terra”. Descendentes seriam bênçãos para Noé, mas Deus exigiu que se espalhassem. Deus queria que os homens dominassem a terra. A torre de Babel foi construída para não cumprir este mandamento. Outra regra: Deus lhes disse: “Tudo o que se move e vive ser-vos-á para alimento,carne, porém, com seu sangue, não comereis”. Você é livre para comer carne de qualquer animal. Não há restrições, mas a regra divina é: o sangue pertence a Deus e deve ser derramado na terra. Deus o requererá / Se vingar de alguém que te deixou irado é ofender a Deus. Quem mata um homem deve ser morto, pois matou alguém que é “Segundo a Sua imagem”. Fazer mal ao próximo é ofender ao próprio Deus.

O 3º aspecto é que DEUS SE COMPROMETE COM SUA PALAVRA – “Disse Deus: Este é o sinal da minha aliança… me lembrarei da minha aliança, firmada entre mim e vós”. (9.11-13) Vários textos dizem: “Deus disse!” – “O zelo do Senhor dos exércitos fará isto!” Estes textos demonstram que Deus cumprirá o que prometera. A aliança que existe é de Deus conosco e não de nós para com Deus. O texto repete: “Minha aliança”. Deus não se condiciona às ações humanas, pelo contrário, firma-se em Sua própria Palavra para ser fiel.

O 4º aspecto é que O HOMEM É INCAPAZ DE CUMPRIR SUA PARTE (9.20-25) e (11.4). O contraste: Deus é sempre fiel / Veja: Adão desobedeceu; Noé se embriagou; Abrão mentiu; Davi adulterou e assassinou e nós também somos infiéis. Em Gn 15.17,18 e Jr 34.18-20 vimos a instituição de uma aliança de modo diferente. Partia-se um animal e as duas partes passavam, afirmando que a infidelidade de uma parte resultaria em morte, como ocorreu ao animal. No 1º caso, Deus se compromete a cumprir, pois depois de uma longa espera de Abraão, Deus passou sozinho entre as partes dos animais partidos para mostrar que se qualquer uma das partes não cumprisse o acordo, Deus morreria – Como aconteceu com Jesus Cristo. Os homens não conseguem ser fiéis como Deus exige. Deus nunca confiou na fidelidade humana, por isso se comprometeu consigo e com Sua Palavra.

Saber desta Aliança divina é como tomar fôlego para continuar a caminhada cristã. O meu bem não depende de mim, mas de Deus, mas ser fiel é uma obrigação.

 

DÍZIMO
(Gn 14.18-24)

O QUE MOTIVOU A 1ª ENTREGA DO DÍZIMO E DEVE NOS MOTIVAR A DIZIMAR
A Comunhão com Deus
– (18) “Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo”. (Hb 7.2 – “Rei da paz”)
– Não foi entregue a qualquer um, mas ao ministro de Deus. “Trazei os dízimos à casa do Senhor”.

As Bênçãos Recebidas
– (19) “Abençoou ele a Abraão e disse: Bendito seja Abraão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra”.
– Não houve negócio por bênçãos, mas o reconhecimento delas.
– (2 Cr 29.10-17) Davi oferta a Deus e reconhece as bênçãos.

– Adoração a Deus
– (20) “E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos”.
– Na guerra Deus foi o autor da vitória. (Sl 115.1 – “Não a nós Senhor…)
– Ele reconheceu a soberania, grandeza e Sua intervenção.

– Entrega Voluntária do Dízimo
– (20b) – “E de tudo lhe deu Abraão o Dízimo”. (Não foi forçado)
– Porque 10 %? Entendo que lhe foi um valor considerável.
– (2 Sm 24.24) “Não oferecei ao Senhor, meu Deus, holocaustos que não custem nada”.
– Não havia regra alguma anterior. O dízimo de Abraão a gerou.
– Deus estabeleceu 10 % como padrão (Leis, profetas e Jesus)
– Mt 23.23 – “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis fazer estas coisas sem omitir aquelas”. (Jesus confirma o dever cristão de dizimar)
– Jacó, pensando errado, tenta negociar sua fidelidade (28.22)
– Na atualidade há um desvio No sentido da entrega do dízimo.

ENTENDA A RAZÃO DA ENTREGA DO DÍZIMO
– É uma ordem: (Dt 14.22) “Certamente, darás os dízimos de todo o fruto das tuas sementes, que ano a ano se recolher do campo”.
– Nunca deveríamos questionar ordens divinas, mas obedecer.

– Objetivo: (Dt 14.23b) “… Para que aprendas a temer o Senhor, todos os dias”.
– O apego às coisas materiais nos liga ao mundo.
– A entrega de valores a Deus nos ensina que Ele é o Senhor.

– Resultado: (Dt 14.29) “Para que o Senhor, Teu Deus, te abençoe em todas as obras que as tuas mãos fizerem”.
– Somos abençoados na fidelidade e não por causa dela.

– É mandamento – (Hb 7.5) “Ora, os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm mandamento de recolher, de acordo com a lei, os dízimos do povo, ou seja, dos seus irmãos, embora tenham estes descendido de Abraão”.
– No NT o dízimo não foi abolido por Jesus ou apóstolos.

– Entregue com Primazia – (Pv 3.9,10) “Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares”.
– O primeiro ato cristão ao receber é dizimar.
– Jesus – “Buscai em 1º lugar o reino de Deus…”.

– A Quem se Destina o Dízimo:
– (2 Cr 31.4) “Além disso, ordenou ao povo, moradores de Jerusalém, que contribuísse com sua parte devida aos sacerdotes e aos levitas, para que pudessem dedicar-se à Lei do Senhor”.
– (Nm 18.21) “Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação”.
– (Nm 18.26) “Quando receberdes os dízimos da parte dos filhos de Israel, que vos dei por vossa herança, deles apresentareis uma oferta ao Senhor: o dízimo dos dízimos”.
– (Ne 10.37) “As primícias… traríamos aos sacerdotes, às câmaras da casa do nosso Deus; os dízimos da nossa terra, aos levitas, pois a eles cumpre receber os dízimos em todas as cidades onde há lavoura”.

– Não entregá-lo é Roubar a Deus – (Ml 3.6-10) “Porque que eu o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: em que havemos de tornar? Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais em dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e ao derramar sobre vós bênçãos sem medida”.

– É um valor inegociável:
– (Lv. 27.30-33) “Também todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do campo como dos frutos das árvores, são do Senhor; Santos são ao Senhor. Se alguém, das suas dízimas, quiser resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No tocante às dízimas do gado e do rebanho, de tudo o que passar debaixo do bordão do pastor, o dízimo será santo ao Senhor. Não se investigará se é bom ou mau, nem o trocará; mas, se dalgum modo o trocar, um e outro serão santos; não serão resgatados”.
– (Dt 26.14) “Dos dízimos não comi no meu luto e deles nada tirei estando imundo…; obedeci à voz do Senhor, meu Deus; segundo tudo o que me ordenaste, tenho feito”.

 

SINAL
Gn 17

Introdução – Sinais: Marcas nas costas do africano.
TEMA: SINAL EXTERNO DA ALIANÇA COM DEUS

I – O PADRÃO DO POVO DE DEUS É A PERFEIÇÃO DIVINA
17.1 – “Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito”.

II – A ALIANÇA FOI ESTABELECIDA POR DEUS
17.2,7 – “Farei uma aliança entre mim e ti e te multiplicarei extraordinariamente… estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência”.

III – UM SINAL EXTERNO DA ALIANÇA FOI EXIGIDO
17.9-14 – “Disse mais Deus a Abraão: Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência no decurso das tuas gerações. Esta é a minha aliança que guardareis entre mim e vós e a tua descendência: Todo macho entre vós será circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isto por sinal da aliança entre mim e vós. O que tem o Ito dias será circuncidado entre vós, todo macho nas vossas gerações… a minha aliança estará na vossa carne e será aliança perpétua. O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa vida será eliminada do seu povo; quebrou a minha aliança”.
– O anjo aparece para matar Moisés porque seus filhos não foram circuncidados. Sua esposa o chama de Marido sanguinário.
– Batismo na nova dispensação:
– João Batista aparece batizando:
– Costume dos ascetas?
– Batismo mesmo dos antes circuncidados.
– “Circuncidarei o vosso coração…”
– Uso da água como símbolo da purificação recebida.
– Imersão? Aspersão? Infusão?
– Ez 43.18 e 36.25-27 / Is 44.3 / At 10.47 / Hb 9.13,19,21 e 12.24

IV – DEUS CUMPRE SUA PARTE NA ALIANÇA INDEPENDENTE DAS IMPOSSIBILIDADES HUMANAS
17.15,16… “Desse também Deus a Abraão: A Sarai, tua mulher, já não lhe chamarás Sarai, porém Sara. Abençoá-la-ei e dela te darei um filho; sim, eu a abençoarei, e ela se tornará nações; reis de povos procederão dela”.
– Abraão – 100 ano / Sara – 90 anos / Rebeca – Estéril – Maria – Virgem / Isabel – Estéril
– Mar Vermelho – Alimento no deserto – Minha e tua salvação.

CONCLUSÃO
– É preciso carregarmos sinais da nossa aliança com Deus.

 

LIÇÕES FAMILIARES

Gn 24.1-67 – Abraão foi um homem rico. Não lhe faltaram camelos, cavalos, servos e servas, mas a seu bem mais importante foi a intimidade que tinha com Deus. Ele foi chamado “Amigo de Deus”. Seu amigo Divino lhe deu o bem de maior valor: Lhe deu uma família. Abriu a madre de Sara e lhe deu um filho. Este filho cresceu e precisava de uma família. Ele a providenciou. Esta história é rica de lições familiares. Vejamos algumas delas:

I – PROTEJA TUA FAMÍLIA (24.3,4) “… Não tomarás esposa para meu filho das filhas dos cananeus, entre os quais habito, mas irás à minha parentela e daí tomarás esposa para Isaque, meu filho”. A família está desvalorizada. Por causa disto surgiram muitos problemas que a sociedade tenta resolver, sem sucesso. A família foi formada por Deus, no início da história da humanidade. Deus deixou o homem com força para trabalhar e proteger a família; a mulher com garra para proteger os filhos e com delicadeza para manter a serenidade do lar; os filhos nascem e perpetuam a história dos pais. Muitos pais não protegem a seus filhos por medo de serem tachados de “quadrados” e, consequentemente, eles acabam sendo cuidados por traficantes e sua corja. Abraão levou à serio esta tarefa e, antes de morrer, tratou de proteger o seu filho das más influências e dar-lhe uma família.

II – CONFIE NA PROVIDÊNCIA DIVINA (24.12-14) “E disse consigo: Ó Senhor, Deus de meu senhor Abraão, rogo-te que me acudas hoje e uses de bondade para com o meu senhor Abraão…”. Como facilmente nos esquecemos do cuidado divino. Eliezer dá-nos esta lição. Sua tarefa era difícil: encontrar uma noiva para o filho do seu senhor. Como escolher uma moça que o agradaria? Na dúvida ele fez a coisa certa, pois orou ao Senhor e pediu o Seu direcionamento. As coisas deram tudo certo. Confie na providência divina (24.40).

III – FOQUE TUA ATENÇÃO NOS TEUS OBJETIVOS (24.33) “Diante dele puseram comida; porém ele disse: Não comerei enquanto não expuser o propósito a que venho. Labão respondeu: Dize”. Muitos não chegam a lugar algum porque não respeitam os próprios projetos pessoais. Muitos nem projetos têm. Eliezer tinha um projeto e não deixou que nada desviasse sua atenção. Estava faminto e cansado, mas cumprir sua tarefa era mais importante naquele momento. Recusou comer antes de expor o propósito de sua viagem. Contou da providência divina e os planos de Abraão. Depois do casamento acertado, comeu. Como teríamos sucesso se fizéssemos assim. Se não deixássemos que nada nos afastasse de nossos objetivos. Aprendamos isto com o servo Eliezer. Tenha foco.

IV – ORE PELOS TEUS PROJETOS PESSOAIS (24.63 / 25.21) “Saíra Isaque a meditar no campo…”. Como somos apressados. Pensamos e fazemos. Quando dá errado choramos nossas mágoas. Seria muito diferente se antes de agir, orássemos. Se déssemos a primazia ao Senhor os nossos projetos dariam certo, se eles estiverem sob a vontade de Deus. Isaque sabia que seu servo viajara para trazer-lhe uma esposa. Seria uma surpresa. Como aceitá-la de bom grado? Orando. Isso ele fez e se surpreendeu com a beleza de Rebeca. Quando descobriu a esterilidade de Rebeca, ele não se desesperou e orou por vinte anos, sem desistir, até que Deus lhe deu um filho, ou melhor, deu dois. Ore!

O texto termina com a concretização dos planos iniciais. Abraão ficou satisfeito por ter protegido seu filho das mulheres ímpias e idólatras. O servo Eliezer voltou contente por ter cumprido sua missão, a qual ele tinha como foco principal. Isaque, que orara por sua esposa, recebeu de Deus uma linda mulher e Deus lhe deu uma bela família.

 

REJEITANDO O SAGRADO

Gn 25.19-34 – Filho de peixe é peixinho, mas filho de crente não é crentinho. Quando se sabe da gravidez de uma crente toda igreja se alegra. O bebê é batizado, cresce na igreja, participa de tudo, mas se ele não passar pela conversão verdadeira ele não será um crente. Crente é quem crê, não quem descende de uma família que crê. A fé é pessoal, não é familiar. O texto conta a história do filho de um homem reconhecido, até por incrédulos, como “Abençoado de Deus” (Gn 26.28,29). Homem que por vinte anos orou pedindo que Deus curasse a esterilidade de sua esposa, e Ele a curou. Deu-lhe dois filhos de uma só vez. Esaú e Jacó lutavam ainda no ventre, o que deixou sua mãe preocupada. Ao nascer, Jacó segurava o calcanhar de seu irmão, como que desejoso de nascer primeiro. O primogênito tinha regalias materiais e espirituais, mas Esaú rejeitou todas elas. Estudaremos sobre A REJEIÇÃO DE BÊNÇÃOS ESPIRITUAIS. O que leva pessoas a rejeitarem as ricas promessas de bênçãos espirituais feitas por Deus?

1º – ESTADO EMOCIONAL ABALADO – “Tinha Jacó feito um cozinhado, quando, esmorecido, veio do campo Esaú”. Estar o tempo todo alegre é difícil. Enfrentamos dificuldades que nos deixam abalados. Seria correto tratar mal alguém porque estamos nervosos? Não! A pessoa não tem culpa. Muitos abandonam a fé por causa do abalo emocional. O momento ruim se torna mais importante que sua fé na salvação da alma e seu destino eterno. Esaú rejeitou a bênção da primogenitura porque estava “Esmorecido”.

2º – NECESSIDADES FÍSICAS – “Peço que me deixes comer um pouco desse cozinhado vermelho, pois estou esmorecido”. Sabemos que Deus supre todas as nossas necessidades. Deus é o maior interessado em nosso bem estar. Mas quando, por exemplo, comemos demais, cometemos o pecado da glutonaria. Comer é uma necessidade física, porém há regras para uma alimentação saudável. Temos necessidades sexuais, porém há regras para o uso da sexualidade. Não podemos deixar que as necessidades físicas determinem nossas escolhas e nossas atitudes. Não podemos roubar, por exemplo, porque estamos com fome. Esaú rejeitou a bênção da primogenitura porque estava com fome. Devemos levar em conta que todas as vezes que “o mundo” suprir as nossas necessidades ele vai cobrar um preço alto. O melhor é esperar que Deus, a seu tempo, nos socorra.

3º – O DESPREZO COM A VIDA ESPIRITUAL – “Estou a ponto de morrer; de que me aproveitará o direito de primogenitura”. A cegueira espiritual de muitos os têm feito pensar como Esaú – “De que me vale a fidelidade a Deus se vou morrer?” Esquecem-se que o tempo de vida na terra é de cerca de 70 anos, ou pouco mais, e a vida por vir é eterna. Rejeitam uma vida de privação, negação de si mesmo, e fidelidade a Deus por breve tempo e terão uma eternidade para sofrer as consequências. “De que me aproveitará?” –Esta é a questão: Que proveito em tenho em ser fiel? Como muitos somente têm olhos para esta vida não conseguem perceber os prejuízos espirituais que terão por suas escolhas. No capítulo 27.34,36 e 38 vimos Esaú já experimentando o resultado de sua rejeição:“Bradou com profundo amargor e lhe disse: Abençoa-me também a mim, meu pai!” “Disse ainda: Não reservaste, pois, bênção nenhuma para mim?” “Disse Esaú a seu pai: Acaso, tens uma única bênção, meu pai? Abençoa-me, também a mim, mau pai. E, levantando Esaú a voz, chorou”. Muitos passarão pela mesma situação. Hebreus 12,16,17 lembra o que aconteceu a Esaú. Não rejeites o que Deus tem de dado, pois pode não ter outra oportunidade.

 

BÊNÇÃOS

Gn 26 – A maioria dos crentes vive à caça de bênçãos. Sabemos que não temos mérito algum para exigir algo de Deus ou fazer com que nos abençoe, mas muitas vezes não nos apossamos de bênçãos que Ele já nos deu por culpa ou falta de atenção nossa. Este texto revela: É PRECISO SER PRÓ-ATIVO PARA TOMAR POSSE DE BÊNÇÃOS

Para tomar posse de bênçãos é necessário OBEDECER, MESMO DIANTE DAS PIORES PERSPECTIVAS (1 a 6) “Sobrevindo fome à terra… Apareceu o Senhor a Isaque e disse: Não desças ao Egito. Fica na terra que eu te disser; habita nela, e serei contigo e te abençoarei… Isaque, pois, ficou em Gerar”. O texto revela uma situação de prova para Isaque. O deserto onde morava estava ainda mais seco e improdutivo. Não havia perspectiva de vida ou de ganho naquele lugar. Deus disse que o abençoaria, mas ele tinha de manter-se ali. Ele obedeceu. Ficou na terra e foi grandemente abençoado por Deus.

Para tomar posse de bênçãos é necessário MANTER O APEGO À FAMÍLIA (7 a 11) “É minha irmã; pois temia dizer: é minha mulher. Ora, Abimeleque, olhando da janela, viu que Isaque acariciava a Rebeca, sua mulher. O chamou e disse: é evidente que ela é tua esposa”. É no frio que nos aproximamos mais de quem amamos. Assim deve ser nas adversidades. Quando nos apegamos aos nossos familiares, descobrimos quão grandes bênçãos temos.

Para tomar posse de bênçãos é necessário MANTER A ESPERANÇA ENQUANTO OUTROS DESISTEM (12 a 18) “Semeou Isaque naquela terra, e, no mesmo ano, recolheu cento por um, porque o Senhor o abençoava. Enriqueceu-se o homem, prosperou, ficou riquíssimo… os filisteus lhe tinham inveja”. A seca era um grande empecilho. Ninguém plantaria naquela situação. Isaque plantou e colheu com fartura. Assim é na nossa vida. Quando cremos que Deus faz ser possível e não desistimos, então, somos abençoados.

Para tomar posse de bênçãos é necessário SER PRODUTIVO MESMO SENDO PERSEGUIDO (18 a 23) “E tornou Isaque a abrir os poçosque se cavaram nos dias de Abraão, seu pai, porque os filisteus os haviam entulhado. Cavaram os servos de Isaque no vale e acharam um poço de água nascente. Mas os pastores de Gerar contenderam, dizendo: esta água é nossa… Então, cavaram outro poço e também por causa deste contenderam… Partindo dali, cavou ainda outro poço…”. Muitos desistem quando perseguidos. Isaque nos dá uma grande lição: quando taparem os poços, cave outros. Se te fecharem as portas, abra outras. Caminhos melhores podem ser abertos quando os antigos são fechados.
Para tomar posse de bênçãos é necessário PRIORIZAR A CAUSA DIVINA (24 e 25) “Então, levantou ali um altar e, tendo invocado o nome do Senhor, armou a sua tenda”. Interesses particulares têm tido a primazia. Este é um grande erro. Isaque mostra que antes de armar a tenda é necessário cultuar a Deus. Ageu 1.9, mostra que o povo não estava sendo abençoado porque priorizaram suas construções e se esqueceram do templo. Jesus nos disse que temos de buscar a Deus em primeiro lugar. Quem faz isto é abençoado.

Para tomar posse de bênçãos é necessário SE DISPOR À PAZ COM OS ADVERSÁRIOS (26 a 33) “De Gerar foram ter com ele Abimeleque, Ausate e Ficol. Disse-lhes Isaque: por que viestes a mim, pois me odiais e me expulsastes do vosso meio? Então, Isaque lhes deu um banquete, e comeram e beberam. Isaque os despediu em paz. Nesse mesmo dia, vieram os servos de Isaque dando-lhe a notícia: achamos água”. Isaque se dispôs à paz e achou mais água. Se nós, que conhecemos a Deus, não nos dispormos à paz, quem o fará? Quando promovemos a paz descobrimos grandes fontes de bênçãos. (Rev. Silas)

 

JUSTO OU INJUSTO?

Gênesis 27.1 a 28.9 – Conheço adultos que guardam com carinho os brinquedos da sua infância e crianças que mal os recebem, os destroem. Será que deveriam ganhar outros? Nosso estudo analisa algumas razões pelas quais Esaú não foi abençoado.

O nosso tema: FOI INJUSTIÇA O FATO DE ESAÚ NÃO TER SIDO ABENÇOADO?

Esaú não deveria ter sido abençoado porque ELE TENTOU SE APOSSAR DE ALGO QUE TINHA VENDIDO – “Isaque chamou a Esaú, seu filho mais velho, e lhe disse: toma as tuas armas, a tua aljava e o teu arco, sai ao campo e apanha para mim alguma caça e faze-me uma comida saborosa, e traze-ma para que eu coma e te abençoe antes que eu morra” (27.1-4). Abençoar a Esaú parecia o mais óbvio para seu pai, mas, como aquilo que vendemos não nos pertence mais, Esaú tinha de ter dito a seu pai que a bênção não lhe devia ser dada, mas a seu irão, pois ele vendera seu direito à primogenitura: “Então ele jurou e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó” (Gn 25.33). O que parece uma jogada de Jacó foi uma forma diferente de se apossar de algo que adquirira honestamente. Esaú não valorizara o seu direito de primogenitura: “De que me aproveitará o direito de primogenitura?” (25.32) Esaú era possuidor da bênção e a vendeu. Perdeu o direito a ela. A bênção teria de ser daquele que detinha o direito da primogenitura: “Respondeu Jacó: Sou teu primogênito” (Gn 27.19). Se Esaú fosse abençoado teria roubando algo que agora pertencia a seu irmão. Sua mãe, que sabia que Deus abençoara a Jacó ainda no ventre, fez o filho certo receber a bênção.

Esaú não deveria ter sido abençoado porque ELE TENTOU COMPRAR A BÊNÇÃO QUE NÃO LHE CUSTARIA NADA “Fez também ele uma comida saborosa, a trouxe a seu pai e lhe disse: Levanta-te, meu pai, e come da caça de teu filho, para que me abençoes”. (27.31) Esaú não caçou por obediência. Ele queria comprar a bênção que havia desprezado. O pai lhe disse para trazer a caça “para que” comesse. Seria para satisfação de um moribundo. A bênção seria dada com a caça ou não. Em Atos 8.18-22, vimos uma situação parecida, pois Simão tentou comprar o Dom do E. Santo: “O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus”. Pedro lhe mostrou que Deus não negocia Suas bênçãos (At 15.11). Ele não faz negócio com homem algum. Esaú tentou uma troca quando deveria apenas receber o que seu pai já havia dito que lhe daria. Observe o texto quando Esaú diz: “para que me abençoes”. A bênção foi dada a Jacó, e de graça.

Esaú não deveria ter sido abençoado porque ELE SE CONTENTARIA APENAS COM PARTE DAS BÊNÇÃOS – “Não reservaste, pois, bênçãonenhuma para mim?” v. 36 / “Acaso, tens uma única bênção, meu pai?” (v. 38) As bênçãos divinas têm de ser desejadas na sua inteireza. Quem deseja apenas parte delas, como as terrenas, não receberá as glórias celestiais. Bênçãos familiares, saúde, prosperidade tem sido o alvo de muitos que não dão a devida importância à Salvação oferecida por Cristo. Se pouco deseja da vida espiritual, pouco se doará em fidelidade a Deus. Quem não é abençoado será amaldiçoado (v. 39,40).

Esaú não deveria ter sido abençoado porque ELE TINHA PRAZER EM PRATICAR O MAL. Para vingar-se passou a desejar a morte de seu pai e tramar a morte de Jacó. Gn 28.6 revela que a bênção dada a Jacó, o desejo de Rebeca em casá-lo com a esposa certa, a obediência de Jacó e a repulsa dos pais às suas mulheres pagãs (Gn 36.34,35) foram a motivação para Esaú casar-se novamente “para” trazer ainda mais tristeza a seus pais. Nenhum homem merece bênçãos. Deus as dá somente em Cristo e de Graça.

 

ESTÁGIOS DA CONVERSÃO
Gn 28.10-22 e 32.9-12

Há crentes e crentes. Uns são uma bênção em todos os sentidos. Outros, ao contrário, dão um trabalho enorme a seu pastor. Há os que, como joio, por nunca terem se convertido, permanecem entre crentes verdadeiros até a colheita final. Há crentes verdadeiros, porém imaturos ainda, agem como joio, trazendo tristeza, escândalos e sofrimentos, até que crescem e passam a agir fielmente, como deve ser. Haja paciência!

O texto nos revela a história de um homem. Homem este que, como crente, daria muitos problemas à sua igreja e muito trabalho a seu pastor. Talvez os irmãos e a liderança até o quisesse fora da igreja, pois seus atos eram todos reprováveis. Mas a história se reverte e o Jacó (enganador) tem sua vida transformada e seu nome mudado para Israel (príncipe de Deus). Nesta última faze, torna-se um crente fiel, exemplar e desejado até como um líder de qualquer de nossas igrejas.

Jacó passou pelo processo de conversão. Para alguns este processo é rápido, mas para outros as etapas são longas e sofridas, até que chegue ao objetivo de Deus e mostre com sua vida que, de fato, é um filho amado e obediente do Senhor.

Este é nosso tema: OS CAMINHOS ATÉ À CONVERSÃO FINAL.

Em primeiro lugar mostraremos que este caminho PASSA PRIMEIRO PELO AMOR E PELA VONTADE DE DEUS– (Gn 28.10-15) “Partiu Jacó de Berseba e seguiu para Harã. Tendo chegado a certo lugar, ali passou a noite, pois já era sol-posto; tomou uma das pedras do lugar, fê-la seu travesseiro e se deitou ali mesmo para dormir. E sonhou: eis posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu e os anjos de Deus subiam e desciam por ela. Perto dele estava o Senhor, e lhe disse: Eu sou o Senhor, Deus de Abraão , teu pai, e Deus de Isque. A terra em que agora estás deitado, eu ta darei, a ti e à tua descendência. A tua descendência será como o pó da terra; estender-te-ás para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e para o Sul. Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra. Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo que te hei referido”.

Mérito é algo que não existe na vida cristã. Os fariseus revelaram este sentimento errado quando procuraram Jesus e, no desejo de que curasse alguém da família de um centurião respeitado, lhe disseram: “Ele merece, pois nos construiu a sinagoga”. Jesus não fez aquela cura por mérito daquele homem, mas porque o amava. Paulo, repetindo conceitos vétero-testamentários, diz: “Não há justo, nenhum sequer”. De Deus não conseguiremos nada por méritos de nossa parte. Como Paulo diz em Efésios 2.10 – “Não por obras, para que ninguém se glorie”.

A conversão humana passa primeiro pelo amor e pela vontade de Deus. Alguns não aceitam isto. Preferem crer que a salvação do homem é escolha do homem (Livre Arbítrio). Só que o homem não tem capacidade de escolher ser salvo e não há como forçar Deus a aceitar alguém que Ele não queira receber nos céus. E caso nenhum homem se convertesse por sua vontade, caso a escolha estivesse nas mãos humanas, Jesus Cristo teria morrido em vão e o Espírito Santo nos teria sido enviado em vão, pois seria inútil. Esta é a diferença entre Calvinistas e Arminianos. Os Arminianos rejeitam a escolha divina e desprezam a atuação do Espírito Santo na conversão do homem, afirmando que o homem não precisa dEle para vir a crer. Ao contrário destes, nós Calvinistas, cremos que dependemos da vontade divina para nos regenerar, nos fazer desejosos da presença do Senhor, termos entendimento das coisas espirituais, até chegar ao momento em que professamos publicamente nossa fé. Tudo, em primeira instância, passa pela vontade de Deus, e graças a Deus por isso.

Efésios 1.4,5, diz: “Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele, e em amor nos predestinou para ele, para adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de Sua vontade”. Afirmações como esta são fartas em toda a Bíblia. Mostrando que primeiro Deus ama e decide nos receber junto a Si. Depois de movidos por Seu Espírito Santo, então nos achegamos, com prazer a ele.

Vimos num estudo passado que Esaú nunca desejou as bênçãos divinas. Desprezou a primogenitura e aceitaria, de bom grado, qualquer bênção que seu pai lhe desse. Acabou ficando sem bênção alguma, e ainda, amaldiçoado por seu pai. Ao contrário dele, Jacó sempre a desejou. No ventre já brigava por ela e ao nascer estava agarrado ao calcanhar do irmão, na tentativa de nascer primeiro. Aproveitando da fome do irmão, compra seu direito da primogenitura e, em acordo com a mãe, engana o pai, para conseguir a bênção que daria a Esaú, mesmo correndo o risco de ser amaldiçoado.

O desejo de Jacó e a indiferença de Esaú têm uma razão clara para nós. Paulo revela que “Ainda não eram nascidos os gêmeos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama) já fora dito a ela: o mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: amei Jacó, porém me aborreci de Esaú”. E completa: “Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia. Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz” (Rm 9.11,12,16,18). Jacó fora amado por Deus ainda no ventre da mãe e Esaú fora rejeitado por Deus. Jacó tivera a semente do amor divino implantada no seu coração e, por isso, desejava, mesmo que inconscientemente as bênçãos que vinham da parte de Deus. Esaú, como não fora amado e não tiver seu coração transformado, assim como todo homem ímpio, nunca desejara nada que vinha da parte de Deus.

Agora veja no texto base. Jacó, depois de enganar seu pai e seu irmão, foge. Deus o encontra em sonho, mesmo que Jacó não o procurasse, e se coloca a seu lado (Perto dele estava o Senhor), se identifica (Eu sou o Senhor)lhe assegura a concessão de bênçãos (esta terra eu ta darei e sua descendência será como o pó da terra) diz a ele que Jacó seria um abençoador das famílias da terra (Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra) Promete Sua companhia (Eis que eu estou contigo) promete proteção (te guardarei por onde quer que fores, e te farei voltar a esta terra) e lhe revela que, independente dos seus atos, nunca deixaria de cumprir Sua palavra (porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo que te hei referido). Jacó não estava nem pensando em Deus e não fizera nada para merecer qualquer bem vindo da parte de Deus, mas Deus o amou e por isso deu o primeiro passo de amor, revelando sua vontade de salvar e transformar a vida deste homem, a quem amara desde antes da fundação do mundo, como acontece a todos os que se convertem a Jesus Cristo.

Este primeiro passo do caminho da conversão aconteceu a mim, a ti, a Jacó, a todos as pessoas e a Paulo, pois, quando perseguia os crentes para matá-los, foi encontrado por Deus, conversou com Jesus, e foi convertido. Que maravilha as coisas acontecerem assim. Graças a Deus por isso.

O segundo passo até a conversão final é confuso na mente do crente, pois passa por UM PERÍODO DE IMATURIDADE ESPIRITUAL (Gn 28.16-22) “Despertado Jacó do seu sono, disse: na verdade o Senhor está neste lugar e eu não o sabia. E, temendo, disse: quão temível é este lugar! É a casa de Deus, a porta dos céus. Tendo-se levantado Jacó, cedo, de madrugada, tomou a pedra que havia posto por travesseiro e aerigiu em coluna, sobre cujo topo entornou azeite. E ao lugar, cidade que outrora se chamava Luz, deu o nome de Betel. Fez também Jacó um voto (31.13), dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nessa jornada que empreendo, e me der pão para comer e roupa que me vista, de maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai, então o Senhor será o meu Deus; e a pedra, que erigi por coluna, será a Casa de Deus e, de tudoquanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo”.

Muita gente não dá o devido valor ao culto prestado a Deus pelos crentes. A Igreja é essencial no amadurecimento da fé dos crentes. Um exemplo disto é o Eunuco, oficial da rainha Candace, que já era um crente que tinha prazer em ler às Escrituras, mas não tinha compreensão dos fatos ali narrados. Tivera sua vida salva, mas lhe faltava conhecimento sobre Deus e Seu plano de salvação. Mesmo depois do batismo ainda necessitava de muitas explicações.

O convívio cristão e o estudo coletivo da Palavra de Deus revelará nossas fragilidades, falhas de nosso caráter e nossas concepções erradas sobre Deus. Há muitos crentes que Não conhecem a Deus, e Jesus nos disse: “Errais por não conhecer as Escrituras, nem o poder de Deus”. Isaías e Oséias revelam a Palavra de Deus, dizendo:“Meu povo está sendo destruído porque lhe falta conhecimento”.

O crente precisa conhecer a Deus para se corrigir. Facilmente o crente pensa que é um tipo de deus que deve ser reverenciado e ter suas vontades e necessidades supridas. Que tem direitos adquiridos por alguns atos de obediência ou boas obras que pratica. Facilmente tenta negociar com Deus ou forçá-lo a agir favoravelmente por ser um crente frequente aos cultos, visitador de enfermos e fiel nos dízimos e nas ofertas.

Jacó revela que está, neste momento do texto, neste estágio da sua conversão. Suas concepções sobre Deus estão todas erradas, veja:
1) Ele revela a falta de conhecimento do Ser de Deus e de Sua onipresença – “Na verdade o Senhor está neste lugar e eu não o sabia”. Muito crente age como Jacó e acha que pode pecar ou não ser fiel fora da igreja, pensando que Deus não o vê. O salmista, no Salmo 139, revela sua surpresa e espanto ao constatar que, mesmo subindo aos céus, ou descendo ao mais profundo abismo, Deus estará lá e o verá;

2) Ele tinha medo de Deus – “E, temendo, disse: quão temível é este lugar! É a casa de Deus, a porta dos céus”. Deus deve ser temido no sentido de ser respeitado e amado. Medo temos de nossos inimigos, mas Deus é nosso Salvador. Sua presença deve nos dar prazer e alegria. Mas como muitos crentes, Jacó revela ter medo de Deus, como muitos crentes O vê como a Rainha do conto de Alice no país das maravilhas, que o tempo todo dizia:“Corta-lhe a cabeça, corta-lhe a cabeça”. Deus é justo. Ele não é um justiceiro. Devemos amar a Deus e ter prazer em Sua presença. Aqui, quando Jacó percebeu que estava num lugar especial achou-o terrível. Que maravilhosa experiência será para o crente verdadeiro e maduro se descobrir na “casa de Deus, a porta dos céus”. O que seria um prazer, noutro momento, neste lhe foi um tremendo pavor;

3) Ele demonstrou ser religioso, porém sem entendimento – “Tendo-se levantado Jacó, cedo, de madrugada, tomou a pedra que havia posto por travesseiro e a erigiu em coluna, sobre cujo topo entornou azeite. E ao lugar, cidade que outrora se chamava Luz, deu o nome de Betel”. Ao levantar-se ele prestou um culto, a seu modo. Fez da pedra que usara como travesseiro um coluna e a ungiu com óleo. Depois colocou o nome do lugar de Betel, em referência à sua experiência com Deus. Seus atos foram impensados, mas foram registrados por Deus. Veremos a seguir, mas o que fica claro é que o que fazemos, mesmo que atos inconseqüentes, ficam guardados na memória de Deus.

4) Ele se compromete com Deus, mesmo sem ter a devida compreensão de seus atos: “Fez também Jacó um voto”. A Bíblia nos ensina a não fazer promessas que não podemos cumprir. Quando prometemos, Deus cobrará. O voto de Jacó foi sem compreensão, primeiro porque ele o fez desconfiando da palavra empenhada por Deus: “Se Deus”. Deus o procurou e deu Sua palavra e lhe prometeu bênçãos. Jacó vota a Deus sua fidelidade, mas desconfia de Deus. Deus não volta à traz em sua palavra e o crente maduro sabe disto, mas neste estágio de dúvidas, corremos o risco de agir como Jacó.

5) Ele firma seu voto impondo condições a Deus para sua fidelidade – Se Deus for comigo, e me guardar nessa jornada que empreendo, e me der pão para comer e roupa que me vista, de maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai, então o Senhor será o meu Deus; e a pedra, que erigi por coluna, será a Casa de Deus e,de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo”. Servir a Deus é um privilégio. Devemos ser servos que suplica o favor divino, mas como muitos crentes atuais que lotam igrejas, cobram de Deus, exigem dEle bênção e favores. Temos de ser fiéis porque Deus exige fidelidade. Não podemos negociar nossa fidelidade cobrando algum tipo de ação divina em nosso favor, assim como fez Jacó, demonstrando estar no estágio de concepções erradas sobre Deus. Ele precisava crescer mais.

Ele usa um: “Então…” para reafirmar que somente seria um crente se Deus lhe fizesse bem. Jó, um crente maduro, disse: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1.21). E disse à sua esposa: “Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios” (Jó 2.10).

Jacó revela seu pecado íntimo ao decidir que seria um crente fiel (“O Senhor será o meu Deus”), seria um crente que frequentemente Lhe prestaria culto (“A pedra que erigi por coluna, será a Casa de Deus”); e seria fiel nos dízimos e ofertas (“De tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo”) caso Deus lhe enchesse de bênçãos.

Lázaro, o mendigo e doente, que vivia das migalhas que caia da mesa do rico, foi para o céu. Com certeza ele não condicionou sua vida espiritual à bênçãos recebidas, pois muitos crentes atuais, na sua situação, amaldiçoariam a Deus, como fez a esposa de Jó.

Em Gn 31.13, Deus fala com Jacó e revela que se lembrava dos atos dele neste estágio da vida cristã: “Eu sou o Deus de Betel, onde ungiste uma coluna, onde me fizeste um voto”. Não importa o estágio de conversão que o crente esteja, Deus o observará e levará à sério tudo o que fizer. Jacó, sem entendimento e de modo errado, prestara culto e fizera um voto. Deus o ouviu e não se esqueceu das palavras proferidas por sua boca. Isto nos leva a pensar com muita seriedade naquilo que deixamos sair de nossa boca.

Pense bem, todo crente passa por dúvidas a respeito de Deus e nesse estágio precisa da presença de outros irmãos para lhe dar a instrução necessário, pois podemos passar por este estágio, mas não podemos, de forma alguma, continuar nele. Temos de ter, de modo claro, o que Deus é para nós e o que somos para Ele. Caso contrário, continuaremos distantes dos benefícios da vida cristã, assim com Jacó esteve por longo tempo de sua vida.

O próximo estágio da vida de Jacó revela que, além da nossa conversão passar pelo amor e vontade de Deus, e por um período de dúvidas e aprendizado, ele chegará ao ponto do RECONHECIMENTO CLARO DE NOSSA TRISTE SITUAÇÃO ESPIRITUAL E CONFIANÇA TOTAL EM DEUS (Gn 32.9-12) “E orou Jacó: Deus de meu pai Abraão e Deus de meu pai Isaque, ó Senhor (Adonai), que me disseste: Torna à tua terra e à tua parentela, e te farei bem; sou indigno de todas as misericórdias e de toda a fidelidade que tens usado para com teu servo; pois com apenas o meu cajado atravessei este Jordão; já agora sou dois bandos. Livra-me das mãos de meu irmão Esaú, porque eu o temo, para que não venha ele matar-me e as mães com os filhos. E disseste: Certamente eu te farei bem e dar-te-ei a descendência como a areia do mar, que, pela multidão, não se pode contar”.

O menino cresceu. Tornou-se homem. O crente agora é crente de verdade. Maduro. Agora ele reconhece quem Deus é em sua vida e quão pequeno ele é em Sua Santa presença. Jacó chega ao estágio que todos nós temos de chegar. À perfeita varonilidade.

O autor da carta aos Hebreus fala de crentes imaturos que não podem encarar discussões mais elevadas sobre a fé cristã e que necessitam de leite espiritual. Que pena que há muitos assim. Precisam virar homens e serem capazes de comer uma “feijoada” espiritual sem ter uma congestão e se escandalizar.

A vida passou e Jacó amadureceu. Os anos lhe fizeram bem. Não é assim com todos, pois muitos, mesmo idosos, continuam imaturos em sua fé. Aqui Jacó ora a Deus e revela respeito, temor e tremor diante de Sua Soberania. Ele diz: “Deus de meu pai Abraão e Deus de meu pai Isaque, ó Senhor”. Ele reconhece que Deus já era o Deus de seus antepassados e que controlou a vida deles, como controla a sua. Ele, depois de falar que Deus era o Deus de seus pais, usa, então, a palavra: “Senhor, ou Adonai”. Adonai é Senhor num sentido amplo, porém num reconhecimento de toda Sua grandeza e majestade, mas também num relacionamento íntimo e prazeroso. Aqui não há mais o medo inicial. Jacó não teme mais estar na presença de Deus, pois descobriu o prazer de estar com Ele.

Ele aprendeu a obedecer: “Me disseste: Torna à tua terra e à tua parentela, e te farei bem”. Deus falou e Jacó obedeceu. Não impôs condições, mas revela confiança na palavra de Deus. Antes, quando fizera seu voto, usou a condicional “se”. Aqui, não mais. Deus lhe disse para fazer sua viagem e ele viajou. Deus disse que lhe faria bem, e ele confiou. Que grande progresso espiritual.

Outro grande progresso espiritual é revelado em sua palavra: “Sou indigno de todas as misericórdias e de toda a fidelidade que tens usado para com teu servo”. Chego a ficar arrepiado com estas palavras. Me lembro das palavra ditas pelo profeta Miquéias (Mq 6.8), que diz: “Ele declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus”. Não adiantaria nada ser justo e misericordioso se fosse arrogante. Deus exige que sejamos humildes.

2 Crônicas 7.14a, diz: “Se meu povo que se chama pelo meu nome, se humilhar…”. A primeira exigência divina é a humilhação pessoal. O arrogante não acha espaço na presença de Deus. Deus exalta o humilde, mas rebaixa os orgulhosos.

Jacó reconhece sua indignidade. Todo crente tem de chegar a este estágio. Este é o primeiro passo para servir, verdadeiramente e corretamente a Deus. Descobrir seu estado de miséria e dependência de Deus faz o homem cultuar com o coração grato e fiel. Este não imporá mais condições, mas “como o servo espera pelas mãos de seus senhores e a serva pela mão de sua senhora, assim esperamos pela misericórdia de nosso Deus”.

Jacó reconhece também que todo o seu sucesso financeiro não vem de sua administração, mas das misericórdia e fidelidade de Deus: “Com apenas o meu cajado atravessei este Jordão; já agora sou dois bandos”.

Ele, agora, suplica o favor de Deus e Sua proteção: “Livra-me das mãos de meu irmão Esaú, porque eu o temo, para que não venha ele matar-me e as mães com os filhos”. O crente maduro não é um “Super-homem”. É simplesmente um homem que sabe que está nas mãos de Deus. Confia na sua proteção e sabe que ninguém pode tocá-lo. Mas reconhece que, sem Deus, sua vida não teria valor algum e suas forças seriam insuficientes para vencer qualquer dos seus inimigos.

Este crente Jacó, agora, vive na esperança das promessas recebidas: “E disseste: Certamente eu te farei bem e dar-te-ei a descendência como a areia do mar, que, pela multidão, não se pode contar”. Não podemos criar falsas expectativas para nossa vida material ou espiritual, mas temos de confiar completamente nas promessas feitas. Jacó obedeceu à ordem de voltar à sua terra e enfrentar a realidade que deixara no passado e as seus erros. Ele fez isso confiado na palavra dada por Deus. Se Deus disse que o protegeria, então podia confiar. Isto é certeza. É confiança e somente um crente que amadureceu sua fé é capaz de afirma como Jacó e obedecer como obedeceu.

Nosso estudo tratou sobre OS CAMINHOS ATÉ À CONVERSÃO FINAL. Este é um processo que pode ser curto para uns e longo para outros. Cada um passa por uma experiência diferente. A conversão nunca é igual para todos.

Vimos que os passos até a conversão final…

PASSA PRIMEIRO PELO AMOR E PELA VONTADE DE DEUS – (Gn 28.10-15) Temos de nos alegrar muito com nossa conversão, pois ela será a confirmação de que Deus, antes de nós, já havia nos amado e nos escolhido para sermos seus filhos, adotados em Cristo Jesus.

PASSA POR UM PERÍODO DE IMATURIDADE ESPIRITUAL (Gn 28.16-22) Todos passamos por dúvidas, incerteza e por uma busca pessoal que visa reafirmar, intimamente, quem Deus é para nós e quem somos para Deus. Este processo de aprendizado pode durar muito, caso o crente não se empenhe no estudo da Palavra de Deus ou rejeite as provas que Deus impõe para o crescimento pessoal de todos. Mas o essencial e importante é saber que mesmo neste estado Deus está conosco e não desiste de nós.

CHEGA AO RECONHECIMENTO CLARO DE NOSSA TRISTE SITUAÇÃO ESPIRITUAL E Á CONFIANÇA TOTAL EM DEUS (Gn 32.9-12) Esse é o estágio desejado. É o ponto de chegada onde todo cristão tem de chegar para ser um servo de verdade e um filho que ama seu Pai e o obedece em amor e fidelidade, sem cobranças ou imposições, mas dependente e confiante.

Temos muito a aprender da Palavra de Deus. Ela está à nossa disposição. Temos de usá-la. Devemos nos empenhar para deixarmos de ser crianças na fé e nos tornarmos adultos sadios e úteis para o Reino de Deus.

 

AMOR

Gn 29 e 30 – O que é amor? Conhecemos de fato o que é isso? Será que todos já experimentaram o amor? Quando se experimenta o amor algo de extraordinário acontece e a vida se transforma.

Ouvi uma frase que dizia: “Amor! Todos lutam para tê-lo, mas para tê-lo é preciso doá-lo”. Como entender isto e será que essa frase é verdadeira? É sim. Ao casar os cônjuges prometem amor eterno, porém muitos casamentos são frustrados porque esperam que o outro lhe faça feliz e lhe dê amor. Não é assim! O correto é que cada um se preocupe em fazer o outro feliz, assim encontrará o verdadeiro amor, que não se encontra na busca, mas na doação.

O amor tem três modos de se apresentar: Amor Eros – Este diz respeito ao erotismo, ao desejo que os homens sentem pelas mulheres e vice-versa. O Amor Filos – Diz respeito à intimidade e cuidado que amigos têm uns pelos outros, também conhecido por amor filial. O Amor Ágape – Diz respeito à entrega desinteressada. Esta é a manifestação de amor marcada pela doação.

A relação familiar é motivada por todas estas formas de amar. Por desejar (Eros) a pessoa amada ele a procura. Por desejar seu bem estar (Filos) ele a protege e é companheiro. Por ter se entregado (Ágape) ele se sacrifica e se doa.

Há muitos aspectos neste texto, porém o analisaremos da ótica do amor, visto que o alvo da viagem de Jacó foi encontrar uma esposa, ou seja, seu desejo era encontrar alguém para amar.

Nosso tema é: O PODER TRANSFORMADOR DO AMOR

A água, apesar de ser líquida, tanto bate na pedra que um dia a fura. Já o poder do amor é muito maior e tem um efeito muito mais rápido. Ao ter contato com o amor uma transformação imediata acontece e a vida se transforma. Jacó foi transformado pelo amor, vejamos:

Em primeiro lugar observaremos que O AMOR TRANSFORMA HOMENS COMUNS EM SUPER-HOMENS (Gn 29.1-10) –“Tendo Jacó partido em busca de uma esposa, chegou ás terras de seu tio, a quem procurava. Encontrou um grupo de pastores em torno de um poço e perguntou-lhes se conheciam Labão, filho de Naor. Os pastores responderam positivamente e lhe mostraram uma jovem pastora de ovelhas que vinha chegando: lá está Raquel, sua filha! Havia uma grande pedra sobre o poço que somente era retirada com o ajuntamento de vários homens, porém, com a chegada de Raquel, movido por amor, Jacó, sozinho, removeu a pedra da boca do poço e deu de beber ao rebanho de Labão, irmão de sua mãe e pai de Raquel.” (Texto parafraseado)

Super-homem é uma personagem que prefigura um homem com força incomum. Os filmes eternizaram a figura de um ser que veio a este mundo em forma de homem, mas sem nenhuma fraqueza humana, tendo poderes extraordinários. Nós conhecemos o verdadeiro super homem. Conhecemos o Ser que veio de outro lugar, tomou a forma humana, sofreu agruras, passou por situações impossíveis a qualquer humano, e no final, depois de dar Sua vida em resgate de milhares de vidas, foi crucificado, ressurgiu dos mortos e retornou para o céu, de onde viera.

O texto apresenta um fato real. No deserto onde não havia água. A única fonte que possuía era um poço. Mas, por cuidado e proteção daquela fonte preciosíssima, fora colocada sobre a boca do poço uma enorme pedra. Mas para pegar água ali era necessária a ajuda de muitos homens para remover aquela pedra. A forma transformadora do amor se revelou em Jacó neste momento. Ele, vendo que Raquel se aproximava, tendo ficado extremamente feliz ao vê-la, e com certeza tendo-a amado desde o primeiro olhar, foi tomado de uma força incomum, e, sozinho, fez o que era impossível aos outros homens. Removeu a pedra sozinho, sem nenhum problema, e ainda deu água para o rebanho que era cuidado por Raquel.

Esta força incomum não aconteceu apenas com Jacó. Todos nós passamos por esta transformação em momentos de crises ou de perigo, na qual somos confrontados com a necessidade de agir de imediato. Essa transformação não se limita a homens, mas a mulheres, crianças e idosos. Vejamos alguns exemplos:
Um garoto de apenas sete anos percebeu que havia fogo na casa. Ele estava sozinho, com dois irmãos menores. Tomado pela força do amor a seus irmãos e pressionado pelas chamas, ele quebrou a porta, agarrou seus dois irmãos no colo e conseguiu salvá-los. Virou herói. Como uma criança tão pequena conseguiu fazer isto? Foi tomado pela força do amor.

Dona Divina era uma senhora de cerca de sessenta anos. Era baixinha, cerca de um metro e meio e franzina. Porém algo de inexplicado aconteceu àquela mulher. Seu neto pequeno estava brincando na garagem quando o portão de ferro da entrada se soltou e caiu sobre ele. A avó, sem titubear, levantou o portão com apenas uma de suas mãos e com a outra puxou seu neto, salvando sua vida. Admirados ao saber do que fizera sua mãe, os filhos pediram que ela levantasse novamente o portão. Ela não conseguiu. O poder do amor não era mais necessário. A vida do neto já havia sido salva.

Na Austrália uma mulher que passeava na beira de um rio teve seu filho arrancado de suas mãos por um enorme crocodilo. Sabemos que se um jacaré fecha a sua boca é quase impossível forçá-lo a abrir. Um crocodilo seria ainda pior, mas aquela mãe não pensou. Saltou no rio, agarrou as mandíbulas do bicho, abriu-a e retirou seu filho das garras do animal. Surpreendente! De onde veio essa força? Do amor que ela tinha pelo filho.

Quando preparava esse estudo, parei e vi parte do filme: “A Paixão de Cristo”. Queria rever o que acontecera a Jesus Cristo. Me admirei, novamente, com o tamanho do sofrimento do nosso Senhor. Como foi possível tamanha doação e como um homem pode suportar tanta dor. A explicação é o amor. E é por esse amor que somos constrangidos a nos entregar a Ele e a servi-lo.

Um segundo aspecto sobre o poder transformador do amor é que O AMOR TRANSFORMA GANANCIOSOS EM FILANTROPOS (Gn 29.11-20) – “Tendo retirado água para o rebanho de Labão, Jacó se identificou como primo de Raquel. Ela, impressionada com a força do rapaz e alegre com sua chegada, correu a seu pai e avisou da chegada do primo. Labão o recebeu com alegria. Depois de um mês na casa de seu tio, ele o procurou e disse: Jacó não podes me servir de graça, faça o teu salário. Jacó respondeu ao tio: pela mão de Raquel te servirei por sete anos. O pai concordou e por sete anos Jacó o serviu de graça e estes anos lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava”. (Texto parafraseado)

A figura clássica do ganancioso é aquele que ama o dinheiro e não desperdiça nem moedinhas. Ele passa fome para não gastar dinheiro. Conhecei um senhor, dono de vários postos de gasolina, que em suas viagens no seu avião particular, levava uma grande quantidade de bananas para ele e seu piloto não terem de gastar com alimento nas cidades por onde passava, para administração dos seus postos. Esta pessoa, assim como todo ganancioso, ama o dinheiro e ele é o centro de toda a sua atenção e, para ganhar mais, empenha todas as suas forças.

Relembre a trajetória de Jacó e verás que ele era um ganancioso. Ele nasceu agarrado ao calcanhar do irmão e usou a fome dele para se apossar do seu direito de primogenitura, que daria a ele o direito à herança de seu pai; enganou e traiu o próprio pai para conseguir suas bênçãos. Agora temos no texto um “novo Jacó”. Depois de conhecer e amar a Raquel ele se tornou um homem sem ganância ou interesses particulares. Durante um mês trabalhou de graça, e por mais sete anos trabalharia apenas tendo como salário a esperança de ter nos braços a mulher amada. Depois, se dispôs a trabalhar mais sete anos por ela. O amor por Raquel transformou o ganancioso Jacó em um filantropo, capaz de ajudar o sogro no cuidado de suas ovelhas sem pedir nada em troca. Sua única motivação passou a ser o coração de sua amada.

Um frase de traseira de caminhão dizia: “O amor faz bobos”. Faz mesmo. A linguagem usada pelos apaixonados é infantil e sem sentido. Até os pássaros, no seu período de reprodução se tornam mansos e propensos a dar carinho à sua fêmea. O jovem gastador passa a gastar todo seu salário com presentes para sua amada.

O encontro com Cristo transforma pessoas. Seu amor é tão grande que move o coração de incrédulos e os transformam em corações de servos. Conheço muitas histórias de ricos mesquinhos, negociatas delas por uma noite com ele, e além disse teve de se deitar com as servas para dar filhos às esposas frustradas.

Lia, de início, teme quatro filhos: Rubem, Simeão, Levi e Judá. Quando Raquel viu que não daria filhos, disse a Jacó: “Dá-me filhos se não morrerei” (30.1). Não podendo ter filhos, deu sua serva Bila a seu marido para que, num tipo de barriga de aluguel, lhe desse filhos. Bila teve dois filhos: Dã e Naftali. Depois disto, vendo Lia que a serva lhe dera filhos, fez o mesmo com sua serva Zilpa e ela teve mais dois filhos: Gade e Aser.

Insatisfeita com os quatro filhos dela e com os dois da serva, usando um desejo de Raquel, alugou seu marido por um prato de mandrágoras que Rubem, seu filho lhe trouxera. Com isso Lia teve mais dois filhos e uma filha: Issacar, Zebulom e Diná. Depois de muito tempo de oração Deus deu a Raquel o prazer de ter filhos e os teve: Teve a José e, posteriormente, a Benjamim. Em decorrência do parto de Benjamim veio a falecer.

Um homem egoísta e ganancioso como Jacó foi transformado pelo amor e se tornou capaz de trabalhar quatorze anos, de graça, pelo amor de sua amada e, além disso, se submeter a situações domésticas bem diferentes de nosso costume. Jacó, sim, foi transformado pelo amor.

Em terceiro lugar, vejamos que O AMOR TRANSFORMA IRRESPONSÁVEIS EM PAIS CUIDADOSOS (Gn 30.25-43) “Tendo nascido seu décimo primeiro filho, Jacó procurou seu sogro e disse que queria voltar para sua terra. Labão lhe pediu que ficasse, pois reconhecia que Deus o abençoara por amor a Jacó. Disse-lhe que fixando seu salário, o pagaria. Jacó fez seu sogro ver que os anos de seu trabalho fez a riqueza de seu sogro multiplicar, porém, Jacó continuava sem bens, precisan-do, então,trabalhar por sua família.” (Texto parafraseado)

Conheço muitas histórias de homens que jogaram todos os bens da família no lixo. Jogatinas e uma vida irregular, sem cuidado em produzir, mas com uma disposição grande de esbanjar nos prazeres fizeram com que suas esposas e filhos ficassem desprotegidos.

A Bíblia é clara quando trata do dever do homem, e não da mulher, trazer o sustento para sua casa. Ainda revela que ter sua esposa em casa e os filhos em roda da mesa é uma grande bênção divina. Porém, muitos homens, por falta de amor àqueles a quem deveriam proteger e sustentar, não se importam em serem homens produtivos para deixar, por exemplo, uma boa herança para seus filhos. Nisto pecam e desobedecem a Deus, pois é seu dever prover o sustento de sua casa. Quem ama faz isto com alegria.

Esse milagre transformador do amor aconteceu com Jacó. Ele era um homem que só pensava em si mesmo. Primeiro vimos que ele foi capaz de trabalhar quatorze anos de graça, pela sua amada. Agora ele revela que ama sua família e quer protegê-la das adversidades, disse ele: “Agora, pois, quando hei de eu trabalhar também por minha casa?”

Perceba que o homem que só pensava em si, agora se preocupa com a família. Ele trabalha mais seis anos de sua vida produzindo para que cumpra sua responsabilidade de pai. Isso Jacó não fez como uma tarefa penosa. Com o mesmo prazer que servia pelo amor de Raquel, também trabalhou por amor a suas mulheres e seus filhos.

Um bebê muda tudo na vida de um homem. O olhar e o choro dependente do filho faz os pais gastarem até o que não podem. A família é uma grande bênção na vida de um homem. Ontem conversei com um amigo e ele me disse de um tio seu que morreu solteirão. Deixou bens que provocarão muita disputa entre os parentes, mas não deixou mulher e nem filhos, o que deveria ser o natural. Ele não teve família com medo de ter despesas com ela.

Que mudança o amor pela família faz nos pais. O preguiçoso passa a trabalhar e juntar reservas para socorrer à sua família nos momentos ruins. Nós conhecemos o amor a Deus e a dádiva que é a família, por isso a amamos e procuramos dar a ela toda a segurança possível.

Nessa conclusão gostaria de lembrá-lo de que “Nós amamos porque Deus nos amou primeiro”. Deus teve uma compaixão e misericórdia imensa e nos deu e dá o que não seríamos dignos de receber. Quem conheceu seu amor, sabe muito bem disto.

O Criador usou a força do amor a seu serviço: “Deus nos constrange pelo amor”. Deus poderia usar sua força e poder para
nos arrastar e nos fazer servi-lo, mas ao contrário disto, ele nos ama. Ele revela tudo o que foi capaz de fazer para nos ter ao seu lado. Deu Seu Filho e o fez passar pelas mais cruéis situações. Isto tudo porque nos amou. Seu amor é o meio pelo qual Deus chega ao nosso coração. É este o tema da Bíblia.

Tratando sobre O PODER TRANSFORMADOR DO AMOR, vimos que:
I. O AMOR TRANSFORMA HOMENS SIMPLES EM SUPER-HOMENS;
II. O AMOR TRANSFORMA GANANCIOSOS EM FILANTROPOS;
III. O AMOR TRANSFORMA IRRESPONSÁVEIS EM PAIS CUIDADOSOS.

Este poder transformador do amor atuou na vida de Jacó e o transformou. Ser afetado pelo amor é um grande privilégio. Te torna bobo, mas como é bom ser um bobo que ama. E, além disso, a prática do amor na vida familiar faz você entender o Grande Amor de Deus por Você.

Não desperdice a vida. Ame a todos. Você descobrirá que dando amor você receberá algo que nunca esperava. Descobrirá que a verdadeira felicidade não está em receber amor, mas em doá-lo. Quem doa amor recebe amor e é feliz.

 

JUSTIÇA SOCIAL
Gênesis 31.1-55 – A desigualdade social no mundo é muito grande. São poucos que detém fortunas, enquanto milhares padecem por falta das coisas básicas. Enquanto aqueles esbanjam e não sabem onde gastar tanto dinheiro, estes têm necessidades que nunca poderão ser supridas. Como acabar com esta desigualdade? Seria possível? Sabemos que nunca haverá a igualdade social. Sempre haverá ricos e pobres, mas o que nós discutimos neste estudo é a aplicação da justiça social. É o tratamento justo dado pelo pobre ao rico e do rico para com o pobre. Para isto, basta que cada um trate o próximo do mesmo modo como gostaria de ser tratado. Foi isto que Jesus Cristo nos ensinou.

Deus é o maior promotor e defensor da justiça social. O profeta Amós (Am 4.1 / 5.11 / 8.5-7) fala do juízo de Deus contra os ricos e poderosos que oprimiam, desrespeitavam e tiravam o direito dos pobres. Nestes textos (Ex 23.11 / Lv 19.10 / Jó 5.15 / Is 3.14 / 11.4) lemos o modo como Deus garantiu o sustendo básico às classes menos favorecidas, de modo que ninguém padecesse de fome. Em Provérbios 22.22,23, Deus avisa que Ele, em pessoa, entraria na luta em defesa dos oprimidos. Porém, em Êxodo 30.15, Deus revela que no trato com Ele, todos são tratados com igualdade: “O rico não dá mais, nem o pobre menos”. Diante de Deus todos somos iguais.

O tema deste estudo é:
JUSTIÇA SOCIAL: UM ASSUNTO QUE MOVE OS CÉUS

Como Deus efetua a justiça social em nossa vida? Veremos em primeiro lugar que ele faz isto ESTANDO CONOSCO PARA QUE A INVEJA NÃO NOS A CAUSE SOLIDÃO (31.1-5) “Ouvia Jacó os comentários dos filhos de Labão, dizendo: Jacó se apossou de tudo o que era nosso; e do que era de nosso pai juntou ele toda esta riqueza”. “Vejo que o rosto de vosso pai não me é favorável como antes, porém o Deus de meu pai tem estado comigo”.

A solidão é muito desagradável. Mais ainda é quando esta solidão é causada pela inveja e maus tratos daqueles que desejam ter o que temos e nos tomar aquilo que conquistamos. Aqui no texto vimos os filhos de Labão expressando um juízo falso a seu respeito. Eles diziam que Jacó os havia roubado e se apossado dos bens de seu pai. Eles lhe viraram as costas e o deixaram sozinho.

O problema é que os filhos de Labão nunca produziram nada. Lembra-te do momento do encontro de Jacó com Raquel? Quem pastoreava os rebanhos de Labão? Era Raquel, não eram seus irmãos. Esta não era uma tarefa para uma mulher, mas os irmãos não estavam lá. Jacó assumiu o cuidado dos rebanhos do sogro e o fez prosperar, enquanto isto seus cunhados nem aparecem na história, apenas aqui, invejando o fato de Jacó ter conseguido ficar rico. Mas eles continuavam miseráveis porque nunca se dispuseram ao trabalho. Apenas esperavam aquilo que receberiam por herança de seu pai.

Labão não fez diferente. Também passou a olhar atravessado para Jacó. No capítulo anterior (30.27) Labão reconhece que fora abençoado com a presença de Jacó. Ficara rico com o trabalho de seu genro. O problema é que Jacó também enriqueceu. Não bastava para Labão o que conseguira. Ele também ambicionava o que seu genro conseguira como fruto do seu trabalho. Por isso Labão, por dez vezes mudou o salário de Jacó, achando que estava pagando muito pelo trabalho do seu genro.

O alvo da injustiça normalmente se sente solitário e triste. O texto revela que Deus resolve esta situação estando ele mesmo, em pessoa, ao lado do oprimido. Jacó disse que, apesar dos maus sentimentos nutridos por seu sogro e cunhados: “Deus tinha estado com ele”.

O que poderia ser mais importante que a presença divina? Moisés entendendo a importância da presença dEle, disse: “Se o Senhor não for conosco, não nos faça subir desde lugar”. Para Moisés qualquer caminhada sem Deus era sinônimo de insucesso. E assim, também, é conosco. Por isso, quando somos injustiçados, o primeiro passo de Deus para resolver esta questão social, é estar ao nosso lado.

Em segundo lugar, veremos que Deus faz justiça RESTITUINDO O PREJUÍZO QUE OS ÍMPIOS PROVOCARAM(31.6-9) “Com todo empenho tenho servido a vosso pai, mas vosso pai me tem enganado e por dez vezes mudou o meu salário. Se dizia: os salpicados serão o teu salário, então, todos os rebanhos davam salpicados; e se dizia: os listrados serão o teu salário, então os rebanhos todos davam listrados. Assim, Deus tomou o gado de vosso pai e mo deu a mim”.

Um ditado popular antigo retrata este modo de Deus fazer justiça, veja se concordas: “Mais tem Deus para dar que o diabo para tirar”. A voz do povo não é a voz de Deus, mas movidos por Seu Espírito, até mesmo ímpios falam a verdade. O diabo nos odeia e quer o nosso mal, mas quanto mais mal ele produz em nossa vida, mas bem Deus tem reservado para os seus filhos.

Jacó, o antigo esperto e enganador tinha se corrigido. Por vinte anos trabalhara honestamente para seu sogro. No entanto, fora vítima da desonestidade dele. Labão, como patrão, fora muito mal. Enganara, dissimulara e mudara o salário de Jacó todas as vezes que achava que estava perdendo algo. Não cumpria com sua palavra.

Nossa afirmação é que, neste caso, Deus toma do ímpio e dá ao justo, restituindo-o do seu prejuízo. Neste caso, Deus viu, agiu e devolveu com fartura a Jacó todos os prejuízos que seu sogro tentara dar a ele. Quando Labão mudava o salário e determinava que os cabritos malhados fossem o salário de Jacó, Deus fazia com que as cabras e ovelhas produzissem somente malhados. Assim Deus restituiu a Jacó o seu prejuízo e fez justiça a ele.

Este tipo de atitude divina também é vista na vida de Jó. Ele, sendo íntegro e reto foi atacado por Satanás, com a permissão de Deus, e perdera tudo o que possuía. Deus, fazendo justiça, devolveu a Jó tudo o que perdera e em dobro.

Eu sou prova desta restituição divina. Quando era lojista levei alguns prejuízos. Foram muitos cheques sem fundos recebidos, porém Deus nunca deixou que eles impedissem que eu pagasse as contas da loja. Quando fui vítima de um golpe, Deus me restituiu, e a golpista foi vista na miséria, pouco tempo depois. Na igreja, enquanto fazíamos este estudo, perguntei se isto aconteceu na vida dos membros da igreja e quase todos confirmaram que quando perderam algo para ímpios, Deus lhes restituiu tudo o que perderam. Quando somos fiéis Deus não nos deixa nas mãos de ímpios e, mesmo que permita que sejamos roubados por eles, Ele restitui.

Em terceiro lugar Deus faz justiça NOS FAZENDO COMPREENDER QUE SUPERSTIÇÕES SÃO INÚTEIS – DEUS É QUEM PARTE EM NOSSO SOCORRO. (Gn 30.37-43) “Jacó pegou varas verdes, fez listras nelas e colocou diante dos bebedouros. Nasceram carneiros listrados e malhados e o homem se tornou mais e mais rico”. (31.10-12) “Vi em sonhos que os machos que cobriam as ovelhas eram listrados, salpicados e malhados. E o anjo de Deus me disse: Vê que todos os machos que cobrem o rebanho são listrados, salpicados e malhados, porque vejo tudo o que Labão te está fazendo”.

Superstição é igual à idolatria. A idolatria elege um tipo de ídolo e passa a depender dele e confiar sua vida aos seus cuidados. O supersticioso faz o mesmo. Ele crê que objetos são cheios de poder e passam a crer na sua proteção. O supersticioso descrê de Deus e crê em objetos ou em manias, por exemplo, pisar com o pé direito ao se levantar traz sorte e azar ao fazê-lo com pé esquerdo. Teria, por acaso, o pé direito o poder de mudar a minha história. Teria uma nota, guardada na carteira o poder de atrair mais dinheiro, ou semente de romã e lentilhas o mesmo poder? Teria peças íntimas de cores variadas o poder de trazer amor, dinheiro, paixão e paz? O supersticioso despreza o cuidado divino e crê que estas coisas farão aquilo que só Deus pode fazer.

O supersticioso não percebe a inutilidade de seus atos supersticiosos. Crê que determinados sonhos são preditivos, mas não percebem quantas vezes ao sonhar algo, nada acontece. Só guardam na mente quanto, por conhecidência, algo acontece.

O texto estudado revela-nos que ações particulares para obtenção da justiça poderão ser vistas, até mesmo, como desonestas. É o que fica na mente quando lemos o que Jacó fez quando usou varas verdes listradas pensando que desta forma faria nascer carneiros listrados e malhados e assim conseguiria um salário melhor. Parece-nos que ele estava sendo desonesto. E quando colocava as cabras e ovelhas fortes diante das varas e as ovelhas e cabras fracas colocavam à parte para dar filhotes fracos a seu sogro. Isto é desonesto, e foi o modo como Jacó encontrou para produzir sua justiça.

O que Jacó se esquecera é que Deus sempre estivera ao seu lado. Ele lhe dera a palavra que nunca o abandonaria. Se tivesse crido em Deus e dependesse dele, daria exemplo de piedade e confiança. Basta deixar claro que: “Se tudo não depender de Deus, então, Deus não é Soberano”. Ai, alguém terá o Seu lugar.

Deus sempre esteve no controle de tudo o que acontecia a Jacó: (28.13-15) “Perto dele estava o Senhor e lhe disse: Eu sou o Senhor… A terra te darei… Tua descendência multiplicarei… Eu serei contigo, te guardarei e te farei voltar a esta terra. Não te desampararei até cumprir eu aquilo que te hei referido.” Jacó se esquecera desta promessa que Deus fizera a ele, assim como fez a nós. A falta de fé em Deus nos torna supersticiosos.

Todos os atos da vida de Jacó foram dirigidos por Deus. Veja, por exemplo, no caso da fuga de Jacó com sua família. Ele intentou fugir às ocultas para ter segurança, porém, sua segurança foi assegurada por Deus: (31.24-29)“Disse Labão: há poder em minhas mãos para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pai me falou, ontem à noite, e disse: Guarda-te, não fales a Jacó nem bem, nem mal”. A atitude protetora de Jacó seria inútil, pois seu sogro o apanhara no caminho, mas Deus garantiu sua segurança. É o que o salmista diz: “Se o Senhor não vigiar a casa, em vão trabalha o sentinela”.

Jacó, supersticioso, fez listras nas varas esperando obter o nascimento de carneiros e cabritos malhados e listrados, mas Deus é quem fazia os bodes certos cobrirem as cabras e dar-lhe o salário. Seu trabalho com as varas foi inútil. Deus corrigiu sua superstição para fazê-lo crer nEle e não na inútil superstição: (31.10-12) “Vi em sonhos que os machos que cobriam as ovelhas eram listrados, salpicados e malhados. E o anjo de Deus me disse: Vê que todos os machos que cobrem o rebanho são listrados, salpicados e malhados, porque vejo tudo o que Labão te está fazendo”. Era Deus quem fazia justiça a Jacó, fazendo nascerem os cordeiros e cabritos que seriam seu salário. Supersticiosos se corrigiriam se deixassem de ser bobos e cressem em Deus.

A honestidade é essencial. É inaceitável que um crente seja desonesto. Neste caso ele merece cadeia. Deus abençoou Jacó, porém Jacó fora honesto com seu sogro. Quando procuraram os ídolos roubados, Jacó não se sentiu intimidado, pois tinha a certeza de não ter pegado nada que não era seu da casa de seu sogro. Veja o texto: (v. 32)“Não viva aquele com quem achares os teus deuses; verifica diante de nossos irmãos o que te pertence e que está comigo e leva-o contigo”. Caso ele tivesse roubado algo ele estaria com medo e seria justa qualquer punição que sofresse.

Teria o justo o direito de protestar quando é oprimido? Sim! Não devemos nos deixar enganar por ninguém. Temos a lei que deve ser acionada para que nossos direitos sejam garantidos. Nos versículos 36-42, vimos Jacó protestando pelo modo injusto que fora tratado: “Se irou Jacó e alterou com Labão; e lhe disse: qual é a minha transgressão? Qual é o meu pecado, que tão furiosamente me tens perseguido? Vinte anos eu estive contigo e te servi. As ovelhas e as tuas cabras nunca perderam as crias, e não comi os carneiros do teu rebanho. Nem apresentei o que era despedaçado pelas feras; Sofri o dano; da minha mão o requerias, tanto o furtado de dia como o de noite. De maneira que eu andava, de dia consumido pelo calor, de noite, pela geada; e o meu sono me fugia dos olhos. Se não fora o Deus de meu pai, por certo me despedirias agora de mãos vazias. Deus me atendeu ao sofrimento e ao trabalho das minhas mãos e te repreendeu ontem à noite.”

Seja prudente como as serpentes e simples como as pombas. Nunca engane ou promova injustiça na vida de ninguém, mas seja esperto como as serpentes. Não se deixe enganar. Não aceite sobre você nada que for injusto. Em Oséias 6.8, vimos que Deus exige que sejamos justos.

Em quarto lugar, veremos que A PRÁTICA DA JUSTIÇA RESTABELECE A PAZ (v. 43-55) “Erigiu ali uma coluna. Labão chamou Jacó de Jegar-Saaduta e Jacó lhe chamou Galeede. Labão lhe disse: Se maltratares as minhas filhas… atenta que Deus é testemunha entre mim e ti. Para o mal não passarei para lá e tu não passarás para cá. Deus julgue entre nós. Beijou seus filhos e suas filhas e os abençoou e voltou para sua casa”.

A opressão incita à revolta. A justiça social promove a paz. Nesse encontro Labão descobriu o mal que fizera a seu genro. Percebeu a injustiça que praticara. O tratara com desprezo e não reconhecera todo o bem que Jacó lhe fizera. Aqui há uma troca de nomes. Jacó recebe um novo nome dado por Labão e faz o mesmo. Esta atitude é um reconhecimento da autoridade mútua. A partir dali haveria respeito. Foi feito um acordo num nível de igualdade. Não era mais superior e inferior. Assim deviam ser feitos todos os acordos entre patrões e empregados. O patrão paga o salário do empregado que faz o serviço que não poderia ser feito por ele. Sendo assim ambos precisam um do outro. O justo é que o respeito reine em todos os relacionamentos comerciais e interpessoais.

Se patroas pagassem às suas empregadas o que gostariam de ganhar, caso fizessem o serviço delas, e fornecessem instrumentos que garantissem a segurança e conforto, com certeza o salário e as condições de trabalho seriam melhores. Se tratassem os empregados com a dignidade de “pessoa igual”, com certeza haveria paz nos relacionamentos patrões e empregados.

Ricos não têm de dar o que possuem aos pobres. Monges fizeram isto e se tornaram mendigos, dependentes da esmola alheia. Isso é um erro. O correto é que ricos não joguem dinheiro fora, e o usem para promover uma melhor qualidade de vida a quem não possui o dinheiro que possuem.

Pobres não ficarão ricos e não tem que ficar. Mas tem de ser dignos na sua pobreza. Roubar e ser desonesto porque é pobre não é justificativa. Pobreza não é sinônimo de malandragem. Roubar do rico para dar aos pobres é roubo e merece punição igual ao rico que roupa do pobre.

O correto, e o que promove justiça, é que cada um receba o justo por trabalho, tratem-se como iguais e vivam honestamente. Se todos pensassem assim haveria mais igualdade e respeito. Não haveria tanta gente sofrendo crises existenciais. Não haveria tantos ricos perdendo o sono por culpa. Não haveria tantos pobres sofrendo fome e carência de coisas básicas.

Deus não proíbe os ricos de serem ricos, mas exige que eles tratem com justiça os pobres e necessitados. Caso isto não ocorra, Deus, em pessoa, vem em socorro dos injustiçados. Deus não acaba com a pobreza do mundo, mas exige que os pobres sejam honestos e trabalhem com zelo e respeito a seus patrões. O que Deus exige é que ricos e pobres sejam justos.

Você, leitor, tem a obrigação de ser justo. Seja.

HABILITADOS À PRESENÇA DE DEUS
“Àquele lugar chamou Jacó Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva”. (Gn 32.30)

Tem gente que tem uma cara feia de doer. Só de olhar, dá medo. Tem gente que assusta por ser tão prepotente e arrogante que ninguém se aproxima dele. Neste texto falamos a respeito de Deus. Nós passamos a ver Deus como cheio de amor, misericórdia e graça, porém muitos não o vêem assim. Para eles Deus é um ser raivoso, irado e pronto a destruir a humanidade. Estes fogem dEle.

Temos vários exemplos de pessoas que estiveram na presença de Deus e sua reação foi variada. Adão e Eva tiveram medo e se esconderam, pois tinham acabado pecar. Enoque, que mantinha uma vida fiel, andou com Deus e Deus o tomou para si. Não consta que ele tenha tido medo de Deus. Manoá e a esposa, pais de Sansão, depois de falar com Deus acharam que iam morrer (Jz 13.22). O jovem Ezequiel, quando se viu diante da face de Deus, caiu e ficou desfalecido (Ez 1.28 / 3.23). Com Isaías não foi diferente, pois disse: “Ai de mim! Estou perdido! Os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos” (Is 6.5). Os soldados que foram prender Jesus, quando Ele se identificou, desmaiaram.

A questão que fica no ar é: Por que algumas pessoas são tão íntimas de Deus e outros têm tanto medo dele? A Bíblia nos afirma que podemos, sim, nos aproximar de Deus. O crente fiel tem razões para se aproximar sem medo. O autor da carta aos Hebreus, disse: “Ora, não tendes chegado ao fogo palpável e ardente, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade e ao clangor da trombeta, e ao som de palavras tais, que quando o ouviram suplicaram que não se lhes falasse mais, pois não suportavam o que lhes era ordenado… (Ou seja, vocês não precisam ter medo de Deus),mas tende chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembléia e igreja dos primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e a Jesus, o Mediador da nova aliança, e ao sangue da aspersão…” (Hb 12.18-23). O texto deixa claro que não há razão alguma para ter medo. O crente pode e deve se aproximar de Deus.

No texto Jacó ficou maravilhado por ter estado na presença de Deus e sobrevivido. Ele já tinha tido algumas experiência deste tipo. Primeiro, em sonho, viu uma escada que ligava os céus à terra e disse: “Quão terrível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus” (28.17). Depois, voltando para sua terra, chegou a um lugar cheio de anjos: “Jacó seguiu o seu caminho, e anjos de Deus lhe saíram a encontrá-lo. Quando os viu, disse: Este é o acampamento de Deus. E chamou àquele lugar Maanaim” (32.1). Depois teve a chance de conversar, tocar, segurar e pedir com insistência uma bênção a um anjo: “Ficando ele só; e lutava com ele um homem, até ao romper do dia… Não te deixarei ir se me não abençoares. Então, lhe disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutou com Deus e com os homens e prevaleceste” (32.24). Aí, então, ele disse: “Vi a Deus face a face e a minha vida foi salva”.

Nosso estudo analisa a razão do porquê de Jacó e, todos os que confiam no Senhor, poder estar na presença de Deus e não serem destruídos. Trataremos, portanto, sobre O QUE NOS HABILITA A ESTARMOS NA PRESENÇA DE DEUS.

Como pode o pecador estar na presença de Deus e sobreviver?

A primeira atitude para estar na presença de Deus é TER O FILHO DE DEUS COMO SENHOR (v. 9) “E orou Jacó: Deus de meu pai Abraão e Deus de meu pai Isaque, ó Senhor, que me disseste: Torna à tua terra e à tua parentela, e te farei bem”.

O homem é, por natureza, orgulhoso, arrogante e egoísta. Ele tenta ser senhor de si mesmo. Não aceita ser servo e luta para dominar sua própria vida. A maior dificuldade para sermos cristãos é nos tornarmos servos. Sem esta submissão voluntária ninguém consegue sobreviver à presença de Deus.

O arrogante se recusa a se dobrar diante de Deus. Não tendo Jesus Cristo com o Senhor de sua vida ele terá Deus como seu opositor, pois servirá a outro senhor, e Jesus nos disse: “Ninguém pode servir a dois senhores. Pois há de amar a um e odiar ao outro”. Quem renega Jesus Cristo como Senhor de sua vida elegerá outro senhor e assim se colocará numa posição de oposição e inimizade contra Deus. Sendo pequeno, limitado e homem, como enfrentar Deus face-a-face e não temê-Lo? Como pode alguém ter Deus como inimigo e ter paz no coração? Assim terá toda a razão possível para nunca procurar a face de Deus e sempre fugirá dEle.

Quem tem Jesus Cristo, o Filho de Deus, como Senhor o serve em Sua presença. Apocalipse 7.14,15, diz: “São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro, razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário, e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo”.

O texto revela a presença de uma grande multidão que se apresenta diante do Deus Todo-Poderoso. É composta de gente como a gente. De pecadores como nós, mas pecadores que lavaram suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro, Jesus Cristo. Estes sofreram as tribulações sem abandonar o Senhor, pois nas dificuldades o serviram sem se rebelar. Por esta razão, foram habilitados a se postar na Sua presença.

Jacó reconhece Deus como seu Senhor. Ele não reconhece Jesus como seu Senhor porque Jesus ainda não tinha entrado na história humana como homem e Salvador. Mas ele reconhece Deus como seu Senhor, o que dá da mesma. Jacó usa a palavra “Adonai”. Ele não trata a Deus como um Senhor, mas como “seu” Senhor. Assim como “Eli”, quer dizer: “Meu Deus” (El = Deus / i = pronome possessivo na primeira pessoa – meu) e “Abi” quer dizer: “Meu pai” (Ab = Pai / i = pronome possessivo na primeira pessoa – meu), “Adonai” quer dizer: “Meu Senhor”.

Num estudo anterior já havia citado esta transformação no relacionamento de Jacó com Deus. Ele deixou a arrogância para traz e passou a ouvir a voz de Deus. Vê-se isto no fato de estar voltando para sua terra em obediência a uma ordem divina e, agora, na sua palavra, ao se referir ao Deus de seus antepassados como Senhor de sua vida. É importante ser descendente de quem creu, mas é indispensável que se creia. A fé não é hereditária. É pessoal e todos terão de confessar a Jesus Cristo como Senhor de suas vidas, se é que, um dia, querem estar na presença de Deus.

Chamar Deus de “Adonai” foi um modo de dizer a Deus: “Sou teu servo”. Mas também de revelar um relacionamento íntimo com este Senhor. Nosso serviço a Deus não é penoso ou traz sofrimento, pelo contrário, Seu fardo é leve e dá prazer a quem Lhe serve.

Pessoas que tiveram Deus como Senhor no Antigo Testamento, e a Jesus Cristo, seu Filho, no Novo Testamento, e o tem hoje, puderam e podem procurar a Deus sem medo. Sabemos que o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado. Tê-lo como Senhor é o primeiro passo para um encontro saudável com Deus.

A segunda atitude para estar na presença de Deus é SE HUMILHAR NA PRESENÇA DELE (v.10) “Sou indigno de todas as tuas misericórdias e de toda a fidelidade que tens usado para com teu servo; pois com apenas o meu cajado atravessei este Jordão; já agora sou dois bandos”.

Quando reis ou rainhas entram num recinto as pessoas se curvam. Esta atitude revela submissão. É um ato de humilhação pessoal. Recusar fazê-lo será visto como um ato arrogante, passivo de ser castigado. Lembra-te de Mordecai, tio da rainha Ester? A razão para Hamã desejar sua morte foi o fato dele não se curvar, como todos faziam quando Hamã passava.

A humilhação pessoal é um modo de quebrar barreiras e abrir portas à paz. O rei que tem seu servo curvado diante de si não agirá contra ele para o mal. Jacó havia enganado a seu pai e a seu irmão, quando tomara sua bênção. Agora, voltando para sua terra, teria de enfrentá-lo. Jacó sabia que não seria páreo para seu irmão, então tomou uma atitude humilde. Enviou rebanhos como presentes. Pensava que a possível ira dele seria amenizada com os presentes. Quando viu que Esaú se aproximava, Jacó se curvou, colocando seu rosto em terra para mostrar que estava arrependido e desejava um recomeço nas relações fraternais. Assim se fez a paz.

Já vimos que o encontro do pecador com Deus exige o reconhecimento de que Deus é Senhor. Agora vimos que é necessária a humilhação pessoal. O grande problema humano reside no fato de não se submeter a Deus e às suas ordens. Habitualmente o pecador exige de Deus, ao invés de suplicar.

Nosso culto revela se somos humildes ou não. Nosso culto é prestado a Deus. Um grande problema nosso é desejar que o culto nos agrade. Queremos sair da igreja nos sentindo bem. Quem tem de sentir-se bem com o culto é Deus e não os adoradores. Temos de procurar servi-Lo de todo o nosso coração, com pureza de alma, simplicidade no falar e humildade em nosso coração.

Esse foi o problema dos filhos do sacerdote Arão. Eles desejaram inovar no culto prestado a Deus. Quiseram fazer um culto agradável a eles e ofereceram “fogo estranho” no altar de Deus. O resultado é que foram mortos, ali mesmo, na presença de Deus. Deus não aceita o arrogante em sua presença. Ele o humilha e o abate. Quanto ao humilde, ele o recebe e o exalta.

Quem somos nós para fazer regras na presença de Deus? Davi desejou trazer a arca de Deus para Jerusalém. Criou suas normas para fazer isto. Trouxe cantores, colocou a arca num carro de boi novinho e fez de Uzá e Aiô sacerdotes para ministrar diante de Deus. O resultado foi que os bois tropeçaram, um dos sacerdotes tentou segurar a arca e foi morto ali mesmo. As regras para o transporte da arca eram claras. Deus não é mal para matar ninguém, mas não aceita de modo algum que desrespeitem suas leis. Depois deste acontecido Davi, assim como todo orgulhoso, passou a ter medo de Deus e por um longo tempo abandonou a ideia de trazer a arca para junto de si. Isso é natural para o pecador.

Num dos textos mais conhecidos pela cristandade, lemos: “Se meu povo que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, e me buscar e se arrepender dos seus maus caminhos, então eu…” (2 Cr 7.14). Observe queHumilhar é a primeira exigência da lista. Humilhar é reconhecer que não se é senhor da própria vida. É servo. Oraré outra exigência. Orar é reconhecer que não se pode fazer nada por si mesmo. É reconhecer que depende totalmente de Deus. Depois é necessário Buscar. Buscá-lo é ir em busca do seu socorro. Deus quer ser buscado com exclusividade. É por isso que a idolatria é um pecado tão grave, pois coloca o ídolo no lugar de Deus. O idólatra desobedece a Deus e fica com a inutilidade dos ídolos. E por fim, exige-se que o adorador Arrependa-se. Arrepender-se é reconhecer que não obedeceu ao Senhor. É o mesmo que afirmar que tentou ser senhor de si mesmo e buscar o que é proibido nas Leis de Deus. Sem humildade, oração, busca e arrependimento, não há perdão de pecados e nem bênçãos divinas.

Jacó não foi destruído nas vezes que esteve na presença de Deus porque aprendeu a lição. Ele reconheceu a sua indignidade. Esse ato de Jacó exalta a soberania de Deus. Ele diz que é indigno da misericórdia divina. Misericórdia é algo que só busca quem sabe que não tem nada a oferecer. Diz também que é indigno da fidelidade divina. Paulo diz que mesmo quando somos infiéis, Deus permanece fiel, porque não pode negar-se a si mesmo. Jacó reconheceu, com estas palavras, que fora infiel e se vê como merecedor do castigo e não de bênçãos. Também diz que era indigno da bondade divina. Um dos grandes males dos homens é achar que é bom. Quem é bom não precisa de Deus. Jacó diz que não era merecedor da Sua bondade. Por fim ele reconhece sua dependência. Reconhece que sem Deus todo o seu trabalho seria em vão. Saíra de sua terra com um cajado e voltava rico. Jacó reconheceu que seu esforço teria sido inútil sem Deus, mas viu a mão de Deus em tudo o que possuía.

O resultado desta humilhação pessoal foi poder estar na presença de Deus e não ser destruído. Assim deve ser com todos os que se aproximam de Deus.

A terceira atitude para estar na presença de Deus é SER TOTALMENTE DEPENDENTE DE DEUS (v.11,12)“Livra-me das mãos de meu irmão Esaú, porque eu o temo, para que não venha ele matar-me e as mães com os filhos. E disseste: Certamente eu te farei bem e dar-te-ei a descendência como a areia do mar, que, pela multidão não se pode contar”.

Idólatras sempre terão medo de Deus porque dependem dos ídolos. Os ídolos não podem fazer nem bem, nem mal. São inúteis. Talvez sirvam como decoração, só isso. Alguém que dependa de ídolos nunca se satisfará com seus favores, pois eles nunca virão.

Quem depende de Deus se sente seguro. O salmista disse: “De Deus dependem minha salvação e minha glória”. Esta segurança é uma constante na vida de todos os que crêem. Quem depende de Deus sente alegria por estar em Sua presença. Ele não trará medo, pelo contrário, dará ao adorador segurança absoluta.

Pedro, que dependia de Deus, disse que “Aqueles que são guardados pelo poder de Deus, o Diabo nem toca”. É por isso que cantamos: “Mestre o mar se revolta e as ondas nos dão pavor. O céu se reveste de trevas, não temos um salvador?” Daí, cantamos como Deus nos socorre nas piores situações: “As ondas atendem ao meu mandar, sossegai! Seja o encapelar do mar, a ira dos homens, o gênio do mal, tais águas não podem a nau tratar, que leva o Senhor, Rei do céu e mar! Pois todos ouvem ao meu mandar: Sossegai! Sossegai! Convosco estou para vos salvar; Sossegai!” (Hino 254). Quem depende de Deus não somente se sente bem em Sua presença, como também tem prazer de estar junto dEle.

Jacó demonstra sua dependência de Deus no fato de não se armar para encontrar-se com Esaú. Deus o enviara e ele foi. Dependeu somente de Deus.

No segundo livro das Crônicas dos reis de Israel (2 Cr 20.3,9,15,17,19-22,24) encontramos uma história belíssima de dependência de Deus. Diante de um inimigo invencível o rei Josafá confiou em Deus. Ele teve medo, o que é natural, mas orou e jejuou. Ouviu o direcionamento de Deus e se preparou para ir à guerra para não lutar. Juntou cantores e fez uma festa. Ninguém vai para a guerra assim, mas Josafá foi, pois Deus dissera que não necessitaria lutar. O próprio Deus lutaria por ele. O resultado foi o esperado. Os inimigos se voltaram contra si e se mataram. Ao povo de Deus coube, apenas, recolher os despojos.

Quem depende de Deus, o tem como Senhor, se humilha diante dEle e se coloca na Sua presença suplicando seu favor. Não há sentimentos arrogantes e não há altivez. Há dependência. Neste caso, assim como aconteceu com Jacó, o adorador se apresenta diante de Deus, sem medo. Deus o aceita e o abençoa. E assim como Jacó, deixa de ser um pecador perdido e passa a ser um pecador perdoado. Que grande bênção e esta, não é?

O crente é e deve ser ousado por conhecer Seu amor e o Seu cuidado. Como pecador não está livre de pecar, mas caso venha a pecar sabe que há a possibilidade do perdão, então, se humilha, reconhece seu erro, assume a posição de lutar para não pecar e depende do sacrifício de Jesus na cruz para receber o perdão. E, ousado, volta à presença santa de Deus.

O salmista nos disse: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor”. Tenhamos, pois, prazer em Sua presença e proclamemos esta inenarrável experiência para que muitos outros também possam ter este mesmo prazer santo.

Que Deus tenha misericórdia de todos nós e nos abençoe!

A CARA DO PAPAI

Gn 33.1-20 (ênfase: v.10a) – O nascimento de um bebê expõe seus pais a uma situação engraçada. Os parentes dissecam o recém nascido à procura de
qualidades dos pais: “O nariz é da mãe; o pé é do pai; o olho é da avó paterna; o cabelo…”. A maior alegria é quando mais de um concorda e diz: “É a cara do papai”.

Lendo este texto me prendi no versículo 10. Jacó revela que: “Viu o rosto de Esaú como se tivesse contemplado o semblante de Deus”.Todo crente sabe que o salvo deve parecer com o Salvador. Tendo sido adotado em Cristo Jesus o crente passa a demonstrar qualidades do Pai. Na oração Dominical Jesus nos ensina a chamar Deus de “Pai nosso”. Não se trata de uma figura de linguagem, mas de uma nova situação de filhos adotados. Em 1 Coríntios 2.16, Paulo diz: “Nós, porém, temos a mente de Cristo”. Em Mateus 5.44,45,48, lemos: “Eu, porém vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem: para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste… portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”.

Tendo a mente de Cristo e sendo adotados nEle, como filhos de Deus, e pesando sobre nós a exigência de amar os inimigos, pois assim revelamos ao mundo que somos filhos do Pai Celeste, cabe a nós nos agonizarmos na luta conta a carne para que o Espírito Santo que habita em nós nos transforme e revele, através de nós, a beleza e santidade daquele que é nosso Pai.

Nosso tema é: OS CRENTES DEVEM TER A CARA DO PAI – Como é que nós, pecadores, possuidores de uma natureza caída e pecaminosa podemos ter “A Cara do Pai?” Tentaremos revelar isto através dos atos de Esaú, pois suas atitudes fizeram com que Jacó contemplasse, em seu rosto, “a face de Deus”.

TEREMOS A CARA DO PAI QUANDO FORMOS AO ENCONTRO DOS NOSSOS ADVERSÁRIOS E OS ABRAÇARMOS (33.4)
“Então, Esaú correu-lhe ao encontro e o abraçou; arrojou-se-lhe ao pescoço e o beijou; e choraram”.

Temos uma grande dificuldade de abraçar alguém que nos fez o mal. As lembranças das ofensas recebidas ou do prejuízo sofrido são extremamente dolorosas. Estender os braços e oferecer nosso amor a alguém assim é difícil demais. No entanto, não podemos levar em conta os nossos sentimentos e nem valorizá-los a ponto de nos deixar afastar de quem quer que seja, pois o exemplo que temos de nosso Pai é bem diferente, pois ele veio a nós, que éramos seus inimigos, nos abraçou e nos amou e nos fez experimentar de toda a sua intimidade. O pai fez assim, e quer que seus filhos, nós, façamos a mesma coisa.

Jesus contou algumas parábolas que revelam o caráter acolhedor de Deus. Primeiro ele conta a história de uma ovelha infiel e descuidada que abandonando o cuidado de seu pastor foge para deserto, se expondo a perigos. Seu pastor poderia tê-la deixado ir, mas amando-a, deixa no deserto as 99 outras ovelhas e vai à sua procura até encontrá-la e trazê-la de volta.

A outra parábola fala da perda de uma dracma. Perder uma dracma seria como perder uma moeda de dez centavos. A maioria de nós a deixaria sob a geladeira, mas muitos a removem e a pegam. Foi assim que a mulher fez. Gastou o dia todo fazendo uma faxina geral na casa à procura da dracma, até encontrá-la. Quando a encontrou fez uma festa por tê-la encontrado.

Por fim, Jesus contou outra parábola: A parábola do Filho Pródigo. Fala sobre um jovem irresponsável que abandona sua família e gasta tudo o que possui vivendo dissolutamente. Depois de perder tudo e ficar no fundo do poço, resolve voltar e quando o pai o vê, corre ao seu encontro, o abraça, manda dar-lhe banho e põe no seu dedo o anel da família. O pai foi ao seu encontro e o recebeu com alegria.

Essas parábolas foram contadas para revelar como é o amor do nosso Pai e como deve ser nossa atitude em relação àqueles que rejeitam o nosso cuidado (ovelha perdida), não tem valor algum (dracma) ou joga fora todo amor que lhe demos (Filho Pródigo). Quem aprendeu sobre o amor do Pai deve amar as pessoas e ir à procura delas, mesmo que pratiquem o mal.

Deve partir de nós a atitude de promover a paz. Não podemos esperar, mas ir. Como Deus veio a nós, devemos ir a eles. Esaú revelou Deus em sua face ao agir como Deus. Ele tinha todos os motivos para rejeitar seu irmão. Fora preterido por Deus; impedido de receber a bênção e enganado, num momento de necessidade física, no entanto, Esaú: “Correu” ao encontro de Jacó, o “abraçou e o beijou”. E “chorou”.

Maus sentimentos nos fazem mal. Adoecemos quando deixamos maus sentimentos dominar o nosso coração. Devemos colocar em prática o perdão, pois este é um remédio amargo que Deus deixou para sermos curados. Ir a nossos adversários e abraçá-los é um ato que produz cura em nossa alma.

Revele Deus em tua vida. Disponha-te. Vá às pessoas que te fizeram mal e ofereça-lhes o perdão. Abraça-lhes. Não espere que venham a ti, vá a eles. Esaú fez isso e Jacó viu a face dele como se fosse a face de Deus. Faça o mesmo.

TEREMOS A CARA DO PAI QUANDO DEIXARMOS DE EXIGIR COMPENSAÇÕES POR NOSSAS BOAS ATITUDES (33.8,9)
“Perguntou Esaú: Qual é o teu propósito com todos esses bandos que encontrei? Respondeu Jacó: Para lograr mercê na presença de meu senhor.
Então, disse Esaú: Eu tenho muitos bens, meu irmão; guarda o que tens”.

A parábola do credor incompassivo revela um devedor perdoado que não revelou a mesma misericórdia a quem lhe devia. Tendo uma dívida impagável, suplicou pelo perdão e teve sua dívida perdoada. Ele devia dez mil denários. Para se ter uma idéia desse valor, o Rei Herodes recebia por mês 900 talentos. Um homem comum nunca teria condições de pagar uma dívida tão grande.

Tendo recebido o perdão de uma dívida tão alta, saiu e encontrou-se com um homem que devia um valor irrisório. Não tendo como pagar o devedor lhe suplicou perdão, mas foi surrado. Tendo visto o que fizera, os servos do primeiro credor lhes contaram o que fizera. O homem que havia sido perdoado teve o perdão da dívida revogado e fora preso até que pagasse a sua dívida.

O perdão recebido o obrigava a retribuir perdoando a outros. Jesus contou esta parábola para nos fazer entender que nossa dívida com Deus é impagável. Mesmo que fôssemos mortos ainda seríamos devedores, pois apenas sofreríamos a pena por nossos atos. Deus, em Cristo, se propôs nos perdoar essa dívida tão grande. E do mesmo modo, ele exige que façamos o mesmo com quem nos ofendeu.

Jesus nos ensinou a orar dizendo: “Perdoa-nos como temos perdoado os nossos devedores”. O perdão que queremos receber de Deus nos será dado na medida em que oferecemos o perdão a quem nos ofendeu. É bom pensar nisto.

Temos de rever nosso conceito de reparação. Deus não cobrou nada de nós. Ele ofereceu Sua salvação de graça. Não pagamos nada a Deus por saldar nossa dívida com ele. Porque, então, cobramos um valor tão alto de quem nos faz mal?

Quando Deus exige que nos humilhemos na sua presença não é porque ele vê glória na humilhação humana. É porque ele vê vidas sendo restauradas neste ato. Quando exigimos uma retratação corremos o risco de estar nos exaltando e alimentando o nosso ego. Temos de entender que a retratação deve ser para a cura de quem nos ofendeu, para que não volte a praticar novamente, e não para que nos sintamos bem.

Nosso Pai deu Seu Filho. Desejou-nos. Pagou o preço. Não nos cobrou nada. Ele não exige reparação. Apenas quer que nos entreguemos a ele e confiemos em sua providência. Esaú fez o mesmo com Jacó. Rejeitou os presentes oferecidos por Jacó como um meio de saldar sua dívida. Não via necessidade alguma de recebê-los. Aceitou-os, no final, apenas como presente de um irmão, e não por retribuição pelos pecados cometidos contra ele.

A alegria de Esaú foi ter seu único irmão de volta. Essa deve ser nossa maior alegria: recuperar a amizade de um amigo. Um amigo perdido nos custa muito cara. Amigos são difíceis de conquistar, por isso, perdê-los é um prejuízo inominável. Temos de recuperá-los, sem exigir compensações. Assim faremos igual a nosso Pai e revelaremos Sua face em nossa face.

TEREMOS A CARA DO PAI QUANDO DEIXARMOS DE TRATAR OS QUE NOS FIZERAM MAL PELO MAL QUE NOS FIZERAM
(33.10) “Te agradaste de mim”.

Temos ótima memória se o erro é dos outros. Anos se passam e continuamos a remoer cada palavra que ouvimos e que nos feriu. Não nos esquecemos dos gestos menores, mas que revelaram a maldade de quem nos feriu. Mas temos péssima memória quando o erro é nosso. Esquecemos-nos do quanto a pessoa se feriu com nossas palavras, e, na maioria das vezes, menosprezamos o sofrimento daquele a quem ferimos. Um ditado popular diz: “Quem bate esquece”.

Perdoar não é se esquecer. Ninguém se esquece de uma situação que provocou um mal tão grande em sua alma. Perdoar é passar a tratar o ofensor como se ele nunca tivesse nos ofendido. E relacionar-se com esta pessoa como se ele tivesse sido um amigo fiel e dedicado durante toda a sua vida.

Nosso Pai faz assim. Veja o que ele fez: “Tu, porém, amaste a minha alma e a livraste da cova da corrupção, porque lançaste para trás de ti todos os meus pecados” (Is 38.17). Ninguém vê o que foi jogado para traz. O que fica diante dos olhos é lembrado e mantém a ferida aberta. Nosso Pai, querendo nos aceitar, não colocou nossos pecados diante de si, para lembrar-se deles todos os dias, mas os jogou para traz para nem se lembrar deles e nos tratar como se nunca tivéssemos pecado contra ele.

Outro texto diz: “O Senhor é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno. Não repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniquidades” (Sl 103.8-10). Se ainda havia alguma dúvida sobre o modo no nosso Pai nos tratar, creio que esse texto acabou com ela. Deus resolveu nos tratar de modo a não retribuir-nos por nossa iniquidades. É assim que o filho que quer parecer com o pai deve agir.

Jacó reconheceu esta atitude altruísta em Esaú. Jacó sofria culpas por seus atos. Enganara e fora desonesto. Sua alma sofria por seus atos passados e ele tinha certeza de que Esaú o trataria com base em seus atos passados. Porém, Esaú o surpreendeu. Ele veio ao seu encontro, o abraçou e o beijou. E Jacó reconhece: “Tu te agradaste de mim”. Esaú não tratou Jacó pelo mal que lhe fizera e por isso, com quem Esaú se pareceu neste momento? Veja o que foi dito por Jacó: “Vi o teu rosto como se tivesse contemplado o semblante de Deus”.

Estou lendo um livro, intitulado: “O Que Deus Espera de Seus Filhos” do altor …………… e tirei dele alguns parágrafos sobre o que estamos falando.

“Se o inimigo te ofendeu você merece uma recompensa proporcional à calúnia. É nessa hora que o perdão e a misericórdia se tornam relevantes e urgentes. O Perdão dirá: Estou disposto a esquecer tua ofensa. Quero que nosso relacionamento volte a ser como antes. A Misericórdia dirá: Vou tratá-lo melhor do que você merece”.
E diz mais: “Para aprender a amar nossos inimigos precisamos nos lembrar que eles são realmente culpados e que isso não deve nos impedir de oferecer-lhes amor, misericórdia e perdão. Jesus sofreu e orou por nós quando éramos inimigos de Deus”. (p. 252)

Nosso Pai não nos trata tendo como base as nossas iniquidades. Ele resolveu nos perdoar. Quando se lembra de que pecamos ele olha para Jesus Cristo na cruz. Vê que todos os nossos pecados foram colocados sobre Ele. Assim, então, ele nos trata como se fôssemos absolutamente puros e santos.

Do mesmo modo temos de tratar nossos ofensores. O preço de nossa ofensa foi colocado sobre Jesus. Quando formos tentados a tratar nossos ofensores com base no que fizeram temos de nos lembrar que não somos tratados pelo que fizemos, e assim como nosso Pai devemos tratá-los. Assim revelaremos, com nossos atos, que somos a cara de nosso Pai.

TEREMOS A CARA DO PAI QUANDO PROTEGERMOS AQUELES QUE NOS FAZEM MAL (33.15) –
“Respondeu Esaú: Então, permite que eu deixe contigo da gente que está comigo.
Disse Jacó: Para quê? Bata que eu alcance mercê aos olhos de meu senhor”.

Somos vingativos por natureza. Gostamos de ver nossos adversários se dando mal. Agimos assim porque não procuramos ver como nosso Pai castiga quem age assim. Edon, povo descendente de Esaú, foi dizimado por Deus, porque quando Judá estava sendo atacada pela Babilônia, eles diziam: “Bem feito!” Além disso, eles também prenderam os judeus que conseguiram fugir do cerco da Babilônia.

Temos de aprender a confiar na justiça divina e sofrer quando nossos adversários estão sob o juízo divino. Alegrar-nos com o sofrimento deles é visto por nosso Pai com maus olhos. Desejar o mal daqueles que nos fizeram o mau nos faz tão maus quanto eles.

Ao contrário de fazer o mal, temos de fazer o bem. Jesus nos ensinou a orar pelas pessoas que nos fazem o mal. Devemos fazer isto até contra aqueles que atentam contra nossa vida. Isto não é fácil! Mas quem disse que ser cristão é fácil? A Bíblia diz que devemos ser“Como nosso Pai”. Ele é santo, por isso devemos ser santos. Ele é puro e perfeito, e também temos de usar toda a nossa força para o sermos.

Se alguém é nosso adversário é porque ele não conhece ao nosso Deus. Pois se o conhecesse teria o mesmo desejo que temos de sermos como Ele. Então devemos orar pela conversão de nosso adversário, pois sua conversão é o maior bem que alguém pode receber de Deus. No entanto, sua conversão o atrairá para perto de você e teu pior inimigo será transformado em teu irmão.

Esaú teve seu rosto, visto por Jacó, como “O semblante de Deus”. Isto só foi possível porque Esaú agiu do mesmo modo com Deus age. Além de todas as atitude de Esaú, que estudamos a pouco, ele ainda se preocupou em proteger seu irmão, sua família e seus bens. Deus agiu assim conosco. Esaú agiu assim com seu irmão. Assim devemos agir com quem nos faz mal.

Neste estudo defendemos que OS CRENTES DEVEM TER A CARA DO PAI.

Fizemos uma pergunta: Como é que nós, pecadores, possuidores de uma natureza caída e pecaminosa podemos ter “A Cara do Pai?” As resposta que obtivemos ao analisar as atitudes de Esaú foram:

1. TEREMOS A CARA DO PAI QUANDO FORMOS AO ENCONTRO DOS NOSSOS ADVERSÁRIOS E OS ABRAÇARMOS (33.4)“Então, Esaú correu-lhe ao encontro e o abraçou; arrojou-se-lhe ao pescoço e o beijou; e choraram”.

2. TEREMOS A CARA DO PAI QUANDO DEIXARMOS DE EXIGIR COMPENSAÇÕES POR NOSSAS BOAS ATITUDES (33.8,9)“Perguntou Esaú: Qual é o teu propósito com todos esses bandos que encontrei? Respondeu Jacó: Para lograr mercê na presença de meu senhor. Então, disse Esaú: Eu tenho muitos bens, meu irmão; guarda o que tens”.

3. TEREMOS A CARA DO PAI QUANDO DEIXARMOS DE TRATAR OS QUE NOS FIZERAM MAL PELO MAL QUE NOS FIZERAM(33.10) “Te agradaste de mim”.

4. TEREMOS A CARA DO PAI QUANDO PROTEGERMOS AQUELES QUE NOS FAZEM MAL (33.15) – “Respondeu Esaú: Então, permite que eu deixe contigo da gente que está comigo. Disse Jacó: Para quê? Bata que eu alcance mercê aos olhos de meu senhor”.

Se você já é filho de Deus saiba que o mundo precisa conhecer o teu Pai. O melhor modo de revelá-lo ao mundo é agindo como Ele agiu conosco e com a humanidade. Esaú teve seu rosto, visto por Jacó, como o semblante do próprio Deus. É assim que devemos ser visto pelo mundo. Temos de ter A CARA DE NOSSO PAI.

PRÁTICAS PROIBIDAS
Gn 34.1-31

Há práticas que nem sempre são corretas. Até mesmo a sociedade as tem como repulsiva, por exemplo: O roubo praticado por políticos ou andar pelado na rua. Até mesmo numa sociedade não cristã estas práticas recebem o repúdio e são rejeitadas.

Quando estudamos a palavra de Deus percebemos que ela traz algumas práticas que são reprovadas por Deus. Paulo nos avisa, por exemplo, que o cristão não deve andar com más companhias. Isto é algo inaceitável, pois o fim será a corrupção do crente. A influência do mundo é muito forte em nós, por isso é essencial que mantenhamos distância dele.

Neste estudo trataremos sobre algumas PRÁTICAS QUE NÃO SÃO ACEITAS POR DEUS. Com certeza existem várias outras, mas trataremos apenas sobre três delas, pois são as que aparecem no texto base.

A primeira delas é A PRÁTICA DO SEXO FORA DO CASAMENTO (1-7) “Ora, Diná, filha que Lia dera à luz a Jacó, saiu para ver as filhas da terra. Viu-a Siquém, filho do heveu Hamor, que era príncipe daquela terra, e, tomando-a, a possuiu e assim a humilhou. Sua alma se apegou a Diná, filha de Jacó, e amou a jovem, e falou-lhe ao coração… Siquém praticara um desatino em Israel, violentando a filha de Jacó, o que não se devia fazer”.

Outro dia ouvi na TV, em tom de piada, algo que revela o pensamento atual. Um homem perguntou para o outro: “Pode fazer sexo antes do casamento? O outro respondeu em tom de deboche: “Pode, desde que não atrapalhe a cerimônia.” Para muitos o sexo se tornou banal, enquanto a Bíblia fala sobre a união sexual do casal como algo sagrado e santo. Esta união é tão séria que é registrada nos céus e cobrada dos homens e só Deus pode colocar um fim nela.

Quem quer se casar vai ao cartório, preenche os requisitos documentais, vai à igreja e se casa. Mas o casamento nem sempre foi do modo como o conhecemos hoje. Há cerca de 150 anos atrás não havia o registro civil do casamento. Havia apenas o casamento religioso. Voltando mais no tempo, havia apenas uma festa que marcava a união do casal, diante dos parentes e amigos. Voltando mais ainda, não havia festa, apenas o homem o homem se comprometia e declarava seu casamento, recebia a jovem e, a partir, do ato sexual estavam casados. Havia um compromisso pessoal e irrevogável na sua decisão.

O que sempre marcou o início do casamento foi a união sexual. Um casamento que não haja sexo sempre pode ser desfeito como um casamento não consolidado, pois é o sexo que o consolida. Paulo diz que o jovem não pode fazer sexo com prostituta, pois ele está se tornando “um” com ela. É o que nos diz o livro do Gênesis, que o casal se torna “um” através da união sexual no casamento.

A influência de amigas e amigos é terrível para um jovem que queira ser fiel. Se já tem cerca de 15 a 17 anos e é virgem, seu estado é tratado pelos amigos como uma vergonha. Vergonha deveria ser o contrário, mas como Rui Barbosa dizia em seu tempo: “Haverá um tempo em que o homem terá vergonha de ser honesto”. Esse tempo já chegou. O erro é o certo, e o certo virou vergonhoso.

A Bíblia registra o sexo entre Amnom e Tammar. Havia desejo e paixão do rapaz para a moça. Mas ele arrumou um modo de antecipar o sexo entre eles e o ato sexual errado e antecipado trouxe nojo, repúdio, vergonha e morte. A jovem se sentiu enojada de si mesma e envergonhada caminhou com a roupa rasgada e com cinzas na cabeça. O jovem foi morto pelo irmão da moça. Que triste fim que o sexo antes do casamento causou. O sexo só é aceito depois do casamento. Fora dele é pecado e traz sérias consequências.

Mas o sexo entre casados só pode acontecer entre o casal. Ninguém de fora pode fazer parte desta relação. Conhecemos o registro do sexo entre o Rei Davi e Batseba. Ambos eram casados. O desejo do rei foi satisfeito e não questionado pela mulher casada. A gravidez expôs o pecado. Para concertar o erro o pecador se tornou ainda mais pecador, mentindo, assassinando e escondendo o seu pecado. O resultado do sexo com outra pessoa fora do casal trouxe pecado, vergonha, castigo divino (o filho morreu) e uma terrível mancha na história de um grande rei de Israel. Tudo poderia e deveria ter sido diferente. Mas foram vencidos pelo desejo e tudo acabou assim.

A ordem bíblica é que o homem “Deixe o pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se, os dois, uma só carne”. E que “O que Deus uniu o homem não separe”. É necessário tratar com mais seriedade a prática sexual, pois Deus a vê como algo santo e sagrado.

A fornicação é a prática de sexo entre solteiros. Não é e não será aceita por Deus. A liberação sexual não mudou a vontade de Deus. As exigências divinas são as mesmas. A fornicação traz vergonha, dor, aborto e leva o casal a não se casar, pois o que fariam casados já fazem sendo solteiros e, sem compromisso. O resultado são experiências pecaminosas, filhos de mães solteiras sendo criados distante dos pais ou famílias com filhos de vários pais diferentes e famílias desestruturadas.

O adultério é a prática do sexo entre duas pessoas casadas ou entre um solteiro e uma casada. Também é repudiado por Deus. Ele provoca o fim de casamentos, forma filhos revoltados e problemáticos, filhos abusados pelo novo cônjuge e novos casamentos que são rejeitados por Deus e tidos por Deus como adúlteros. A prática de sexo é exclusiva entre o homem e sua esposa, legitimamente casados. Tudo o que foge a essa regra é pecado e inaceitável aos olhos de Deus.

Há também a prática da impureza Sexual. Ela é inaceitável. Há os fetiches, quando o casal quer algo para apimentar a relação e traz para o quarto, sejam filmes, revistas e outros materiais pornográficos, por exemplo. Há o voyeur, que se satisfaz oferecendo seu cônjuge para vê-lo mantendo relação com outro. O swing, em que casais trocam de pares e outras práticas impuras que ferem o modo da relação sexual desejada por Deus e que devem ser rejeitadas pelos cristãos. O sexo deve ser mantido apenas para a intimidade do casal.

Há também a perversão sexual. Ela é inaceitável. Perverter é mudar a forma original. Homem fazendo sexo com homem ou mulher com mulher tem sido repudiado por Deus desde o início da história, e na época antiga tais práticas eram punidas com morte. Não é porque a homofobia é o assunto da vez que Deus aceitará tais práticas como corretas. Sexo com animais também é nojento e passível de morte. Taras bizarras, como sexo com mortos e outras loucuras desta natureza, também são inaceitáveis.

O texto apresenta um príncipe que se achou no direito de possuir uma jovem que passeava por ali. Pelo jeito ela não parece ter se defendido e aceitou à corte. Depois contou para alguém e acabou nos ouvidos do pai e dos irmãos. Houve revolta e o casamento desejado pelo rapaz nunca aconteceu.

A antecipação do sexo fere a santidade do casamento. O versículo 31 diz: “Abusaria ele de nossa irmã, como se fosse prostituta”. Todas as moças solteiras que mantém relação sexual com namorados são “Prostitutas” aos olhos de Deus e seus namorados são vistos por Ele como adúlteros. O que caracteriza a prostituição não é somente o sexo pago, mas qualquer prática do sexo fora do casamento.

Qualquer tipo de sexo fora do casamento é “PROSTITUIÇÃO”. Quem quer ter vida sexual tem de se casar. Aí sua vida sexual será abençoada por Deus e não trará os malefícios da prostituição. Qualquer prática de sexo fora do casamento é pecado e atrairá, com justiça, a ira de Deus. Sexo fora do casamento é uma prática que Deus não aceita.

A segunda prática que Deus não aceita é A PROFISSÃO DE FÉ INTERESSEIRA (14-24) “Tais palavras agradaram a Hamor e a Siquém, seu filho… Estes homens são pacíficos para conosco; portanto, habitem na terra e negociem nela. A terra é bastante espaçosa para contê-los; recebamos por mulheres as suas filhas e demos-lhes também as nossas. Somente, porém, consentirão os homens em habitar conosco, tornando-nos um só povo, se todo macho entre nós se circuncidar, como eles são circuncidados. O seu gado, as suas possessões e todos os seus animais não serão nossos? Consintamos, pois com eles, e habitarão conosco”.

Igrejas estão crescendo muito. Estão se tornando mega-igrejas. A pergunta que fica no ar é: será que todos ali fizeram uma profissão verdadeira de sua fé ou estão lá por algum interesse. Será que sua presença não é apenas parte do negócio que querem fazer com Deus? Trocar sua presença por bênçãos, por exemplo?

O texto apresenta a história de um jovem e seu pai que combina com os homens de sua cidade para fazer a circuncisão como negócio. Era-lhes uma forma de se apossar e usufruir dos bens de Jacó e de sua família.

A circuncisão foi instituída como o batismo é para nós. Era uma forma visível de identificar o povo da aliança. Era o povo que estava sob as bênçãos de Deus e que procurava fazer Sua vontade. Era uma obrigação de fé. Não era um ato apenas externo. Era algo que devia acontecer primeiro no coração.

Paulo, em Romanos 10.9, registra a necessidade da profissão de fé ser algo interno e externo. Não basta apenas um. São necessários os dois ao mesmo tempo: “Se com a boca confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”. Se houver apenas a confissão com a boca apenas, sem o envolvimento do coração, ela será inútil. Se houver uma convicção do coração, mas não acontecer a confissão publica, essa falta de coragem será tida por Deus como covardia, e O levará a recusar o covarde diante de Si, no juízo final.

Muitos confessam sua fé por medo. O Salmo 7.14,15, diz: “Se o homem não se converter, afiará Deus a sua espada; já armou o arco, tem-no pronto; para ele preparou já instrumentos de morte, preparou suas setas inflamadas”. Diante deste texto, que afirma que Deus se torna inimigo de quem se recusa a confessá-lo diante dos homens, faz a sua confissão motivada por medo de Deus. Essa confissão também é inútil.

A circuncisão era uma exigência para todos os descendentes de Abraão. Era a marca da bênção. Era um modo de confissão de sua fé e um modo de entrar na família abençoada. Mas circuncidar-se tornou-se algo comum, como o batismo hoje se tornou algo banal para muitos que se dizem cristão. Um pastor conhecido lançou o desafio de batizar 5.000 pessoas de uma vez e exigiu que os membros da igreja trouxessem pessoas para serem batizadas. Não exigiu conversão, apenas o batismo. O que parece é que sua igreja só queria bater um recorde e ficar famosa.

Esta relação com Deus é inaceitável. Ela produz crentes nominais. São pessoas que confessam a sua fé e somem. Não há compromisso algum.

Muitos se perguntam: O que ganho por ser um crente? Você já ganhou o maior dos prêmios: a salvação. O que poderia ser mais importante do que a Salvação? Mas muitos preferem os bens terrenos e os benefícios que eles trazem e se aproximam de Deus unicamente por interesse. Deus não aceita isto.

O jovem e seu pai, da nossa história, olharam com interesse para os bens de Jacó e para o que poderiam ganhar. A preocupação de quem faz sua profissão de fé deve ser: Em que posso ser útil? Hamor e os seus decidiram professar uma fé apenas por interesse: Resultado foi que nenhum deles usufruiu de nenhum dos bens de Jacó. Do mesmo modo acontece com aqueles que professam fé interesseira. Estes nunca se apossarão das bênçãos espirituais dadas por Deus.

A terceira prática rejeitada por Deus é a prática de ALIMENTAR A IRA E EXECUTAR A VINGANÇA (25-31) “Ao terceiro dia, quando os homens sentiam mais forte a dor, dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, tomaram cada um a sua espada, entraram inesperadamente na cidade e mataram os homens todos. Passaram também ao fio da espada a Hamor e a seu filho Siquém; tomaram a Diná da casa de Siquém e saíram. Sobrevieram os filhos de Jacó aos mortos e saquearam a cidade, porque sua irmã fora violada. Então disse Jacó: vós me afligistes e me fizestes odioso entre os moradores desta terra. Responderam: Abusaria ele de nossa irmã, com o se fosse prostituta?” (v. 25-31)

A ira é inevitável, mas o modo como tratamos a ira é que vai revelar quem governa nosso coração. A Bíblia nos manda “Consultar o travesseiro”quando estamos irados. Nos deitar e acalmar nosso espírito é um modo de dominar nossas atitudes. Erramos menos quando agimos com a cabeça fria.

Os irmãos de José lhes disseram: “Não se acenda a tua ira contra teu servo; porque tu és como o próprio Faraó” (Gn 44.18). José do Egito se tornou um exemplo de domínio próprio. Ele entendeu que a mão de Deus guiou sua história. Seus irmãos eram culpados de fato, isto não o permitiu tratá-los baseado em sua ira. Ele agiu benignamente com eles e os protegeu até o fim de sua vida. Ele não deixou “acender a sua ira”.

A razão primeira para não nos irar é que a ira só traz malefícios. Ficamos doentes quando guardamos rancor no coração. É como “Tomar pequenas dozes de veneno esperando que o outro morra”. Prejudicada será sempre a pessoa irada.

Quem se ira quer vingança. Deuteronômio 32.35, revela quem é o Senhor da Vingança: “A mim me pertence a vingança, a retribuição, a seu tempo, quando resvalar o seu pé; porque o dia da sua calamidade está próximo”. O mesmo texto é repetido em Romanos 12.19 e Hebreus 10.30. Deus diz que a vingança é dEle. Todas as vezes que nos vingamos de alguém, nos tornamos opositores de Deus, isto porque a vingança é uma atribuição do próprio Deus.

Quem tem a mão mais pesada: Você ou Deus? Eu tenho aprendido e tentado com muito custo, colocar minha ira na presença de Deus. Algumas situações nos fazem ficar alterados, com justiça. Quando somos alvos de injustiça, injúrias, mentiras e difamação somos tomados pelo desejo de nos vingar. Mas que mal posso fazer a quem me faz mal? Quase nenhum, mas Deus pode. Passei a deixar nas mãos de Deus e o resultado é tremendo. Sua mão é pesada e ele retribui com justiça o mal que provocaram a mim e a qualquer dos Seus filhos. Confie, também, em Deus na hora de se vingar. O papel do cristão é amar os inimigos. Deixe a vingança com Ele. Ele faz muito melhor que você e ainda te deixa de mãos e coração limpos.

Naum 1.2, nos diz: “O Senhor toma vingança contra os seus adversários e reserva indignação para os seus inimigos”. As palavras da Bíblia trazem a realidade com uma clareza assustadora. A verdade é que Deus faz justiça e não deixa que nenhum dos seus filhos seja injustamente oprimido. Ele fica indignado e pune severamente os injustos e perversos.

Recebemos um aviso bem claro sobre a prática inaceitável da vingança: (Pv 20.22) “Não digas: vingar-me-ei do mal; espera pelo Senhor, e ele te livrará”. Quem se vinga se sente culpado por ter pecado contra Deus e contra o próximo. Os salmistas revelaram os salmos imprecatórios, que são um modo de depositar diante de Deus toda a indignação que está no coração, porém esperando na ação divina para a prática da vingança. Este texto diz com clareza que ninguém deve dizer a si mesmo: “vingar-me-ei do mal”, pelo contrário, deve “esperar pelo Senhor, e ele te livrará”.

Não se vingar não é se tornar um passivo sofredor que aceita todo o mal contra si. O texto nos revela que Deus não aceita a prática da ira e da vingança, mas as injustiças devem ser tratadas com toda seriedade e exposta à justiça. Em Romanos 12.19, Paulo nos diz: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: a mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor”. Ele um texto já citado e nos induz a confiar na justiça divina. Leva-nos a “dar lugar à ira”. Isso quer dizer: deixe-a passar. Não a retenha em teu coração, e isto porque, a vingança pertence a Deus.

Uma vez tendo colocado sua ira nas mãos de Deus, e sabedor de que Deus fará justiça, disponha-te a amar e tratar teu adversário com toda compaixão e misericórdia com que Deus te tratou. É assim que deve ser.

No texto, Simeão e Levi ficaram irados com a injustiça praticada pelo jovem príncipe. Ele pecou ao praticar sexo antes do casamento e trouxe um desatino ao povo de sua amada. Ele provocou a ira dos irmãos e eles se acharam no direito de fazer justiça com as próprias mãos. Armaram uma cilada e como os homens estavam dispostos a fazer um profissão de fé interesseira, os levaram a circuncidarem-se e quando estavam imobilizados por causa da dor da circuncisão, foram mortos.

Esta prática da vingança não foi aceita. O pai os repudiou. Deus negou-lhes as bênçãos. Anos se passaram, e quando o pai, no leito de morte, foi abençoar seus filhos, a bênção lhes foi negada porque agiram com ira e se vingaram. Jacó apenas confirmou que Deus repudia a prática da ira e da vingança, pois elas pertencem a Deus e a justiça dos homens não produz a justiça de Deus.

Neste estudo observamos algumas PRÁTICAS QUE NÃO SÃO ACEITAS POR DEUS. O mundo as aceita naturalmente, mas Deus não.

A primeira delas foi A PRÁTICA DO SEXO FORA DO CASAMENTO (1-7) Mostramos que nenhuma prática sexual, seja oculta ou pública, particular ou em grupo, se praticada fora da união oficial que chamamos casamento, é pecado e inaceitável diante de Deus e quem a pratica é adúltero e merece toda a ira de Deus.

A segunda prática inaceitável aos olhos de Deus que estudamos foi A PROFISSÃO DE FÉ INTERESSEIRA (14-24) Muitos estão dizendo que são cristãos sem ser. Sua profissão de fé foi feita apenas no interesse de Deus suprir suas necessidades. Não foi uma entrega do pecador arrependido que se joga nos pés do salvador. Essa profissão de fé é inútil e pecaminosa.

A terceira prática rejeitada por Deus é a prática de ALIMENTAR A IRA E EXECUTAR A VINGANÇA (25-31) Muitos se acham no direito de se vingar e trazer mal a quem lhe fez mal. Deus não aceita esta prática, pois a vingança lhe pertence e todos que se vingam tomam o lugar de Deus, nisso pecam e ainda passam a ter a Deus como seu opositor.

Com certeza existem muitas outras práticas que Deus rejeita. Ficaremos hoje com apenas essas três. Se tivermos o cuidado de não praticá-las, já teremos feito progresso. Que Deus os abençoe!

CULTO
GN 35

Conhecemos a historia de Jacó, suas vitória e desventura. Sabemos que ele não serve como exemplo de boa ética e moral. Ele foi desonesto em várias situações, foi supersticioso e sempre procurou dar um jeitinho de se dar bem. Mas, como dizemos a qualquer pecador: “Venha como estás”, Jacó veio como estava e Deus o transformou nesse convívio santo, até chegar ao ponto de Jacó e sua família prestarem seu primeiro culto verdadeiro a Deus.

Nesta semana mataram o cabo Bruno. Um homem que executou mais de cinquenta pessoas por não crer na mudança do caráter dos homens. Depois de vinte e sete anos na cadeia, se converteu e se tornou um pastor. Olhando para seus crimes poderíamos questionar o seu arrependimento, mas olhando para o valor do sacrifício de Jesus Cristo, podemos afirmar que não há pecado que não possa ser perdoado. Bruno veio assassino e Deus o fez propagador da graça da salvação. Um homem que desejava prestar culto a Deus pela transformação que Deus efetuara em sua vida.

Na continuidade do estudo do Gênesis encontramos no texto parte do desenvolvimento do culto que é prestado a Deus. Trataremos sobre A ORIGEM DO CULTO E O PRIVILÉGIO DE CULTUAR A DEUS. Trataremos sobre o que acontece conosco quando conhecemos a Deus e como esse conhecimento traz mudanças em nossa vida.

Na mensagem de domingo tratamos sobre a necessidade de ser tocado pela Palavra de Deus. O costume do contato com a Bíblia tem-nos feito insensíveis. Quanto tempo há que não nos abalamos ao ler a Bíblia. Palavras maravilhosas ou terríveis são dista por Deus a nós e ficamos inertes. É como se nada tivesse sido dito por Ele. O culto que prestamos a Deus é algo sério demais para ser tratado com descaso.

Em primeiro lugar veremos que O CULTO É UMA EXIGÊNCIA DIVINA. Observe o texto: “Disse Deus a Jacó: Levanta-te, sobe a Betel e habita ali; faze ali um altar ao Deus que te apareceu quando fugias da presença de Esaú, teu irmão”.

Observe que o texto começa dizendo: “Disse Deus”. Cultuar não é uma escolha humana, mas uma exigência divina. Deus faz o convite, ou a exigência, a Jacó, cobrando dele que vá ao lugar onde dissera que serviria a Deus e faria ali um templo.

Não podemos pensar que nosso “clima” deve definir se vamos ou não à igreja. Podemos pensar que não estamos felizes ou com qualquer outro sentimento e por isso indisposto a cantar ou a ouvir a mensagem e assim, deixamos de ir cultuar.

O culto a Deus é porque Deus quer que eu venha adorá-lo. Quando Israel saiu do Egito, Deus exigiu que fizessem cinco festas. Nesta festa seriam lembrados os feitos divinos e o povo, então, adoraria a Deus. Era uma ordem. Quem não fosse ao templo deveria morrer. Quem se negasse a celebrar a páscoa tinha de ser morto. Era uma lei.

Culto é uma determinação divina e não uma escolha humana. Devemos acatar sua ordem. Se os cristãos atuais levassem isto em conta as igrejas estariam lotadas. Pena é que só lotam em campanhas ou quando sua situação terrena chama atenção ou os problemas precisam ser resolvidos.

O culto é um modo de Deus ensinar o seu povo a conhecê-lo e experimentar o seu poder. É no culto que estudamos a Bíblia e cantamos louvores. Nesses cânticos lembramo-nos dos feitos de Deus e o adoramos. O culto é uma forma didática de recebermos bênção e aprendermos dEle.

O interesse de Deus em ver-nos no culto é tão grande que ele prometeu ao povo que quando fosse ás festas, não seria necessário se preocupar com seus bens, pois Deus não deixaria que nenhum inimigo os cobiçasse enquanto estivessem louvando a Deus. Eu, em particular, não conheço ninguém que teve sua casa invadida por ladrões enquanto estava no culto.

O texto diz: “Disse Deus a Jacó”. O destaque fica na pessoa que fala. Deus disse. Isto revela que o culto é uma criação de Deus e não dos homens. Muitos se prendem em questões litúrgicas. Procuram fazer um culto que agrade aos ouvintes, quando deveriam celebrar as grandezas do Criador e suas maravilhas. Outros defendem sua forma de cultuar, seja tradicional ou avivado, como se fossem eles os criadores do culto. Devem se lembrar que se alguém deturpar o culto que pertence a Deus o próprio Deus trará o Seu juízo. Isto é sério!

Deus diz mais: “Levanta-te, sobe a Betel e habita ali; faze ali um altar ao Deus que te apareceu quando fugias da presença de Esaú, teu irmão”. Note que Deus exige que Jacó “Se levante”. Deus cobra dele uma atitude contra o comodismo e a preguiça natural do ser humano no que diz respeito ao culto. Age Jacó!

Comumente os pastores reclamam que os cultos da semana recebem poucos crentes. É pena constatar o descaso, pois quando há festinhas no mesmo horário a igreja lota. Será que não vêm porque não querem ou porque se negam a obedecer a ordem divina de cultuá-lo. Cultuar é uma ordem.

Ele também diz: “Sobe a Betel”. Betel era a casa de Deus. Era o lugar de encontro com Deus. Deus queria encontrá-lo novamente. Queria estar ao seu lado. Era o lugar de encontro com Deus. É claro que o nosso culto deve ocupar todo o nosso tempo. Mas com certeza no tempo em que estamos na igreja nossa atenção está mais voltada para Deus. Então, vá a Betel. Vá encontrar-te com Deus. Vá ter um momento íntimo e prazeroso com o Senhor. É isto que ele deseja.

Outra advertência divina é: “Habita ali”. É como se Deus dissesse a Jacó: não quer que apenas vá a Betel, mas que habite na minha presença. Tem crente que só vive sua fé na igreja. Saiu dali, vive como qualquer outro. Deus quer mais que isto. Devemos nos lembrar que durante o fechamento de um negócio ou na conversa com os vizinhos, Deus está ali. Quando for namorar saiba que estás na presença de Deus. O salmista, no Salmo 139, chega à conclusão que não importa onde vai, Deus está lá. Não deve ser apenas uma constatação, mas uma vida de prazer por estar sempre na Presença do Ente Santo, nosso Deus. Coloque toda a tua existência na presença de Deus. Viva nEle e para Ele.

Deus dá uma última ordem a Jacó: “Faze ali um altar ao Deus que te apareceu…”. Altar é lugar de sacrifício. Para católicos a missa é o sofrer novamente o sacrifício de Cristo. Para os evangélicos é cultuar a Deus pelo sacrifício de Cristo. Nos louvamos a Deus por Seu ato salvífico.

Deus disse: faça um altar. Nosso culto é um momento de lembrança e louvor pelo sacrifício. Mas nossa vida também deve estar no altar. Devemos nos sacrificar por Deus. Jesus disse: “Quem quer vir após mim, tome a tua cruz e siga-me”.

Em Romanos 12.1,2, diz: “Rogo-vos, pois irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo santo e agradável a Deus que é vosso culto racional”. No nosso viver, para fazer a vontade de Deus e andar com Deus, teremos que sacrificar nossa vontade, dizer não aos nossos desejos carnais e lutar contra os impulsos carnais que desejam o que Deus rejeita.

Nosso culto será sempre imperfeito, mas Deus o requer. Muitos não cantam porque não cantam bem. A coruja tem o pior canto entre os pássaros, mas não deixa de piar. Devemos cultuar a Deus não por termos um culto perfeito, mas porque Deus é o criador do culto e requer que todos os que foram alvos de seu amor o cultuem com alegria.

Em segundo lugar veremos que O CULTO DEVE SER MOVIDO PELA OBEDIÊNCIA E GRATIDÃO – “Então, disse Jacó à sua família e a todos os que com ele estavam: Lançai fora os deuses estranhos que há no vosso meio; purificai-vos e mudai as vossas vestes; levantemo-nos e subamos a Betel. Farei ali um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha angústia e me acompanhou na caminho por onde andei”.

Deus requer o culto, mas você deve prestar este culto com obediência e gratidão. Obedecer é ouvir uma determinação e acatar. Será que estamos dispostos a obedecer à ordem divina se isto não nos parecer agradável? Mesmo sabendo que é a vontade de Deus, será que não queremos fazer o que nos agrada?

Dizemos: eu não vou porque não posso, porque sou tímido, não sei. Isto aconteceu com Moisés. Ele disse: Senhor eu não sei falar, sou pesado de língua. Manda outro no meu lugar. Deus lhe disse: Basta. Você irá. Moisés foi uma bênção para o povo, pois obedeceu a Deus.

Devemos revelar gratidão com nosso culto. Obedecer apenas não é agradável. É como o empregado que faz tudo o que lhe mandam, mas vai resmungando. Seria diferente e prazeroso se ele fizesse, mas com alegria.

A obediência a Deus deve ser movida pelo dever, mas também pela gratidão. Por isso devemos cultuar com alegria: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor”. Devemos reconhecer, no nosso culto, toda a graça e misericórdia recebidas de Deus.

Jacó disse: “Lançai fora os deuses estranhos que há no vosso meio”. Vimos em Oséias 4.12 que as orações feitas a ídolos são respondidas por demônios. Paulo diz que a carne sacrificada a ídolos é, na verdade, sacrificada a demônios. As estatuetas dos ídolos não podem fazer nem bem e nem mal. Ídolos são inúteis. Deus não tinha pedido que Jacó tirasse os ídolos do seu meio, mas por gratidão a Deus ele reconheceu que não seria possível adorar a Deus e ter no meio dos seus alguns ídolos.

O adorador fiel deseja servir a Deus com exclusividade. Deuses são inúteis, porém tiram a atenção que pertence a Deus. Adorar só a Deus é uma exigência divina, porém lançá-los fora foi um ato que partiu do coração grato de Jacó.

Jacó disse mais a seu povo: “Purificai-vos e mudai as vossas vestes”. Essa foi outra atitude louvável que partiu de Jacó. Ele entendeu que deveriam estar diante de Deus observando toda a solenidade e respeito que a Ele é devido. Se para encontrar com qualquer outro a gente se arruma, para nos encontrar com Deus devemos usar o que temos de melhor.

Um irmão meu sempre nos dizia: “Roupa nova se usa primeiro na igreja”. Ele tinha razão. Muitos a usam primeiro em festas. Isto revela que dão mais valor às festa que a Deus. Não podem usar roupa repetida na festa, mas não há problema usá-las na presença de Deus.

Quando José foi encontrar-se com o Faraó, tomou banho, vestiu-se com roupas limpas e novas e barbeou-se. A situação era solene. A presença de Faraó exigia essa preparação. Será que a presença de Deus não exige? Será que não há problema em vir ao culto de bermudão, chinelo e com roupas rotas que se usa no dia-a-dia? Entendo que é pecado usar tais roupas no culto, pois estamos tratando a presença de Deus com desprezo, pois não usaríamos as mesmas roupas diante de pessoas ilustres.

Jacó revela seu respeito ao culto e a Deus. Ele entendeu que o anfitrião (Deus) merecia este cuidado com a aparência. Sua atitude dignificou a Deus. Esse: “Purificai-vos” também tem a ver com a purificação espiritual e a roupagem santa que devemos assumir na presença de Deus. Apocalipse nos revela que receberemos vestes branca, como símbolo da pureza que devemos ter na presença santa de Deus.

Jacó disse: “Levantemo-nos e subamos a Betel”. Deus exigiu e Jacó obedeceu. Ele agiu prazerosamente. Ele prometera louvar a Deus ali. Ficou grato porque sabia que Deus ouvira sua oração.

E disse mais: “Farei ali um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha angústia e me acompanhou na caminho por onde andei”.Fazer um altar foi o exigido por Deus anteriormente, mas o reconhecimento por Deus tê-lo socorrido na angústia e o acompanhado em suas caminhada veio do coração grato de Jacó.

Pare para pensar e verás o quando Deus tem te feito bem. Agora reflita e veja se tens agradecido como Deus merece. Quantos crentes passam dias sem se lembrar de dar graças a Deus. O coração de um adorador fiel está sempre disposto a obedecer às ordens de Deus, mas o faz com gratidão e reconhecimento por tudo o que Deus tem lhe feito. Faça como Jacó.

Veremos agora que O CULTO DEVE ENVOLVER TODA A FAMÍLIA – “Então, seus familiares deram a Jacó todos os deuses estrangeiros que tinham em mãos e as argolas que lhes pendiam das orelhas; e Jacó os escondeu debaixo do carvalho que está junto a Siquém. E, tendo eles partido, o terror de Deus invadiu as cidades que lhes eram circunvizinhas, e não perseguiram os filhos de Jacó. Assim, chegou Jacó a Luz, chamada Betel, que está na terra de Canaã, ele e todo o povo que cm ele estava. E edificou ali um altar e ao lugar chamou El-Betel; porque ali Deus se lhe revelou quando fugia da presença de seu irmão”.

A família é projeto de Deus. Deus planejou a família de modo que nenhum membro dela se sinta desprotegido ou passe necessidade. Deixou o homem com a tarefa de trazer o sustendo para o lar. À mulher deu a tarefa de edificar sua casa com sabedoria e assim construir um lar saudável. Aos filhos deu a tarefa de obedecer, honrar e aprender de seus pais. A todos os membros deu a tarefa de cuidar dos idosos.

O Salmo 128.4, diz: “Eis como será abençoado homem que teme ao Senhor”. A bênção para quem teme ao Senhor é comer do fruto do próprio trabalho, ter uma mulher frutífera e filhos à roda da mesa. Isso parece comum, mas é a maior promessa de bênção para quem teme a Deus.

Moisés foi à Faraó e exigiu que todos saíssem do Egito para adorar a Deus. Faraó fez várias restrições, até dizer que todos poderiam ir, mas deveriam deixar as crianças. Essa proposta foi recusada por Moisés e afirmou que sairiam todos com seus bens e com sua família completa. Não faria sentido adorar a Deus apenas com os idosos.

Estamos presenciando uma geração de jovens sem compromisso com Deus. São fruto da irresponsabilidade de seus pais. Não os ensinaram a cultuar a Deus em particular e na comunidade. Cresceram sem Deus e morrerão sem Ele. Se perderão porque seus pais decidiram cultuar a Deus sem os filhos.

Alguns pais deixam seus filhos em casa porque dão muito trabalho. Perderam a autoridade com seus filhos e agora querem fazer pior. Querem abandoná-los à própria sorte. Como eles aprenderão a se portar na igreja se são deixados fora da igreja? A família é projeto de Deus e ele requer que toda a família esteja na sua presença.

Quando Deus exigiu que Israel fizesse as festas obrigatórias ele exigiu que toda a família estivesse na sua presença. Ninguém deveria ficar fora. Quando Esdras reunião a assembléia para estudar a Palavra e ficaram por dias, em pé, sob o sol, estavam lá homens, mulheres e as crianças.

Uma das preocupações com o julgo desigual, quando um crente casa com um não crente, é a instrução dos filhos. Como aprenderão e quem os ensinará? Terá a parte crente sabedoria, disposição e autoridade para assumir a educação espiritual dos filhos? Nem sempre terão, e é por isso que um crentes não deve se casar com um incrédulo.

A ordem de Deus é que os pais trabalhem e ao trabalhar ensinem, andando e falando a seus filhos a grandeza de Deus. A esposa deve construir sua casa com temor e tremor e no dia a dia ensinar a seus filhos a amar a Deus e respeitá-lo. As mulheres mais experientes devem ensinar às mais jovens a se portar como servas de Jesus Cristo. Deus se preocupou com essas questões, pois são centrais na vida cristã.

O Salmo 78.3-4, diz: “O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do Senhor e o poder, e as maravilhas que fez”. É a responsabilidade de todos nós. Devemos fazer sempre lembrada a presença divina em nossa vida e os Seus feitos, para que nossos filhos cresçam temendo a Deus. Ore pelos teus familiares e coloque-os nos braços do Pai. Nunca deixe de interceder por eles.

Quando eles estiverem comprometidos com Deus haverá mudanças. Jacó revelou respeito para com Deus. Em conseqüência disto os seus familiares responderam positivamente, pois disseram: “Então, seus familiares deram a Jacó todos os deuses estrangeiros”. Eles Aprenderam com Jacó que deveriam abrir mão de todos os ídolos que estavam no meio deles. Entronizaram Deus em seus corações. Deram a exclusividade a Deus. Desejaram cultuá-lo sem obstáculos. É notável a disposição deles diante do pedido de Jacó. Alguém poderia esconder ou guardar, mas preferiram entregá-los a Jacó.

Um casal de novos convertidos chamou o pastor em sua casa e disseram: “pastor, quebre estes ídolos, por favor. O pastor lhes disse: Não irmãos, esta atitude deve partir de vocês. Vocês já reconheceram o mal que eles podem trazer para sua vida espiritual, agora é só quebrá-los e jogá-los no lixo. Quebraram! Então disseram: pastor, o que fazemos com os cacos? Jogue-os no lixo! Disse o pastor”. Esse casal entendeu que não poderia servir a Deus e a ídolos. O culto a Deus e a ídolos é incompatível com a fé cristã.

Mas o povo de Jacó fez mais: “Deram as argolas que lhes pendiam das orelhas”. As argolas das orelhas das mulheres foram entregues a Jacó. Elas faziam parte dos enfeites das mulheres. Talvez tenham entregue como uma forma de não desviar a sua atenção, dado ao fato de que as mulheres se preocupam muito com sua aparência. Talvez quisessem se apresentar de modo simples e puro na presença de Deus.

Não devemos criar a doutrina da proibição do uso de jóias nos cultos. Devemos apenas acatar a lição de que o que deve chamar a atenção nas mulheres é seu correto proceder, e como Pedro ensina: “Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestiário; seja, porém, o interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus” (I Pe 3.3,4). Houve ali o desejo de que o interior tivesse mais valor na presença de Deus do que a aparência. Esta deve ser a preocupação de homens e mulheres no culto a Deus.

O profeta Amós chama as mulheres enfeitadas de “vacas de Basã”, pelo cuidado excessivo que tinham com sua aparência e o desprezo que tinham com as coisas espirituais. Desprezavam o próximo e adoravam a si mesmas (Am 4.1-3). O juízo sobre elas foi revelado por ele.

O resultado por terem ouvido a Jacó, disposto o coração para jogar fora os seus ídolos e se apresentar a Deus buscando Sua beleza e santidade e não exibindo sua aparência exuberante com jóias, foi que Deus agiu de modo claro e objetivo na proteção da família de Jacó: “Tendo eles partido, o terror de Deus invadiu as cidades que lhes eram circunvizinhas, e não perseguiram os filhos de Jacó”.

Deus sempre nos foi “Emanuel”. Sempre está conosco. Porém nossa desobediência nos afasta dele e deixamos de sentir sua presença e proteção. Paulo diz que o “Diabo é o príncipe desse mundo sobre os filhos da desobediência”. Quando somos fiéis fica mais evidente a proteção de Deus e quando somos desobedientes, Deus nos entrega nas mãos de Satanás para que soframos os males da distância de Deus e valorizemos o seu cuidado. Ninguém pode fazer mal contra o protegido de Deus.

Em último lugar veremos que O CULTO DEVE LEVAR À VALORIZAÇÃO DOS FAMILIARES – “Partiram de Betel, e, havendo ainda pequena distância para chegar a Efrata, deu à luz Raquel um filho, cujo nascimento lhe foi a ela penoso. Em meio às dores do parto, disse-lhe a parteira: Não temas, pois ainda terás este filho. Ao sair-lhe a alma (porque morreu), deu-lhe o nome de Benoni; mas seu pai lhe chamou Benjamim. Assim, morreu Raquel e foi sepultada no caminho de Efrata, que é Belém. Sobre a sepultura de Raquel levantou Jacó uma coluna que existe até ao dia de hoje. Então partiu Israel e armou a sua tenda além da torre de Éder. E aconteceu que, habitando Israel naquela terra, foi Rubem e se deitou com Bila, concubina de seu pai; e Israel o soube. Eram doze os filhos de Israel: Rúbem, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulon (Filhos de Lia) José e Benjamim (Filhos de Raquel), Dâ e Naftali (Filhos de Bila, serva de Raquel) e Gade e Aser (Filhos de Zilpa, serva de Lia)”. (16-29).

O homem que teme ao Senhor, valoriza sua mulher e filhos. A mulher que ama ao Senhor ama seu marido e cuida com todo amor dos seus filhos. O homem tem um papel de protetor e provedor na família. Sua relação com Deus deve revelar ainda com mais clareza esse cuidado.

Jacó fora transformado por Deus. A caminhada ao lado de Deus mudou sua vida. Um homem que não se importara com o sentimento de seu pai, ao enganá-lo e com o sentimento do seu irmão, ao traí-lo, agora, transformado, revela cuidado com o sentimento do seu filho mais novo.

Como é que vimos isto no texto? O texto diz que Raquel deu à luz um filho e antes de morrer deu-lhe o nome de “Benoni”. Ao saber disto Jacó revela a proteção ao seu filho e muda o seu nome. É que Benoni quer dizer: “Filho da minha dor” ou “Filho que me trouxe dor”. Sua atitude evitou traumas em seu filho.

Mas o valorização de Jacó não termina no cuidado do filho, pois a mudança de nome de seu filho revela o reconhecimento pelo companheirismo da sua esposa. Ele dá o nome de Benjamim ao bebê. Benjamim quer dizer: “Filho da minha mão direita”. Ele reconhece o valor da sua esposa. Seu companheirismo revela que as mulheres dos homens de Deus sempre foram bem tratadas por seus esposos.

Um exemplo disso é o que aconteceu com Isaque, que o rei Abimeleque o viu “acariciar sua esposa”. Sara falou de sua relação com Abraão:“Ainda terei prazer”. Isabel, junto com seu esposo, servia ao Senhor. Isto revela que as famílias que temem ao Senhor têm sido transformada durante a história e mesmo em tempos em que o relacionamento familiar tem sido desprezado, estes ainda revelaram amor, respeito e cuidado com os seus, por amor ao Deus que servem.

Outro modo de Jacó revelar seu cuidado com sua esposa foi o fato de fazer uma coluna sobre a sepultura dela. Ele quis perpetuar o respeito que tinha por ela e guardar a lembrança dela para sua posteridade. Seu valor durante todo o tempo que estiveram juntos não podia, de modo nenhum, ser esquecido. Somente um homem que teme ao Senhor pode pensar assim.

Um problema que o texto revela é que mesmo na família fiel a Deus há perversão escondida. O texto revela que Rubem, o primogênito de Jacó, teve relação sexual com Bila, concubina de seu pai. Foi como se deitar com a esposa do pai. Foi um erro. Um pecado que não poderia ser praticado.

Vejo com tristeza o fato de muitos pais esconderem pecados de seus filhos. Na tentativa de preservar a imagem do filho pecador, escondem o pecado dele das autoridades da igreja. Não percebem estes que estão impedindo que seu filho pecador seja tratado e curado do seu pecado.

Jacó não deixou o pecado do filho oculto. E também não o deixou sem a devida disciplina. No leito de morte, quando foi abençoar os filhos, Jacó os chamou um a um. Rubem deveria ser o abençoado, por ser o primogênito, mas não foi. Jacó lembrou-o do seu pecado sexual e não lhe deu a bênção. Depois dele vieram Simeão e Levi, que também não foram abençoados por terem matado homens inocentes quando não tinham como se defender. Jacó não poupou seus filhos da disciplina porque sabia que a disciplina é aplicada ao pecador para curá-lo do seu pecado e não permitir que continue pecando na presença de Deus e assim atraia juízo ainda pior da parte de Deus.

Davi, revelando essa falha no cuidado com seus filhos, não os disciplinou. Amnom abusou sexualmente de sua filha e ele nada fez. Não lhe dirigiu palavra alguma. Absalão matou o irmão e usurpou o seu trono, mas o pai não lhe disse palavra alguma. O resultado por não expor seus filhos à disciplina de Deus foi que Amnom foi morto. Absalão tomou seu reino e foi morto e Tamar carregou o peso terrível de ter sido abusada pela vida toda e a dor por não ter sido justiçada por parte de seu pai, que sabia da situação.

É possível que nossos filhos se desviem, mas não podemos ser cúmplices do seu erro. Temos que ser duros com eles e exigir que amem a Deus e o sirvam com obediência e santidade. Caso não queiram obedecer a Deus, não podemos, de forma alguma, poupá-los da disciplina, pois assim estaríamos tirando-os das mãos de Deus e os entregando nas mãos do inimigo, que irá usá-lo e destruí-lo.

Neste estudo tratamos sobre a ORIGEM DO CULTO E O PRIVILÉGIO DE CULTUAR A DEUS.
Mostramos que:
O CULTO É UMA EXIGÊNCIA DIVINA – “Disse Deus a Jacó…”.
O CULTO DEVE SER MOVIDO PELA OBEDIÊNCIA E GRATIDÃO – “Então, disse Jacó à sua família e a todos os que com ele estavam: Lançai fora os deuses… purificai-vos e mudai as vossas vestes; levantemo-nos e subamos a Betel. Farei ali um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha angústia e me acompanhou na caminho por onde andei”.
O CULTO DEVE ENVOLVER TODA A FAMÍLIA – “Então, seus familiares deram a Jacó todos os deuses estrangeiros que tinham em mãos e as argolas que lhes pendiam das orelhas”.
O CULTO DEVE LEVAR À VALORIZAÇÃO DOS FAMILIARES – “Deu à luz Raquel um filho, cujo nascimento lhe foi a ela penoso. Em meio às dores do parto… deu-lhe o nome de Benoni; mas seu pai lhe chamou Benjamim. Raquel foi sepultada no caminho de Efrata e sobre a sepultura de Raquel levantou Jacó uma coluna”.

INVEJA

Antes de entrar em nosso tema vamos falar rapidamente do capítulo 36 de Gênesis. Ele fala exclusivamente de Esaú. Esse capítulo ressalta a doutrina bíblica da “Graça Comum”. É a doutrina que revela o valor da criação de Deus, que mesmo sendo corrompida não é rejeitada por Deus e ainda recebe dele o cuidado diário e constante.

Esaú, mesmo não sendo o filho da promessa, foi abençoado, teve filhos e um reino. Um povo numeroso e poderoso descendeu dele. Isto revela o que vimos com clareza ao nosso redor: pessoas não crentes vivem uma vida normal, feliz e são prósperas. A verdade é que Deus faz cair chuva sobre justos e ímpios. São criaturas divinas e estão sob Seu cuidado.

Não se engane. Nem todas as bênçãos de Deus são dadas a todos. A Salvação, por exemplo, é exclusiva para aqueles que Deus escolheu salvar. A fé, que capacita o homem a crer em Cristo como Salvador, não é de todos (2 Timóteo 3.2) ela é dos eleitos de Deus (Tito 1.1). Sendo assim sua felicidade e prosperidade não devem ser cobiçadas, pois sua vida tranqüila na terra se tornará um tormento eterno, pois a “A Graça Comum” pode sustentar sua vida, mas não salva sua alma. Não confunda “Graça Comum” com “Graça Salvadora”.

No entanto, nosso assunto não é a graça comum, mas A INVEJA. O cap. 37 revela esse sentimento ruim que habita no coração dos homens. A inveja faz parte dos 7 pecados capitais. Esta lista foi usada no passado com o intuito de controlar, educar e proteger os cristãos, fazendo-os compreender e controlar os instintos básicos do serhumano.

O texto revela um item desta lista: A INVEJA. A inveja é considerada pecado porque uma pessoa invejosa ignora suas próprias bênçãos e prioriza o status de outra pessoa no lugar do próprio crescimento espiritual. Ela é o desejo exagerado por posses, status, habilidades e tudo que outra pessoa tem e consegue. O invejoso ignora tudo o que é e possui para cobiçar o que é do próximo.

Neste estudo trataremos sobre: OS FRUTOS DA INVEJA. Todos os nossos sentimentos e inclinações produzirão frutos, sejam bons ou maus. A inveja é um sentimento que só produz frutos maus e por isso deve ser identificada e destruída antes que destrua tudo o que há de bom em nós.

O primeiro fruto da inveja, apresentado no texto é: TRATAR COMO INIMIGA A PESSOA QUE POSSUI ALGO QUE O INVEJOSO NÃO POSSUE (v. 4) “Vendo, pois, seus irmãos que o pai o amava mais que a todos os outros filhos, odiaram-no e já não lhe podiam falar pacificamente”.

A inveja é um sentimento maligno. Mais maligno ainda é agir de acordo com este sentimento. O invejoso quer possuir o que o outro possui. Ele tenta, tenta, tenta e não consegue. Não conseguindo obter o que o outro possui ele, então passa a agir com maldade em relação ao possuidor daquilo que ele não conseguiu obter.

O invejo deseja bens, posição social e até a fidelidade daqueles que se destacam por serem fiéis. A fidelidade do justo causa inveja nos ímpios. O salmista afirmou que os ímpios lhe tinham inveja. Olhe para traz e veja a revolta e o modo odioso que os opositores da Reforma trataram os reformadores e os crentes. Perseguiram, maltrataram e mataram os crentes por terem algo que eles não desejavam e não possuíam por rejeitar. Mas tinham algo que eles não tinham e por isso eram tratados como inimigos.

O texto revela a fidelidade de José. Os versos 2, 12, 13 e 15, dizem: “Tendo José dezessete anos, apascentava os rebanhos com seus irmãos; sendo ainda jovem, acompanhava seus irmãos e trazia más notícias deles a seu pai. Perguntou Israel a José: Não apascentam teus irmãos o rebanho em Siquém? Vem, enviar-te-ei a eles. Respondeu-lhe José: Eis-me aqui. Um homem encontrou a José, que andava errante pelo campo…”.

Observe a disposição de José em obedecer a seu pai. Ainda muito jovem já fazia viagens apascentando as ovelhas do pai, com os irmãos. Seus irmãos eram desobedientes e José não aceitava esta desobediência e contava para seu pai. Seu pai apenas sugestionou a ida para saber como estavam seus irmãos e ele prontamente disse: “Eis-me aqui”. Mesmo num lugar perigoso, sujeito a ataques de animais ferozes o adolescente José, obedecendo a seu pai, viajou sozinho à procura de seus irmãos. Qual o pai não teria prazer nas atitudes deste filho. Jacó tinha. Ele o amava e o presenteava.

O amor de Jacó para com José era algo visível. Jacó tinha razões para amar a José: Era filho da sua velhice (os mais idosos tratam os jovens com mais carinho e recebem carinho deles); Era-lhe obediente (tudo o que Jacó desejava José fazia); José levava uma vida reta, diferente da vida perversa que seus irmãos levavam e ainda não ocultava erros alheios. Ele não se tornava cúmplice dos erros dos irmãos. Ele os trazia-os a seu pai.

A fidelidade de José causava ira nos seus irmãos. Eles o odiavam por que era “certinho”. É como a discriminação sofrida pelos crentes fiéis porque os ímpios são impuros e a pureza dos crentes lhe são uma ofensa.

Os irmãos de José não fizeram nada para conquistar o amor do pai, pelo contrário, suas práticas causavam-lhe tristeza, angústia e preocupação. Jacó presenteava a José, e não fazia o mesmo a seus irmãos: “Ora, Israel amava mais a José que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica talar de mangas compridas. Vendo, pois, seus irmãos que o pai o amava mais que a todos os outros filhos, odiaram-no e já não lhe podiam falar pacificamente”. (v. 4)

O fruto da inveja apareceu. Passaram a tratar José com hostilidade. Não demonstraram nenhum carinho. Ele não era culpado de nada. Apenas era fiel. Porém os irmãos invejosos queriam fazê-lo se sentir mal por ter sido fiel. Eles o queriam tão mal como eles eram. Por causa fidelidade de José seus irmãos lhe tinham “ÓDIO”.

Um segundo fruto da inveja apresentado no texto é A REJEIÇÃO DOS SONHOS ALHEIOS POR NÃO TER CORAGEM DE SONHAR (5-11) “Teve José um sonho e o relatou a seus irmãos, por isso o odiaram ainda mais. Teve ainda outro sonho e o referiu a seus irmãos. Seus irmãos lhe tinham ciúmes; o pai, no entanto, considerava o caso consigo mesmo”.

Que coisa triste é ver gente que não sonha puxando o tapete de quem sonha. Esses invejosos, preguiçosos e encostados são incapazes de planejar um futuro melhor e não têm coragem de fazer nada para mudar seu presente e seu futuro, no entanto, são ávidos por destruir o sonho alheio.

Quando uma criança pobre diz que quer ser médico, advogado… esse invejoso logo destrói o seu sonho: “Que nada. Você nunca vai mudar de vida”. Conheço histórias bonitas de pessoas de classes baixas que lutaram com afinco, sonharam, acreditaram em seus sonhos, conquistaram grandes vitórias e chegaram onde muitos ricos não conseguiram. Eles conseguiram vencer os invejosos incompetentes que tentaram acabar com seus sonhos.

É necessário ter sonhos. Os projetos têm de ser amadurecidos com o tempo. Nada acontece por acaso. Os sonhos necessitam de amadurecimento, planejamento e muita garra. Quem acredita e se planeja para o futuro recebe o sucesso como prêmio.

Martin Luther King, um pastor batista, negro, numa época onde os negros americanos eram tratados como seres inferiores, subindo no Memorial de Lincolm, bradou “Eu tenho um sonho”. Seu sonho era ver negros sendo tratados como os brancos são tratados. Hoje o presidente dos Estados Unidos é negro, e com certeza deve muito aos sonhos daquele sonhador.

Muitos tentaram destruir o sonho deste negro. Com certeza tentaram fazê-lo desistir, mas ele persistiu e venceu. Conta-se uma paródia de vários sapos que foram desafiados a subir num pau de cebo. Estava liso como quiabo. Muitos sapos tentavam e desistiam, mas um deles começou a subir. Os desistentes, para não ficar óbvio o seu insucesso, tentavam fazê-lo desistir. Ele chegou lá. Quando desceu tirou um tampão do ouvido e ficou claro que ele venceu porque não deu ouvidos os invejosos incompetentes que queriam fazê-lo desistir, porque eles não foram competentes para vencer.

Para José seus sonhos não eram apenas sonhos. Ele os contou, admirado, sem total conhecimento, mas ele sabia que na verdade seus sonhos faziam parte do projeto de Deus. Abrão ouviu de Deus que seu povo iria para o Egito e lá viveria e sofreria por 400 anos e depois Deus os tiraria de lá. Deus estava levando José para o Egito para que ele levasse Jacó e sua família também e assim a profecia se cumprisse. Deus usou a inveja dos irmãos de José para fazer cumprir sua palavra.

José era um adolescente ousado e disposto. Não era preguiçoso e nem chorão. Fazia sempre mais do que lhe mandavam. Fora vendido como escravo, porém na casa de seu senhor se tornou maioral e cuidador de todos os bens de seu senhor; Foi preso, injustamente. Tinha todos os motivos para reclamar, mas, ao invés disto, conquistou a confiança das autoridades e passou a cuidar dos outros presos; Poderia cuidar somente de si, mas deu ouviu aos sonhos de dois presos e lhes interpretou os sonhos; Ousou interpretar o sonho do Faraó e tornou-se a segunda maior autoridade do Egito.

E seus irmãos, o que eram? Pastores de ovelhas que gastaram sua vida na mediocridade e assim viveram até o fim da vida. Não tinham planos ou projetos, mas odiaram seu irmão por ter. Ninguém nunca se curvaria a eles, mas não aceitaram que se curvasse à José. O texto diz: “Seus irmãos lhe tinham ciúme”. (v. 11) A inveja por causa dos sonhos que José tinha levou seus irmãos a terem “CIÚME”.

Cantares 8.6b, diz: “Duro como a sepultura é o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, são veementes labaredas”. Quantas oportunidades os filhos de Jacó desperdiçaram. Não cresceram. Na sua inveja, rejeitaram os sonhos do jovem sonhador que viria, no futuro, a ser a salvação de toda família e de nações. O terceiro fruto da inveja apresentado no texto é O DESEJO DE DESTRUIR O VITORIOSO PARA QUE ELE NÃO VÁ ONDE O INVEJOSO NÃO CONSEGUE CHEGAR (v.19,20) “Vem lá o tal sonhador! Vinde, pois, agora, matêmo-lo e lancemo-lo numa destas cisternas; e diremos: Um animal selvagem o comeu; e vejamos em que lhe darão os sonhos”.

Tem comportamentos que são inaceitáveis. Este fruto da inveja é um deles. Um exemplo claro disto é o que encontramos em Gênesis 26. Os filisteus tinham inveja do sucesso de Isaque. Ele tinha tanto sucesso que constantemente achava água no deserto. Um bem preciosíssimo. Mas a inveja dos filisteus lhes cegava os olhos e eles tapavam os poços cavados por Isaque. Era como se dissessem: “Vou tapar os poços e todos morreremos de sede”. Não seria mais fácil entrar num acordo e dividir a água?

Estas são palavras de um invejoso: “Se você não pode voar, arranque as asas de quem voa”. Não seria melhor procurar outros meios. Se eu não posso voar, porque não pegar uma carona e voar junto com ele? Porque não fazer como Ícaro e criar asas artificiais. Mas destruir as asas do voador, apenas por não poder voar, é inaceitável.

Um vídeo mostra um pássaro que nasceu sem asas. Porém ele queria muito voar. Ele não arrancou as asas dos outros, mas arrumou um jeito de se sentir voando. Subiu num morro e pulou. Ele conseguiu ter a sensação de voar sem fazer mal a ninguém.

Outra frase do invejoso é: “Se eu não posso ter, ninguém terá”. Porque é que o outro tem? Quanto ele trabalhou para ter? Quanto ele se sacrificou para conquistar? Mas o invejoso incompetente e desistente nunca foi até o final dos seus projetos e por isso não aceita que alguém tenha chegado.

O que é mais fácil: Sorrir com quem sorri ou chorar com quem chora? A resposta mais óbvia é sorrir com quem sorri. Será que é mesmo assim? Seria fácil sorrir de alegria porque um amigo passou num concurso e vai ganhar um ótimo salário quando você está desempregado? Somente um cristão de verdade, que seja maduro na fé, pode sorrir com quem está sorrindo. Seu sorriso pode ser porque ele tem algo que você não tem. Chorar com quem está chorando é mais fácil, pois se ele está chorando, talvez seja porque ele não tem algo que você tem. Assim podes consolá-lo.

Os irmãos de José tentaram impedir a concretização de seus sonhos. Tentaram derrubá-lo para que seus sonhos não dessem em nada. Para promover a queda do seu desafeto, tramaram o assassinado do irmão, sem pena (v. 20). Dispuseram-se a mentir e enganar forjando provas (v. 31,32). Não se importaram em mentir para o pai (v. 31,32). Não se condoeram da dor do pai pela perda do filho (v. 34). Não se importaram em transformaram seu irmão livre num escravo (v. 28).

Quão baixo pode chegar um invejoso. Fazer mal ao próximo apenas para ele não conseguir vencer é pecaminoso e desonesto. Muitos fazem isto. Muitos têm seus olhos tapados pela inveja e estão tão envolvidos com seu coração corrupto que nem percebem o mal que praticam.

Gostaria de concluir citando alguns textos bíblicos que nos induzem a rejeitar totalmente a inveja e a confiar na providência divina: O Salmo 106.16-18, revela que as pessoas que tiveram inveja de Moisés receberam o castigo ao serem engolidos vivos pela terra. Isto mostra que o futuro do invejoso não é promissor.

Provérbios 3.31,32, diz: “Não tenhas inveja do homem violento… aos retos Deus trata com intimidade”. E Salmo 37.1,2, diz: “Não tenhas inveja dos ímpios. Eles definharão…”. Estes textos revelam que é melhor esperar no Senhor e ser íntimo de Deus do que invejar a prosperidade dos ímpios. O futuro do fiel é glorioso e o futuro do ímpio é terrível.

Provérbios 14.30, diz: “… A inveja é a podridão dos ossos”. Quantas enfermidades são fruto de um coração maldoso. A inveja fará o invejoso se afastar de todas as pessoas que o amam. Fará mal a todos que tiver o que ele não possui. Ele fará mal a si e aos outros.

Meu desejo é que você, leitor, não aceite que a inveja domine as tuas atitudes. Seja fiel a Deus e espere no Senhor. Você terá o que Deus permitir que tenhas, e só. O que Deus não te deu é porque te faria mal. Contenta-te com o que tens e seja grato a Deus por isso.

LEGALISMO
Gn 38

Acabamos de estudar o início da história de José. No estudo passado vimos que, movidos por inveja, os irmãos de José o venderam como escravo, depois de cogitar matá-lo, e enganaram a Jacó dizendo que ele fora morto por um animal selvagem. A história de José é uma das mais belas histórias da Bíblia. Sua beleza é maior ao observarmos o caráter impoluto do jovem de dezessete anos, que apesar de todos os impropérios, sempre fora justo e fiel aos seus princípios religiosos e éticos. Em nenhum momento ele fora infiel a Deus.

O capítulo 38 de Gênesis traz uma interrupção da história de José para inserir a história de seu irmão Judá. Vejo a providência divina sendo revelada no registro histórico para que vejamos um contraste entre a fidelidade de José e a infidelidade do seu irmão Judá.

Judá era o primogênito. Tinha autoridade sobre os demais irmãos, porém não a usou para salvar a vida de José, quando seus irmãos queriam matá-lo. Apenas tentou ganhar tempo para enganar seus irmãos e restituir José a seu pai. Ele também coadunou com seus irmãos na mentira dita a Jacó sobre a morte de José. O capítulo 38 revela que em vez de resolver a situação com a verdade ele preferiu mudar-se, deixando a casa de seu pai.

A história de Judá nos faz pensar a respeito de atitudes que parecem corretas, mas que no fundo, revelam atitudes legalistas. Legal é tudo aquilo que é regido por lei. Obedecer às leis é dever de todos e produz paz e segurança.

O Legalismo é o apego exagerado às normas e procedimentos legais. É a demonstração falsa de prazer na obediência às leis. Todos, num dia ou noutro, já se mostraram legalistas. É como o filho que odeia arrumar o quarto, mas quando está sozinho com o irmão mais novo exige que seu irmão o faça o trabalho e exige perfeição na execução dele.

Trataremos sobre A HIPOCRISIA DO LEGALISMO. Usei a palavra hipócrita porque ela revela uma triste realidade da vida do legalista – Ele usa máscaras.

Hipócrita era a palavra usada pelos gregos para se referir aos atores. Eles usavam máscaras para representarem algumas personagens. Sendo assim, hipócrita é a pessoa que finge ser algo que não é. Que representa uma personagem oculta em sua vida e no coração ou no oculto é alguém diferente do que todos podem ver nele.

O comportamento de Judá se identifica com os legalistas porque O LEGALISTA EXIGE DOS OUTROS A OBEDIÊNCIA PERFEITA QUE NEM ELE CONSEGUE TER (v.11) “Então disse Judá a Onã: Possui a mulher de teu irmão, cumpre o levirato e suscita descendência a teu irmão” (v. 8).“Então, disse Judá a Tamar, sua nora: Permanece viúva em casa de teu pai, até que Selá, meu filho, venha a ser homem.”

O legalista é alguém exigente quando se trata da vida alheia. Ele é observador. Analisa detalhes da vida das pessoas que estão à sua volta e cobra delas comportamentos extremos de obediência e vida correta.

Sabemos que a perfeição é um alvo para muitos. Conseguir viver de modo perfeito pode ser um desejo, porém é algo impossível. Nós não conhecemos em nós nada perfeito, isto porque o nosso padrão de observação é imperfeito. Deus é perfeito, nós não. O problema do legalista é que ele exige dos outros que sejam perfeitos em tudo e não aceita algo diferente da perfeição em tudo o que fazem.

Judá era um legalista e esta característica se revela em sua vida no modo com ele exigia obediência dos seus subordinados. Primeiro ele casou seu filho mais velho. Não consta que ele tivesse outra opção ou tenha casado por amor. Esse filho era rebelde e por isso Deus o matou.

Havia uma lei conhecida como Lei do Levirato, a qual rezava que nenhum homem podia morrer sem deixar descendente. No caso de morte, seu irmão devia casar-se com sua viúva e ter filhos com ela, porém, os filhos que nasciam era tidos como filhos do morto, ou seja, eram registrados pelo nome do irmão morto e não eram considerados filhos do pai biológico.

Com a morte do filho mais velho Judá exigiu que seu filho do meio se casasse com a viúva para que seu filho mais velho tivesse descendência. O filho do meio recebeu a viúva, mas na relação sexual que tinha com a viúva ele interrompia o coito e deixava o semem cair na terra. Desse modo ela não engravidava. Ele não desejava dar filhos a seu irmão, pois como a Bíblia diz, ele era rebelde. Porém, como o filho do meio fez justiça com as próprias mãos e se recusou a obedecer à lei, Deus também o matou.

Diante da situação, como seu filho caçula era ainda muito jovem, Judá mandou sua nora voltar para a casa de seu pai e esperar que o caçula se tornasse homem para dar descendência aos dois irmãos mortos. Essa era uma situação vexatória para ela. Ela deveria continuar na casa do sogro e não voltar para casa. Mas teve de ir. Judá poderia tê-la liberado para que se casasse com outro homem, mas ao invés disto exigiu que ela se mantivesse casta e com roupas da sua viuvez.

O comportamento de Judá se assemelha ao comportamento dos fariseus da época de Jesus. Eles eram detalhistas e exigentes no cumprimento de suas leis. Haviam criado cerca de 490 preceitos de lei e exigiam que os outros os obedecessem. Porém esta exigência não era baseada no amor, mas no zelo deles em ver os outros se sacrificando para obedecê-las.

Numa das curas de Jesus um coxo foi baixado pelo telhado para que fosse curado. Antes da cura ele tivera uma vida miserável. Recebendo a cura ficou extremamente alegre. Todos deveriam se alegrar com ele naquele momento, porém os fariseus presentes não se alegraram com ele, mas observaram que ele segurava o pano que ele havia sido transportado. Apagaram a beleza e felicidade do momento apenas para proibir que naquele dia o jovem carregasse algum objeto, pois era dia de sábado.

Estes mesmos fariseus tentaram impedir Jesus de curar no sábado. Exigiram que os apóstolos cumprissem rituais de purificação antes da alimentação e que desfalecessem de fome, mas que não colhessem trigo para matar a fome no sábado. Para os legalistas os outros são obrigados a obedecer detalhes da lei, mesmo que para isto tenham de sacrificar até mesmo as suas vidas.

O comportamento de Judá se identifica com os legalistas porque O LEGALISTA NÃO SE DISPÔE A OBEDECER DO MODO COMO COBRA A OBEDIÊNCIA ALHEIA – “Vendo-a Judá, teve-a por meretriz; pois ela havia coberto o rosto. Então, se dirigiu a ela no caminho e lhe disse: Vem, deixa-me possuir-te; porque não sabia que era a sua nora. Ela respondeu: Que me darás para coabitares comigo? Darei o selo, o cordão e o cajado. Ele, pois, lhos deu e a possuiu” (v. 15-18).

Voltando aos fariseus, pois se tornaram símbolo de legalistas e foram combatidos por Jesus por este comportamento, veremos como eles eram perfeitos ao cobrar quando se tratava de outras pessoas e como eram relapsos quando se tratava da obediência particular.

Eles sabiam que no sábado não poderiam cuidar dos seus afazeres domésticos. Teriam de obedecer a este preceito da lei, porém criaram vários modos de burlar a lei, criando exceções que lhes interessavam e assim deram seu jeitinho de fazer as coisas do seu jeito.

Uma obrigação legal era que todos os filhos cuidassem de seus pais, porém os fariseus, interessados nas ofertas que os filhos fariam, criaram uma nova regra: se a ajuda aos pais fosse transformada em oferta a Deus a ajuda aos pais se torna desnecessária. Será que Deus aceitaria tal disparate? Eles sabiam que a lei não permitia matar. Eles mesmos disseram: “A nós não nos é permitido matar”. No entanto, por várias vezes tentaram matar Jesus e fizeram voto de não comer até que Paulo fosse assassinado numa emboscada.

A hipocrisia deles se revela na cobrança da obediência alheia, mas na desobediência quando se tratava deles mesmos. Exigiam dos outros, mas não faziam. Em Mateus 23.4, Jesus diz a respeito deles: “Atam fardos pesados e difíceis de carregar e os pões sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los”. Assim é fácil, não é? Exige que os outros sejam perfeitos enquanto eles mesmos são relapsos na obediência. Foi por isso que Jesus disse: “Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem” (Mt 23.3).

Judá, o legalista do texto, era casado, mas adulterou com uma prostituta. Ele revela sua falta de moral ao cometer este pecado. Ele encontrou com uma mulher, vestida como prostituta, e lhe propôs terem uma relação sexual. Até aí, para ele, não havia problema algum.

Acontece que a suposta prostituta era sua nora. Ela não devia estar ali. Judá não permitira que ele vendesse o seu corpo. No entanto, sem saber de quem se tratava, cometeram o adultério. Para ele, se soubesse que era Tamar, não teria tido relações com ela. Seria proibido e ele mesmo trataria de matá-la por estar ali como prostituta. Mas como ninguém saberia de nada e ela era apenas uma prostitua cultual, o sexo não lhe pareceu problema algum.

Prostitutos e prostitutas cultuais eram comuns na época. Jovens se prostituíam como culto a Baal, tido como deus da produtividade. O sexo era parte do culto deles, como era para as prostitutas cultuais que aparecem na carta de Paulo aos Coríntios, que praticavam sexo como culto à sua deusa. Eles viviam para este fim. Era o seu culto pagão.

Infelizmente a maioria das pessoas aceita a prostituição masculina. Dizem: “Homem é assim mesmo”. No passado muitos pais levavam seus filhos para terem suas primeiras experiências sexuais. Eram diferentes no trato com as filhas, pois se se entregassem aos namorados tinham de se casar ou morreriam.

Esse padrão errado ainda persiste, pois maridos traidores são perdoados e mulheres traidoras são punidas severamente pela sociedade. Ambos estão errados. Nem o homem e nem a mulher têm permissão divina para praticar sexo sem o casamento.

Um exemplo dessa diferença no tratamento dado às pessoas é a prostituta que foi levada a Jesus. Eles levaram somente a mulher. E o homem que estava com ela? Será que ele também não era adúltero?

Judá se iguala aos hipócritas legalistas quando exigia uma vida casta de sua nora viúva, no entanto, ele, mesmo sendo casado, propunha serviços sexuais a prostitutas cultuais e adulterava sem constrangimento.

O comportamento de Judá se identifica com os legalistas porque O LEGALISTA DEMONSTRA PRAZER EM PUNIR AS PESSOAS QUE COMETEM ERROS (v. 24) “Passados quase três meses, foi dito a Judá: Tamar, tua nora, adulterou, pois está grávida. Então, disse Judá: Tirai-a fora para que seja queimada”.

O legalista demonstra prazer na punição do próximo caído. Ele se alegra com a queda do próximo. Jesus nunca aceitou os legalistas por isso. Eles, usando sua máscara de obediência, demonstravam desprezo aos que não conseguiam obedecer com perfeição à lei.

O sumo sacerdote, diante da afirmação de Jesus de que era o Messias, rasgou as suas vestes e bradou: “Blasfemou, matai-o”. A morte de Jesus já havia sido tramada antes dessa situação. Eles estavam ansiosos por vê-lo morto. Entregaram Jesus ao poder romano para que o matassem. Acompanharam, com prazer, o cortejo e a crucificação do Filho de Deus. O seu legalismo os impediu de ver em Jesus a confirmação das promessas divina que eles tanto propagavam. O mesmo sentimento é encontrado no jovem Saulo, que sendo testemunha da morte de Estevam, assistia a sua morte e dava o seu consentimento.

O texto revela que passados cerca de três meses foi dito a Judá que sua nora viúva havia adulterado, pois estava grávida. Judá não titubeou. Expôs seu juízo condenatório: “Tirai-a fora para que seja queimada”. Ele não pensou duas vezes. Condenou-a de imediato. Não teve compaixão. Declarou a pena capital: Morte!

O adultério era um ato repudiado pela sociedade. Não seria permitido que uma mulher adulterasse. No entanto, o legalista Judá não aplicou a si o mesmo juízo condenatório, pois ele havia praticado sexo com uma prostituta cultual no mesmo tempo. O juízo foi duro apenas para ela.

Armado o ambiente da execução Tamar seria trazida. Mas antes ela enviou os pertences do sogro. O selo, o cordão e o cajado entregues por Judá à prostituta fora entregue a ele. Ele os identificou no exato momento que o viu. Caiu em si. Ele também deveria ser queimado, pois também adulterara.

Seu prazer em punir o adultério da nora se transformou em vergonha. Judá, que exigira a queima da nora, agora muda seu juízo. O filho é dele. O adultério foi entre ela e ele. O juízo muda. Tamar não seria morta porque agora foi justificada pelo sogro – “Ela é mais justa que eu, pois devia tê-la dada a meu filho, que já se tornara homem”. Ele não se condenou, apenas liberou-a da condenação.

Seu adultério não foi levado em conta. Tamar era culpada e a lei dizia que devia ser queimada. Judá também teria de ser. Mas o que a justificou não foi por não ter adulterado, mas por tê-lo feito com o sogro que também era culpado. Tamar não deixou de ser morta por ser inocente, mas porque seu sogro também era culpado.

Esta história revela um triste comportamento humano. O homem está sempre pronto a punir o erro do próximo e exigir que sejam perfeitos, porém não aplicam o mesmo princípio a si mesmos. São duros com o próximo e brandos consigo mesmos. Pior ainda é o fato de demonstrarem prazer na punição de alguém que erra.

Você, leitor, deve levar à sério a lei de Deus e os mandamentos que devem ser obedecidos com prazer e com zelo. Deve saber que a liderança da Igreja tem de ser zelosa na cobrança da fidelidade dos seus membros. É seu dever.

Você, leitor, não pode cair no engano do legalismo ao colocar sobre si máscaras que revelam uma falsa fidelidade a Deus. Deus tem prazer na fidelidade de seus filhos. Ele requer a fidelidade, mas quer que ela seja verdadeira. Que a obediência pessoal revele gratidão pela salvação oferecida em Cristo Jesus. Ele quer que o externo seja igual ao interno.

Quando te deparares com um irmão caído não demonstre prazer. Sofra. Chore com ele e por ele. A queda de um irmão é a tua queda também. Sua situação não será vergonhosa apenas para ele, mas para ti também. Ajude-o a se levantar.

Espero em Deus que este estudo venha despertar as pessoas para o risco do legalismo hipócrita que mostra uma cara mentirosa, pois esconde pecados ocultos que nunca serão tratados. Rogo a Deus que o legalismo seja rejeitado e que a fidelidade seja vivida na sua inteireza e que a prática das boas obras e a obediências aos preceitos divinos seja uma realidade na vida de cada cristão.

Seja um servo fiel e obediente às leis divinas. Cobre das pessoas que sejam fiéis a Deus, assim como você procura ser. E revele amor a todos que estão à sua volta, sem fazer como Judá, que deixou de punir o pecado da nora porque ele também era culpado. Submeta-se a ti e o próximo ao juízo de Deus e se deixe ser tratado por Ele.

Obedeça às leis de Deus, porém seja justo na aplicação dela. Não use dois pesos e duas medidas. O legalismo é odioso aos olhos de Deus. Não se torne falho querendo demonstrar aos outros algo que você nunca foi. Rejeite o legalismo.

CONTRA QUEM É QUE PECAMOS?Gn 39

No estudo passado vimos a história de Judá e Tamar. O cap. 37 inicia a história de José e o cap. 38 interrompe a história desse jovem para mostrar a infidelidade de um homem e seu caráter falho. No capítulo 39 retomamos a história de José revelando sua fidelidade, seu caráter impoluto e sua determinação em permanecer fiel a Deus em todas as situações.

José é o exemplo de crente fiel. É o que todo pastor gostaria de ver nos membros de sua igreja. Ele era uma pessoa ética, firme no compromisso com Deus. Não temia por sua própria vida ao se expor como fiel a Deus. Não abria mão da fidelidade, mesmo tendo oportunidade de experimentar ocultamente os prazeres do mundo à sua volta. Estava sempre disposto a trabalhar e fazia sempre mais do que o trabalho que lhe exigiam. Por isso ele era um homem abençoado por Deus e através dele as pessoas à sua volta também eram abençoadas.

Esse texto não explica a doutrina do pecado. Não questiona consequências dele, mas nos faz pensar nas pessoas que são prejudicadas por causa do pecado.

O homem peca por pensamentos, por palavras e por obras. O pecado não é real somente quando concretizado. O simples pensar, maquinar e executar na mente o pecado já é considerado prática do pecado. Jesus disse que se olharmos para outra pessoa com olhar impuro e desejarmos pecar, já pecamos.

Pecamos por palavras. Pecamos quando falamos o que não devia ser falado e pecamos por omissão, quando deixamos de falar o que deveríamos ter falado. Falando o que não devia, pecamos.

Pecamos por obras. Esse caso é quando colocamos em prática a nossa rebeldia contra Deus. O pecado é rebeldia. Deus exige de um jeito e o pecador faz o contrário. Deus exige a honestidade, porém o homem, vislumbrando lucros maiores, age desonestamente. Ou vendo oportunidades de obter prazer, faz o que lhe dá prazer, mesmo sabendo que é contrário à vontade de Deus.

Em Levítico 4.2,3 trata de dois tipos de pecados. O pecado por ignorância e o escandaloso. O primeiro é pecado oculto, que todos pecamos sem saber que o praticamos. O segundo trata-se do pecado rebelde e consciente que causa escândalo e envergonha o nome do nosso Senhor.

Josué 7.11, revela que o povo de Deus também peca. Diz o texto que “Israel pecou e violou a aliança que tinha com Deus”. Textos como Eclesiastes 7.20 e Romanos 3.23, revelam que todos somos pecadores. Veja os dois textos na sequência: “Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque” e “Todos pecaram e carecem da glória de Deus”. Nenhum homem é puro ou está livre do pecado.

O pecado gera consequências. Lamentações 1.8 revela que “Jerusalém pecou e por isso foi castigada”. O pecado nos adoece. Eva, tendo pecado provocou dores de parto para si e para todas as mulheres. Adão, tendo pecado, foi amaldiçoado e para adquirir o sustento de sua família passou a penar, tendo espinhos e abrolhos como adversários. Não podemos esquecer que todos os nossos pecados trarão consequências.

O caminho do pecador crente é a confissão. O rei Davi, tendo sido confrontado com seu pecado disse ao profeta Natã: “Pequei contra o Senhor” (2 Sm 12.13) e depois escreveu, entre outros, os Salmos 38 e 51, revelando toda a dor do seu coração por ter pecado contra Deus. Daniel orou a Deus e disse: “Temos pecado e cometido iniquidades, procedemos perversamente. A ti, ó Senhor pertence a justiça, mas a nós, o corar de vergonha” (Dn 9. 5 e 7).

Se o pecado é uma realidade o perdão de Deus também o é. Em I Reis 8.46, temos uma oração: “Se o teu povo pecar contra ti e for castigado, mas se arrepender, ouve tu dos céus” e em 2 Crônicas 7.14, a resposta desta oração: “Se o meu povo que se chama pelo meu nome se humilhar e orar e me buscar se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei do céus perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”. Deus está disposto a perdoar a todos os seus filhos que rogam o seu perdão.

O perdão dos pecados cobra do homem atitudes positivas. No Salmo 119.11, o salmista diz: “Guardo no coração as tuas palavras para não pecar contra ti”. É preciso que haja disposição interna no coração para lutar contra o pecado.

Em João 5.14, Jesus diz ao coxo a quem curou: “Não peques mais para que não te suceda coisa pior”. Jesus lhe revela que ser aleijado não seria pior do que as consequências que sofreria se continuasse pecando. Também disse à adúltera que trouxeram a ele: “Vai e não peques mais”.

Fiz um resumo de estudo para mostrar o que é o pecado para entrarmos no texto e verificarmos que José, um jovem de cerca de 18 anos, sabendo da malignidade da prática do pecado, foi firme em seu propósito e decidiu não pecar.

Diante dele estava a possibilidades de enriquecimento, pois sua senhora o poderia cobrir de riquezas, se a satisfizesse. Poderia ter prazer sem compromisso e oculto, já que tinha acesso à casa toda. Mas ele tinha outra possibilidade e foi por esta que ele optou:continuar fiel. Não pensemos que foi fácil para José, um jovem, recusar aquela mulher.

Nosso tema será uma pergunta: QUANDO PECAMOS, PECAMOS CONTRA QUEM? Você já parou para pensar nisto? Contra quem é que você peca?

Em primeiro lugar veremos que quando pecamos, PECAMOS CONTRA NÓS MESMOS. “Aconteceu, depois destas coisas, que a mulher de seu senhor pôs os olhos em José e lhe disse: Deita-te comigo. Ele porem, recusou.” (v.7,8).

Muitas pessoas desvalorizam suas próprias convicções. É necessário ter na mente bem definido o que é que você acha que é certo e lutar pela verdade que crê. Quem não valoriza a si mesmo se tornará escravo das vontades dos outros.

A falta de amor próprio tem gerado abusos contra o próprio corpo. Pessoas começam a beber e usar drogas por influência de amigos. Sabem que é errado, mas fazem porque não querem ser tidos como certinhos. Traem sua consciência por fraqueza diante da vontade dos amigos. Prostituem-se, sabendo que é errado, porque seus amigos também têm esta prática.

Jesus disse que devemos “amar ao próximo, como amamos a nós mesmos”. Fica evidente que é essencial que tenhamos amor próprio. Quem não tem amor próprio se torna servo e escravo das vontades alheias. Tome cuidado, pois quem se ama demais pode se tornar egoísta.

O pecado é negligência contra a própria consciência. Paulo diz: “Feliz é quem não se condena naquilo que aprova”. De nada adianta defender uma verdade se não a praticar. José disse à mulher que seu senhor “Nada lhe havia vedado, apenas a ela, por ser sua esposa”. Ele não fez como Eva, que mesmo tendo consciência da lei de Deus, agiu contrário a ela. José não traiu sua própria consciência. Ele não quis pecar contra si.

O pecado faz mal ao próprio corpo. Paulo diz que “Quem deita com prostituta se torna um com ela”. Quantas doenças sexualmente transmissíveis são passadas aos adúlteros? Quem é o culpado? Contra quem é o castigo? O próprio praticante é que vai atrás de doenças que o matarão. São responsáveis pelas consequências do seu erro.

O pecador atrai castigo para si mesmo. Provérbios 6.29 e 32, diz: “Não ficará sem castigo quem se deitar com a mulher alheia ” e“ Somente quem quer arruinar-se é que pratica tal coisa”. Como uma pessoa em sã consciência fará algo que o castigará? A realidade é que faz sim.

Pecar é penalizar a própria alma. Provérbios 8.36, diz: “Quem peca, peca contra a própria alma”. O pecador adoecerá. Sentir-se-á culpado e além disse se exporá à vergonha pública. Jeremias 7.19, diz: “Provocam a mim para trazer vergonha a si mesmos”. O pecador não se valoriza.

Diante disto, cabe a cada um dominar-se para o bem próprio. Antes de concretizar o seu pecado, Caim foi assim avisado por Deus:“Seu desejo será contra ti, mas cabe a você dominá-lo”.

José amou a si mesmo se resguardando da prática do pecado. Ele evitou a castigo de sua própria consciência. Ele sabia que o momento de prazer não compensaria a dor na consciência e a culpa que carregaria por toda a sua vida. Ele sabia que ao pecar, pecaria contra si mesmo.

Em segundo lugar veremos que quando pecamos, PECAMOS CONTRA O NOSSO PRÓXIMO (v. 9) “Como, pois, cometeria eu tamanha maldade?”

José teve a consciência de que o seu pecado seria um mal para sua vida e também uma maldade contra aquela mulher. O fato de ela o estar assediando não diminuiria em nada a sua culpa. Quem temia e conhecia a Deus era José, não a mulher. A responsabilidade estava sobre ele.

José não abusou da sua autoridade. Ele honrou a confiança que Potifar depositou nele. Como escravo ele pertencia a Potifar. Como mordomo controlava tudo. Sabia até onde podia ir. Sabia que seu pecado seria uma maldade contra aquela mulher adúltera e também contra o homem que o honrou e confiou nele colocando-o sobre toda a sua casa.

Quando pecamos, pecamos contra o próximo. Todo pecado praticado é contra o próximo. A fofoca inventada ferirá o próximo. A mentira criada prejudicará o próximo. A desonestidade tratará prejuízos ao próximo. A prática de sexo fora do casamento trará punição e condenação ao próximo, tanto quanto a você. Todos os pecados praticados afetarão a vida do próximo.

Deus cobra de nós os prejuízos provocados na consciência do próximo. Jesus, resumindo os mandamentos em dois, deixou o próximo sob nossa responsabilidade. Devemos amá-lo como amamos a nós.

A prática do pecado acontece quando não se valoriza o próximo. Diná fora forçada sexualmente porque o jovem príncipe não pensou nela. O resultado é que ele foi morto e ele carregou em sua história a dor de um estupro. Amnon não pensou na dor de Tamar e a forçou sexualmente. Ela carregou a vergonha desse ato e Amnom foi morto.

Romanos 14.1, nos diz: “Acolhei ao que é débil”. Acolher o débil não é tornar-se cúmplice dele e muito menos abusar de sua inocência. Acolher o débil é aceitá-lo como irmão, é protegê-lo da prática de pecados, é cuidar de sua consciência, mesmo que isto se torne um peso para você.

Romanos 15.1, nos ensina a “Não agradarmos a nós mesmos, mas ao próximo”. Também não é nos sujeitar às suas vontades pecaminosas. O texto revela que somos responsáveis pela pureza do irmão. Esse texto está ligado ao que Paulo trata sobre comer carne sacrificada a ídolos. Depois de dizer que o ídolo, em si, não é nada, ele diz que a possibilidade de o irmão se escandalizar quando eu comer carne deve me levar a tomar a decisão de não mais comer carne por causa de sua consciência. É o que diz Romanos 14.21 – “É bom não comer ou beber, nem fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar”.

Mateus 25 revela que pessoas vão para o inferno por não valorizar o próximo. Jesus nos ensinou a sermos servos do próximo. Provérbios 3.29, diz: “Não maquines ao mal contra o teu próximo”. Maquinar o mal não é apenas querer o mal, pois o próprio pecado praticado com o próximo lhe será o pior dos males.

O respeito ao próximo levou José a não pecar. O mal de Deus poderia vir sobre a mulher. Seu senhor seria envergonhado diante da sociedade. Seu cuidado com o próximo o manteve livre desta culpa. Não praticando o pecado ele resguardou a si mesmo e a mulher das consequências desse pecado.

Em terceiro lugar veremos que quando pecamos, PECAMOS CONTRA DEUS (v.9b) “Como, pois, pecaria contra Deus?”

Deus é o único Deus e ele deixa isto bem claro. Como Deus ele é o Legislador de leis fixas e imutáveis que devem ser obedecidas por suas criaturas. Ele é o criador. Isaías 45.12, diz: “Fiz a Terra e criei o homem”. Como Criador ele tem todo o direito de criar normas e exigir a sua obediência. Como criaturas, devemos conhecer e obedecê-las.

A imbecilidade humana o leva a tentar se esconder dos olhos humanos para evitar a punição pela prática dos seus pecados. Quando vai cometer erros observa se as portas estão trancadas e se ninguém o está observando. Tendo certeza do anonimato, cometem seu erro. Pensa que por não ser visto pelos homens se livrará do juízo de Deus.

Triste engano. Não há segredos para Deus. Jeremias 16.17, diz: “Porque os meus olhos estão sobre todos os seus caminhos; ninguém se esconde diante de mim, nem se encobre a sua iniquidade aos meus olhos”.

Deus conhece o estado interno do homem. Sabe que o coração humano é mau, por isso ele mesmo se dispôs a dar-nos um novo coração: “Dar-lhes-ei novo coração para que me sirvam”.

Deus conhece o estado externo do homem. Nada que o homem faça será feito em segredo. Deus sabe de tudo e vê tudo o que acontece. O salmista, no Sl 139.7-10, depois de, inutilmente, tentar se esconder de Deus, diz: “Não posso me esconder de Deus”.

O Homem foi feito para glorificar a Deus. Romanos 11.36, diz: “Porque dele, por meio dele e para ele são todas as coisas”. Deus não dá sua glória a ninguém e ele exige ser glorificado por sua criação.

Quando deixamos de obedecer a Deus e por rebeldia fazemos o que é contrário à sua vontade, ofendemos a santidade de Deus. Quando nos escondemos para praticar pecados, ofendemos a Deus e menosprezados os seus atributos. Deus é onipresente. Está em todo lugar. Ele é onisciente. Ele sabe todas as coisas. Ele é onipotente. Ele pode fazer o que quiser e nada lhe será impossível. Quando ocultamos os nossos atos pecaminosos agimos como se Deus não existisse ou como se Ele não pudesse nos ver ou nos punir. O desrespeito a Deus é o pior pecado.

Vimos na história de José um jovem abençoado por Deus. Ele era um propagador de bênçãos, pois Deus também abençoava as pessoas que estavam à sua volta, por amor a José. No entanto, José se mostra irrepreensível. Ele não se importava se estava sendo observado por homens ou não. José era fiel como todos devemos ser.

Quando José deixou de pecar, sendo assediado pela mulher de Potifar, ele fez bem a si e à mulher, e ainda evitou pecar contra Deus. Neste estudo nós vimos que QUANDO PECAMOS, PECAMOS CONTRA…

NÓS MESMOS – Nossa consciência nos avisará contra o pecado e será duramente punida com o nosso pecado. A culpa, o medo e a vergonha de Deus nos fará ficar doentes, pois o nosso pecado nos afetará, antes de qualquer outra pessoa.

NOSSO PRÓXIMO – As consequências do pecado afetarão o nosso próximo, isto porque ninguém peca sozinho. O pecador sempre se associará a outro para pecar, seja com ele ou contra ele. O nosso pecado será praticado contra o próximo.

NOSSO DEUS – Conhecemos o amor de Deus. Porém, a maior manifestação do amor de Deus foi matar seu Filho para que fôssemos perdoados. Não podemos pensar que Deus fará vistas grossas ao nosso pecado. Ele o punirá. E quando punir, tanto você quanto o próximo com quem você se associou para pecar serão duramente punidos.

O pecado é como a formatação de uma página. Se a primeira linha estiver errada, todo o trabalho sairá errado. Deus, em Jesus Cristo, quer nos formatar para que tua vida esteja correta e limpa de pecados. O Espírito Santo age constantemente em ti para que sejas puros diante de Deus. Deves fazer o que preceitua Malaquias 2.16: “Cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis”.

José do Egito cuidou de si. Agindo fielmente ele evitou pecar contra sua consciência, contra o próximo e contra Deus. Cuide-se também, pois o pecado trará consequências temporais e eternos em tua vida. Seja fiel e experimente o prazer da fidelidade e da consciência limpa.

Que Deus o abençoe.

ACASOS / SONHOS / INGRATIDÃO
Gn 40.1-23 – Não existe nenhum texto bíblico inútil. Esse, por exemplo, é riquíssimo. O capítulo 40 de Gênesis traz três temas diferentes e muito interessantes. Vamos analisá-los.

Os temas que trataremos são: ACASOS, SONHOS e INGRATIDÃO. Com toda certeza outros pregadores e estudiosos encontrarão outros tantos, mas são estes que vamos analisar neste estudo.

Nosso primeiro assunto é: ACASOS. O que podemos retirar deste tema? Será que ele é relevante? Creio que sim. Veja o que o texto bíblico diz: “Indignou-se Faraó contra os seus dois oficiais e mandou detê-los na casa do comandante da guarda, no cárcere onde José estava preso. O comandante da guarda pô-los a cargo de José, para que os servisse” (40.1-4).

Quantas vezes nos deparamos com situações novas e inusitadas. Questionamos a razão para aquele acontecimento. Parece, a princípio, tão banal, tão sem importância, porém algum tempo passa e descobrimos que aquele dia fez toda a diferença. Descobrimos que aquela experiência era necessária e se não acontecesse teríamos um grande prejuízo. Percebemos que aquela experiência rápida marcou nossa história e definiu os acontecimentos futuros de nossa vida. Daí voltamos a pensar naquele dia e chegamos à conclusão de que ele não foi banal. Aquele acontecimento foi necessário e fez parte de um plano maior na nossa história. Ele foi colocado ali pelo Arquiteto Maior – Deus. Naquele momento Deus estava guiando e escrevendo nossa história e nem percebemos isto.

A história de José é cheia desses momentos. Com certeza o próprio José não percebeu a mão de Deus em sua história naquele momento de sua vida. Passar pela angustiante experiência de ver seus próprios irmãos tramando sua morte, ser vendido para mercadores de gente e depois como escravo numa terra estranha. Ser assediado pela mulher de seu senhor e, por sua fidelidade ser jogado numa prisão. Isto não lhe parecia ter sentido. Aqueles lhe foram momentos difíceis. O compromisso que José tinha com Deus não o fez ler os acontecimentos assim com tanta clareza.

Aqui vimos algo novo. José fora fiel a Deus e como era dedicado o carcereiro o colocou sobre os demais prisioneiros. Descobriu que ele era digno de confiança. O Faraó ficou indignado com dois de seus servos e os mandou para a prisão. Eles eram homens da corte real e tratavam diretamente com o Faraó. Eles poderiam ser mandados para qualquer prisão; poderiam ter sido presos em celas diferentes; poderiam nem se falar. Mas não foi assim. Eles foram presos no mesmo dia, colocados na mesma cela e tiveram sonhos na mesma noite. E estavam lá, sendo servidos pelo jovem José. Deus guiava sua história e ele nem sabia disso. Para José aquela situação poderia não passar de um “Acaso”, mas sabemos que acasos não existem, porque a história humana é escrita por Deus.

Acaso é algo sem causa. Algo que acontece a esmo, sem motivo ou explicação aparente. A palavra acaso tem três sentidos diferentes: 1) É algo que acontece sem finalidade ou sem objetivo. É algo sem causa final. Neste sentido, o acaso, filosoficamente entendido, se opõe à teleologia; 2) É algo que acontece sem ser consequência de algo passado. É efeito que não se explica por um precedentes. Nesse sentido se opõe ao pré-determinismo; 3) É algo que acontece sem ser explicado por nenhuma relação com outras coisas, nem simultâneas, nem precedentes, sem qualquer determinação; O conceito de acaso nos fenômenos da natureza está relacionado ao conceito da aleatoriedade da ausência de causas. É como se não houvesse sentido prédeterminado para nada do que ocorre no tempo e no espaço.

Por pensar que vivemos sob “Acasos” muitos desconhecem ou recusam a crer na sua resposabilidade em escrever sua história e melhorar o mundo à sua volta. Na Teologia questionamos a liberdade que o homem tem de fazer escolhas e chegamos a conclusões distintas. Descobrimos que Deus permite que tomemos decisões no âmbito terreno e que influenciarão no dia-a-dia, seja em nossa vida ou na vida do nosso próximo. Essas decisões não atingem a eternidade, apenas o tempo presente, a vida terrena. Essa liberdade de escolha chamamos de “Livre Agência”. É a liberdade que temos de escolher a roupa que vestimos, os amigos que teremos, o cônjuge que nos agrada, o negócio que faremos, a faculdade de nossa preferência, o lugar onde moramos, como vamos gastar nosso dinheiro, etc. Todas estas são decisões que refletem o tempo presente.

Estas decisões dizem respeito a esta vida terrena e Deus permite que tomemos nossas decisões, porém não nos isenta da culpa e da responsabilidade por nossas escolhas. Ele permite erros e nos deixa sofrer as consequências e danos de nossas escolhas erradas, mas também nos permite colher os frutos prazerosos das escolhas certas.

O outro modo de liberdade pretendida pelo homem é o “Livre Arbítrio”. Este nenhum homem o possui. Livre Arbítrio é a liberdade de decidir sobre a própria salvação. É a decisão sobre o destino da alma. Esta liberdade nenhum de nós tem. Deus decide. A liberdade para esta decisão Deus não nos deu. O morto não tem liberdade para decidir se quer continuar morto ou reviver e também não temos condições de decidir sobre o melhor destino para nossa alma.

O ser humano é tendencioso para o mal. Ele ama este mundo e a idéia de morte lhe é horrível. É apegado ao mundo material e despresa ou pouco preza o mundo espiritual e as maravilhas que Deus lhe reserva. Vê-se isto no fato de Adão e Eva terem à sua disposição a Árvore da Vida e nunca comer do seu fruto, mas desejaram e comeram do único furto que lhes era proibido.

Assim como um mendigo não pode decidir entrar na tua casa, comer da tua comida e dormir em tua cama, pois é você quem manda em tua casa, também é Deus quem decide quem vai morar com Ele nos céus. Esta é a decisão do “Livre Arbítrio”. Só Deus pode tomá-la. Pensar diferente é obrigar Deus a perdoar quem ele não quer e a receber junto de Si pecadores que ele não deseja ter consigo. O pecador não pode obrigar Deus a aceitá-lo. Esta decisão depende única e exclusivamente de Deus. O homem não pode decidir por Deus.

Lucas 22.22, diz: “Porque o Filho do Homem, na verdade, vai segundo o que está determinado, mas ai daquele por intermédio de quem ele está sendo traído”. O Filho de Deus seria sacrificado como Deus determinara, no entanto, a determinação divina não isenta o traidor. Judas foi condenado porque traiu. Não foi por acaso que Jesus o escolheu. Mas não foi um acaso a sua traição. Ele traiu Jesus por interesses particulares, por ganância e por especulações políticas.

A história de José nos revela que não existem acasos, sorte ou azar. A ira de Faraó, a prisão de dois dos seus oficiais na mesma cela e o sonho dos dois na mesma noite e a presença de José naquela situação revela a mão de Deus escrevendo a história. Saber disto nos dá paz no coração, pois entendemos que não importa a situação presente que estejamos passando, nossa história estará sendo escrita por Deus e ele, que sabe todas as coisas, sabe melhor do que nós o que é melhor para nós. Quem vive os acontecimentos como acasos vive perdido e sem esperança. Sua vida é como um barquinho solto nas águas turbulentas de um rio caudaloso. Sem controle. Sem sentido. Sabemos que não é assim conosco. Graça a Deus por isto.

Nosso segundo assunto do texto são OS SONHOS (40.8) “Eles responderam: tivemos um sonho, e não há quem o possa interpretar. Disse-lhes José: Porventura, não pertencem a Deus as interpretações? Contai-me o sonho”.

Tenha a curiosidade e entre no Google e verás quantos sites estão dispostos a revelar o significado de teus sonhos. Milhares de pessoas diariamente procuram estes sites na busca de entendimento quanto aos seus sonhos. Querem saber o que eles dizem e a razão para tê-los.

Até pastores entraram nesta. Como seu objetivo não é pregar a Palavra de Deus, mas agradar aos seus ouvintes, passaram a agir como cartomantes e quiromantes e tentam adivinhar o futuro de seus seguidores. Assim como as cartomantes inventam respostas para agradar quem lhes paga, estes também inventam interpretações e enganam aqueles que desejam ser enganados.

Há outro mundo dos sonhos. Eles são desejos, anseios e pretensões. Estes são sonhos bons que levam o indivíduo a querer crescer e desenvolver sua vida na busca por um futuro melhor. Quem tem estes sonhos cresce muito mais que os outros, pois traçarão um caminho e darão passos largos para a concretização destes sonhos. Mas os sonhos que temos quando dormimos não trazem assim tanta coisa positiva. Eles são fruto de mentes casadas, sobrecarregadas e preocupadas. A mente agitada produz situações irreais. Se nos deixarmos ser guiados pelos sonhos nosso caminho não será seguro.

Os defensores dos sonhos querem que seus sonhos sejam proféticos. Quando sonham coisas boas querem que se concretize, mas quando não é positivo não pensam do mesmo modo. Muitos sonhos são desprezados por não verem neles importância alguma. Quando há conhecidência e algo acontece, dizem: Viu! Aconteceu porque eu sonhei ou igual ao meu sonho. No entanto, não percebem a quantidade de sonhos que tiveram e nada aconteceu. Eram apenas sonhos comuns, frutos de suas mentes e que não tinham, como os sonhos não têm, nada de profético ou que deva influenciar na vida quotidiana.

Aí, então, você lê Gênesis e vê uma quantidade de textos que revelam sonhos proféticos ou que regulava a vida dos sonhadores. Veja: Gn 15.18, Deus, através de sonho revela a Abraão que seus descendentes iriam para o Egito. Em Gn 20.3, Deus avisa a Abimeleque que seria punido se não devolvesse Sara a seu marido. Gn 28.12, Jacó sonha com a escada que liga o céu à terra. Gn 31.10, Deus revela a Jacó quais os carneiros que cobriam as ovelhas. Gn 31.24, Deus impedindo que Labão faça mal a Jacó falando-lhe em sonhos e em Gn 37.11, José teve sonhos proféticos. No texto base dois homens sonham sonhos proféticos. Gn 40.18, passados dois anos, Faraó sonhou. Como dizer que sonhos são sem importância? Para estes homens o contato direto de Deus com eles em sonho foi vital. Sua história foi mudada neste encontro. O seu sonho não foi mera criação da mente. Havia algo mais nos sonhos que tiveram.

Em Números 12.6, Deus disse: “Ouvi, agora, as minhas palavras: se entre vós há profeta, eu, o Senhor, em visão a ele, me faço conhecer ou falo com ele em sonhos”. Sabemos que o ministério profético acabou, pelo menos do modo como existiu no Antigo Testamento. Jesus disse que João Batista foi o último profeta (Mt 11.13). Quem defende o contrário vá reclamar com Jesus, e não comigo.

O autor de Hebreus esclarece mais: (Hb 1.1,2) “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho”. Deus, através do autor desta carta, revela que o modo de contato de Deus com os homens mudou. Deus falou aos profetas por sonhos, mas Deus resolveu falar aos homens por seu Filho. Suas Palavras foram lembradas pelo Espírito Santo para nos servir de doutrina, de admoestação, ou seja, para nos corrigir, nos animar e revelar a vontade de Deus. Suas palavras devem ser aprendidas e aplicadas à vida, pois elas nos são a voz de Deus sendo ditas aos nossos ouvidos. Deus escolheu nos falar através de Seu Filho e em Sua Palavra.

Eclesiastes 5.3, nos diz: “Porque dos muitos trabalhos vêm os sonhos”. O cansaço faz a mente produzir ou reproduzir imagens as quais sonhamos. Estes sonhos não são proféticos e a eles não deve ser dada a importância que muitos dão. Eclesiastes 5.7 revela algo mais sobre o descrédito que deve ser dado aos sonhos: “Na multidão dos sonhos há vaidade; tu, porém, temes a Deus”. Assim como não valorizamos sonhos “comuns” deveríamos desvalorizar os sonhos que nos deixam intrigados. Eles são vaidade. São sem importância. Não são modos de dirigir a vida, mas de fazer-nos reviver, enquanto dormimos, momentos que vivemos ou que desejamos viver.

Deus determina que sonhos sejam tratados apenas como sonhos e nada mais: (Jr 23.28) “O profeta que tem sonhos conte-o como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com verdade”. Pessoas sonham ganhando na loteria e no dia seguinte jogam. No entanto, quando sonham pisando em titica de gato não procuram uma caixa de areia para pisar, como se isso lhe fosse importante. Sonho e só sonho.

É verdade que Deus falou através de sonhos no passado. Muitos profetas tiveram sonhos. Pessoas comuns não tinham sonhos proféticos, só os profetas os tinham porque era o modo como Deus revelava seus decretos. No Novo Testamento vimos ainda alguma manifestação em sonhos, mas o olhar deixa os sonhadores e passa à Palavra de Jesus. A igreja foi preparada por Jesus para ser guiada por Suas Palavras e orientada pelos homens que por Ele foram preparados. Os profetas ainda existiam no NT, mas não tiveram importância decisiva na vida de ninguém. A profecia de Ágabo, por exemplo, que dizia que Paulo seria preso, não foi ouvida e atendida por Paulo, porque a “Palavra de Deus” lhe fora revelada que ele seria levado às autoridade e lhes falaria sobre o evangelho de Jesus. O “sonho profético” desse jovem não foi levado em conta.

Deus falou no passado através de sonhos. Se ele quiser falar ele pode, pois é Deus. No entanto, como Sua Palavra nos diz que Deus decidiu nos falar através de Seu Filho, devemos tomar cuidado com o que sonhamos e deixar de esperar sonhos proféticos. Por valorizá-los demais muitos crentes têm sido enganados ou vivem esperando o que Deus não lhes dará. Rejeitam o que foi revelado nas Escrituras por estarem esperando o que sua mente criou enquanto dormiam, como resultado de mentes ligadas mais à terra do que os céus. Cuidado. Sonhos são apenas sonhos, e assim devem ser vistos.

Nosso terceiro assunto é A INGRATIDÃO DOS HOMENS (40.21,22) “Ao copeiro-chefe reintegrou no seu cargo, no qual dava o copo na mão de Faraó; mas ao padeiro-chefe enforcou, como José havia interpretado. O copeiro-chefe, todavia, não se lembrou de José, porém dele se esqueceu”.

A gratidão nos faz bem. Ela nos aproxima de quem nos agradece pelo que fizemos. Ela quebra as mais diversas barreiras. Ela incentiva novos atos de bondade, pois quando temos a gratidão por algo que fizemos somos motivados a fazer algo ainda melhor.

Já a ingratidão é terrível. Como nos fere. Depois de nos dedicarmos a alguém, de fazer sacrifícios em prol do próximo, não receber dele um digno “Muito Obrigado!” No nosso íntimo decidimos nunca mais fazer o bem a tal pessoa. Decidimos que ela não merece nossa ajuda ou sacrifícios. Ela é ingrata.

A ingratidão é uma péssima qualidade. Em Lucas 6.35,36, Jesus diz: “Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e, sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também é misericordioso o vosso Pai”.

No texto Jesus deixa claro que a ingratidão é algo que Deus detesta. Os homens pecam por ingratidão, pois se levassem em conta o sacrifício de Jesus e o quanto isto custou ao Pai, decidiriam não pecar. Mas Jesus disse que, mesmo diante destes ingratos Deus continua sendo benigno com eles.

A ingratidão nos fere. Nem sempre as pessoas serão gratas pelo que fazemos a elas. Jesus nos ensina a não fazer o bem pela gratidão que teremos, mas fazer o bem motivados pelo próprio Deus que mesmo sabendo que não pode contar com a gratidão das pessoas e sabendo que são maus, ainda assim, lhes revela a sua benignidade.

Os homens se degradarão ainda mais. Não se pode esperar que os homens ajam contra sua natureza. São maus a revelarão o que são. Paulo disse a Timóteo (2 Tm 3.1-5) “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes… Foge também destes”. Diante desta realidade somos desafiados a continuar fazendo o bem, porém, sem esperar que os homens sejam gratos.

No nosso texto vimos José, depois de se importar com o mal estar revelado na face dos dois homens que estavam turbados por seus sonhos e de revelar-lhes a interpretação, dizendo que o bem viria sobre a vida do copeiro-chefe e ele retornaria ao palácio, José, então, busca ajuda do copeiro dizendo: “Porém, lembra-te de mim, quando tudo te correr bem; e rogo-te que sejas bondoso para comigo, e faça menção de mim a Faraó, e me faças sair desta casa; porque, de fato, foi roubado da terra dos hebreus; e, aqui, nada fiz para que me pusessem nesta masmorra” e “o copeiro-chefe, todavia, não se lembrou de José, porém dele se esqueceu”.

Como deve ter sido duro para José vivenciar tamanha ingratidão. Dois anos se passaram e ele continuava preso injustamente e o copeiro lá, no palácio, no bem-bom. Nós temos de nos desapegar da necessidade da gratidão alheia para que não sejamos pegos pelos maus sentimentos e nosso coração fique duro por causa da ingratidão. Não somos dependentes da gratidão alheia. Ela não será determinante na nossa vida. No final, Deus é quem faz as coisas acontecer. No momento certo Deus fez com que José chegasse ao lugar aonde Deus havia preparado para ele.

José deveria estar preparado para a liderança. Se fosse movido pela gratidão, se frustraria. Mas se fosse grato a Deus e fizesse o bem pelo bem recebido de Deus, seria um bom líder. Era assim que Deus desejava. Descubra você também o prazer de fazer o bem. Não valorize a atitude dos ingratos. Não vale a pena sofrer por eles.

LIÇÕES

Gn 41 – O capítulo quarenta e um de Gênesis não os traz um tema específico. Ele traz várias lições que podem ser aprendidas e aplicadas à nossa vida. As lições que podemos tirar das experiências de José podem ser muito bem aproveitadas e serem enriquecedoras para todos que souberem se aproveitar delas.

Observar as experiências alheias podem nos ajudar para que não caiamos nos mesmos erros. Em alguns países as experiências dos mais idosos são tão valorizadas que eles se tornam o centro da vida comunitária. Como nós não temos tal costume, temos então de nos voltar ao texto sagrado e observar as experiências das personagens bíblicas e tirar as lições que pudermos das suas vidas.

Hoje trataremos sobre LIÇÕES TIRADAS DA VIDA DE JOSÉ.

A primeira lição que tiraremos é O TEMPO E O SOFRIMENTO NÃO PODEM DESTRUIR O NOSSO CARÁTER – Veja os textos: “Passados dois anos completos, Faraó teve um sonho…” (v.1). “Era José da idade de trinta anos quando se apresentou a Faraó…” (v.46).

O que tem a ver estes dois versículos? Os dois falam de tempo. Primeiro fala dos dois anos que se passaram desde que José interpretou os sonhos dos oficiais do Faraó e que o copeiro simplesmente se esqueceu dele. O segundo contata que havia passado treze anos desde que José fora tirada da casa de seus pais, pois tinha dezessete anos quando fora vendido como escravo.

Esta primeira lição é muito importante. Não podemos deixar que o tempo decorrido para que as coisas boas aconteçam na nossa vida venha interferir negativamente no nosso caráter. Somos muito ligados ao tempo.

Nossa vida é regida por relógios. Temos relógio no celular, no pulso, na parede da cozinha e até na igreja ele está lá, controlando o que fazemos. Quando planejamos a nossa vida, planejamos dentro do tempo. Dizemos: daqui a dois anos quero me casar; daqui a cinco ter um filho; daqui a alguns meses quero comprar uma casa; daqui a tanto tempo, comprar um carro, etc. Planejando as coisas dentro do tempo, queremos que as coisas aconteçam deste modo. Mas nem sempre as coisas acontecem deste modo.

Esquecemo-nos que quem controla nossa vida é Deus e para Ele o tempo não é tão importante. Não passa para Ele como passa para nós. Deus vive na eternidade onde o tempo cronológico pouco importa. Pedro nos ensina que para Deus um dia são como mil anos e mil anos como um dia. O que para nós parece demorado, para Deus não é. O que desejaríamos que acontecesse daqui a alguns anos e acontece já, é porque para Deus esse tempo pouco importa.

O texto fala do tempo decorrido na história de José do Egito. Um homem temente a Deus, obediente, justo e fiel. Fazia tudo direitinho, com Deus queria, mas que, aos nossos olhos, o tempo lhe foi um grande carrasco. Parece que Deus deixou o tempo passar sem se preocupar com os acontecimentos na vida de José.

José tinha dezessete anos quando foi vendido como escravo. Teve momentos de refrigério na casa de Potifar, mas foi lançado na prisão por causa de sua mulher adúltera. Passou onze anos preso por ter sido fiel a Deus e por ter honrado o seu senhor. Passados onze anos vieram os dois oficiais de Faraó. Interpretou seus sonhos e criou uma expectativa de liberdade quando o copeiro voltou ao seu posto ao lado de Faraó. Dois anos se passaram e ele continuou preso. Observe que se passaram treze anos de sua vida. Aos nossos olhos foi um tempo perdido, pois nesse tempo ele não pode planejar seu futuro e nem construir sua família.

Nossa afirmação é que o tempo e nem os sofrimentos podem influenciar negativamente o seu caráter. Pare para pensar na vida desse jovem e verá o quanto ele sofreu. Foi vendido como escravo; foi julgado injustamente; ficou preso como bandido e foi alvo da ingratidão. Mas, apesar disto tudo, ele se manteve íntegro. Não vacilou na sua fé e nem na sua firmeza em ser fiel a Deus.

Não percebemos em José a mínima variação no seu caráter. Ele continuou sendo fiel apesar do tempo e dos sofrimentos. O mesmo caráter foi demonstrado quando era livre junto a seu pai, foi mantido quando servia a Potifar, quando estava preso e se passou a guardar os demais presos e foi o mesmo diante do Faraó.

Nós temos a tendência de mudar nosso pensamento com o tempo. Justificamo-nos afirmando que o tempo passou e por isso mudamos.

Também tentamos justificar nossas mudanças quando passamos por momentos de sofrimentos. Blase Pascal, um cristão, quando descobriu que estava com câncer, orou assim: “Senhor, sei que tudo podes, e podes me curar. Mas se não for da tua vontade me curar, me ensine a sofrer como um bom cristão”.

Há aqui uma questão muito importante. Temos de aprender a passar pelo sofrimento e por situações que nos ferem e nos ofendem sem nos endurecer ou nos armar para nos defender, fazendo o mal ao nosso adversário. Devemos buscar o bem daqueles que nos ofenderam, mesmo que isso nos custe o nosso orgulho, pois isto é uma exigência divina. Não podemos deixar que sofrimentos, angústias, ofensas e brigas e o tempo mudem o nosso caráter. Essa é a nossa primeira lição.

A segunda lição que retiramos das experiência de José é: É NECESSÁRIO RESPEITAR AOS HOMENS E A DEUS – “Então, Faraó mandou chamar a José, e o fizeram sair à pressa da masmorra; ele se barbeou, mudou de roupa e foi apresentar-se a Faraó” (v.14). “Ouvi dizer, porém, a teu respeito que, quando ouves um sonho, podes interpretá-lo. Respondeu-lhe José: Não está isso em mim; mas Deus dará resposta favorável a Faraó”(v.15,16).

Nos nossos dias têm sido marcados pela irreverência. As pessoas não respeitam os homens e nem a Deus. Nem a si mesmos. Parece que respeitar ao próximo é vergonhoso.

Os mais antigos, quando encontravam alguém mais idoso, pegava nas mãos e pedia sua bênção. Parar, olhar e reverenciar os mais idosos era algo que enaltecia o ser humano. Hoje ninguém faz isto, e quando faz é criticado. Esse respeito é visto no comportamento dos irmãos de José, pois se sentavam à mesa por ordem de idade. Havia o respeito com a hierarquia. Isto foi visto com louvor pelos que os observavam.

A natureza nos ensina a importância da hierarquia. Na matilha o logo mais velho é quem dirigi os outros. Caso um se revolte contra o líder, os outros tomam sua dor e defendem o mais idoso. Com certeza esse costume foi ensinado por Deus aos animais, talvez para nos servir de lição.

O mandamento diz que os filhos de honrar seus pais para terem longa vida sobre a terra. Verdade é que se desonrassem aos pais seriam apedrejados na porta da cidade. Mas havia a promessa visando o respeito produtivo dos filhos aos pais. Quando este respeito prevalece, a família vive em paz e harmonia.

Deus colocou sobre nós autoridades para que aprendamos a respeitar ao próprio Deus. Na Igreja temos a hierarquia que foi deixada pelo próprio Deus. Temos de aprender a respeitar a hierarquia, levando-se em consideração que toda autoridade é instituída por Deus. Desrespeitar as autoridades é desrespeitar a Deus. As autoridades instituídas na igreja foram colocadas lá por Deus. Respeitá-las é respeitar a Deus.

José nos ensina a respeitar os homens. O texto nos diz que, ao ser chamado por Faraó, José tomou banho, barbeou-se e vestiu de modo digno da presença do Faraó. Ele demonstrou cuidado e respeito ao Faraó ao cuidar de sua aparência. Imagine o seu estado depois de treze anos preso. Seria uma afronta ao Faraó se ele se apresentasse, mesmo como escravo, sujo ou maltrapilho.

A Igreja Presbiteriana não dita regras de vestuário, por exemplo. Não diz que não pode usar calça ou dita o tamanho das saias das mulheres ou o tamanho do cabelo. Ensinamos o princípio da decência. Caso alguém fosse chamado para se apresentar diante de uma autoridade, ele não ira de chinelos e bermudão. Isso seria um desrespeito. Se é desrespeito à autoridade, e quanto a Deus. Seria correto vir ao encontro de Deus vestido assim, de modo tão despojado?

Na igreja temos o cuidado de ensinar a reverência. É falta de educação não prestar atenção em quem fala conosco. Muito pior é não dar atenção a Deus. Uso de aparelhos eletrônicos durante o culto é inaceitável. Conversas paralelas são maléficas. Tira tua atenção, a atenção da pessoa com quem você está conversando e a atenção de quem está ao lado, atrás ou na tua frente. Por isso é necessário a reverência, para que todos ouçam a voz de Deus e possam prestar culto a Ele de modo eficaz e proveitoso. Se portar e se vestir com decência é uma ótima maneira de demonstrar respeito a Deus e a quem faz o uso da palavra.

José demonstrou respeito ao Faraó ao cuidar de sua aparência. Porém ele demonstra respeito a Deus quando soube dar a honra a Deus por aquilo que Deus fazia através dele. Ele não ficou com a honra da interpretação do sonho, mas creditou a Deus esse dom.

Todo glória pertence a Deus. Essa é uma das bases da Reforma Protestante. Se um pregador prega bonito, deve baixa sua cabeça e louvar a Deus por ter sido usado como Seu instrumento. Se outro canta bem, deve louvar a Deus por poder louvá-Lo de modo tão bonito. José soube respeitar a Deus ao exaltá-Lo ao afirmar a Faraó que a interpretação vinha de Deus.

Como seria diferente na igreja se todos agissem assim. Seríamos todos servos exultantes de alegria por poder servir a Deus. Não haveria arrogância ou egoísmo. Todos serviriam com prazer. Jesus, para ensinar esse princípio, tomou uma toalha e uma bacia com água, baixou aos pés dos apóstolos e lavou seus pés. Essa era a tarefa do servo, mas Jesus, o Senhor do Universo, fez isto e disse aos seus: “Assim como eu fiz, fazei vós também”.

A terceira lição que retiramos da vida de José é: NOS DISPOR A REAFIRMAR A SOBERANIA DE DEUS – “Com esta palavra Deus manifestou a Faraó o que Ele há de fazer. Ele fará vir sete anos de grande abundância e sete anos de fome. O sonho de Faraó foi dúplice, porque a coisa é estabelecida por Deus, e Deus se apressa em fazê-la. Agora, pois, escolha Faraó um homem ajuizado e sábio e o ponha sobre a terra do Egito. Faça isso Faraó, e ponha administradores sobre a terra, e tome a quinta parte dos frutos da terra. Ajuntem os administradores toda a colheita, assim, o mantimento será para abastecer a terra nos sete anos de fome que haverá no Egito; para que a terra não pereça de fome.” (v. 14-36).

Acostumamo-nos a falar sobre a soberania de Deus. Normalmente orando tratamos Deus como Soberano. O problema é quando agimos como se nós fôssemos reis e soberanos em nossa própria vida.

Você já parou para pensar sobre o que é um Soberano? Quando Israel pediu um rei a Samuel, Deus o mandou informar ao povo o que é um soberano. Ele disse ao povo que o soberano mandaria nas suas terras, nas suas plantações, nos seus filhos e nas suas escolhas. O Rei teria autoridade de manter alguém vivo ou decidir sobre sua morte.

Quando nós afirmamos a soberania de Deus reconhecemos que Deus está no controle. O sol da manhã ou o dia nublado está como está, porque Deus assim decidiu. Deus está no controle se estou saudável ou se estou doente, se estou empregado ou desempregado. Afirmar a soberania de Deus não é apenas dizer que Deus está no controle, mas é aceitar com alegria o fato de Deus estar controlando todas as situações.

Quando está tudo bem nem sempre lembramo-nos de Deus. Ficamos felizes com Ele por que tudo vai bem. Mas quando algo ruim acontece nos revoltamos. Ficamos tristes e magoados. Não queremos aceitar o mal. Jó, nesta situação, disse a sua esposa: “Aceitaríamos a bem de Deus e não aceitaríamos o seu mau?” Este é um ótimo exemplo de alguém que entendeu e aceitou que Deus é soberano e demonstrou total respeito a Deus.

José, diante de Faraó, reafirmou, com toda autoridade a soberania de Deus. Faraó se dizia um Deus. Ele tinha centenas de deuses. Mas José, não se importando com o que Faraó e os seus oficiais iriam pensar, afirmou que o sonho do Faraó fora uma revelação do que Deus iria fazer no Egito. José deixou claro que os acontecimentos estavam nas mãos de Deus e nem o Faraó, com todo o seu poder, poderia fazer nada para impedi-lo. José revelou a todos ali que Deus é quem controlava os sonhos do Faraó, assim como a chuva ou a seca. Deus estava no controle, foi o que José afirmou.

Sabendo do controle divino o escravo José, preso há treze anos, dá ordens ao homem mais poderoso da sua época dizendo a ele o que, como, onde e quando deveria agir. E como Deus controla tudo, o poderoso Faraó fez exatamente como José disse.

Nós temos de nos lembrar da soberania divina no nosso dia a dia. Quando passamos em concursos, devemos reconhecer que Ele nos deu a vitória. Quando estamos desempregados, devemos louvar a Deus, pois Deus assim permitiu nosso desemprego e podemos tirar algo bom desta situação, mesmo que seja na observação do cuidado divino não nos deixando passar fome e suprindo, milagrosamente as nossas necessidades.

A história de Elias mostra o cuidado de Deus em sua vida na fartura e na escassez. Primeiro ele tem fartura de água e pão. Depois cega o córrego e ele é sustentado, milagrosamente, por uma viúva, com um pouquinho de farinha e de azeite. Mas em todo tempo Elias reconheceu que Deus estava no controle e louvou a Deus por isso.

Devemos, como José, reconhecer a soberania de Deus e viver com alegria por estar sob esta soberania. Pois nada acontece em nossa vida sem o seu controle. Nenhum fio de cabelo cai de nossa cabeça sem o seu controle. Sabe disto deve nos trazer paz ao coração e devemos propagar a todos que Deus manda em nossa vida e nada acontece fora da Sua vontade.

A quarta lição retiramos da experiência de vida de José é: O HOMEM FIEL A DEUS SERÁ EXALTADO – “Disse Faraó aos seus oficiais: Acharíamos, porventura, homem como este, em quem há o Espírito de Deus? Depois, disse Faraó a José: Visto que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão ajuizado e sábio como tu. Administrarás a minha casa, e à tua palavra obedecerá todo o meu povo; somente no trono eu serei maior do que tu. Disse mais Faraó a José: vês que te faço autoridade sobre toda a terra do Egito. Então, tirou Faraó o seu anel de sinete da mão e o pôs na mão de José, fê-lo vestir roupas de linho fino e lhe pôs ao pescoço um colar de ouro. Fê-lo subir ao seu segundo carro, e clamavam diante dele: inclinai-vos! Desse modo, o constituiu sobre toda a terra do Egisto.” (v. 38-46).

O homem fiel será exaltado, na terra ou no céu. Pode ser que o fiel não seja exaltado na terra e até que viva um vida de escassez, seja de saúde ou de bens, mas no final Deus o honrará. A Bíblia nos diz que Deus tem galardões reservados para todos os seus fiéis.

A carta aos hebreus revela no capítulo dez que os crentes estavam sofrendo por serem cristãos. Perdiam suas casas e vidas pelo Nome de Jesus, mas o texto revela que o faziam com alegria, pois a fidelidade do Senhor era mais importante que perdas de bens e mais importante que a própria vida. Eles tinham a certeza de que a glória que Deus tem reservado para os fiéis superava todas as situações, sejam boas ou ruins. A glorificação final é certa e segura.

Deus disse: “Aquele que se humilha, será exaltado”. Esta é uma promessa de Deus aos fiéis. José sabia disto e louvou a Deus, mesmo sendo duramente oprimido pelo tempo e por situações desagradáveis, e Deus cumpriu sua promessa na vida dele, exaltando-o na terra do Egito.

Somos tentados fazer as coisas do nosso jeito. Somos induzidos a mentir para conseguir uma promoção ou respeito do patrão e a arrumar um jeito para que as coisas aconteçam do nosso jeito.

Ser honesto, verdadeiro e fiel é dever de todo cristão. Mesmo que os ímpios te tratem mal por tua fidelidade, um dia reconhecerão que entre eles esteve um “cristão” de verdade. Um dia louvarão a tua fidelidade. Se não reconhecem agora, saiba que um dia reconhecerão. Pedro ensina que o sofrimento só vale a pena se for por motivo justo. Diz que sofrer por agir como bandido, não traz honra nenhuma, mas sofrer como justo traz glórias eternas.

O fiel a Deus é honrado, seja agora, seja aqui, ou ali, ou no céu. Mas é certo que todo fiel terá honras da parte de Deus. Essa é nossa quarta lição.

Nossa quinta lição retirada da experiência de José é: NÃO GUARDE NENHUM RANCOR NO CORAÇÃO “Se esqueceu” (v.51,52).

Michellangelo disse o seguinte: “Guardar rancor no coração é como tomar pequenas dozes diárias de veneno esperando que teu adversário morra”. Quem vai morrer é você! Você irá adoecer se guardar maus sentimentos em teu coração. Teu rosto ficará feio, pois o coração alegre aformoseia o rosto e o coração triste deixá-lo-á feio.

Davi fala de seus pecados, dizendo que: “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos todos os dias”. É como uma doença que vai nos fazer definhar dia a dia.

Eu sofrei assim. Na minha adolescência guardei muita raiva e tristeza no coração. Certo dia resolvi escrever uma carta e pedir perdão a meu irmão por tê-lo odiado por tanto tempo. Sua resposta me surpreendeu, pois ele me disse que nem imaginava que eu tinha tais sentimentos sobre ele. Eu fiquei doente por anos, porque guardei rancor no coração. Perdi meu tempo e saúde.

Guardar rancor no coração só faz mau. Guarde no coração somente o que for bom e trouxer alegria e esperança. Guarde as boas lembranças. Seria maravilhoso se pudéssemos apagar de nossa história as circunstâncias desagradáveis. Deixá-las lá no passado. Como seria bom se pudéssemos nunca mais nos lembrar das palavras que nos feriram e das coisas que lemos e nos foram ofensivas. Você não poderá apagá-las, mas poderá deixar de olhar para elas. Pode olhar para frente e escrever uma história bonita. Ao invés de ficar lembrando o que o namorado disse, deixe-o e arrume outro. A namorada te feriu, troque-a. Tua esposa te machucou, lembre-se dos bons momentos. Encha tua vida de boas lembranças e elas sufocarão as más lembranças, mas o contrário também é verdadeiro. Se exaltar os maus sentimentos, eles te levarão para o fundo do poço. Não deixe que as lágrimas da noite impeçam de vê-lo o lindo amanhecer.

José nos deixa essa lição. Põe nome nos seus filhos que demonstram um novo horizonte. Nada de ficar remoendo o passado. Ele quis esquecer o mal que lhe fizeram, e se não esqueceu, decidiu não se lembrar dos irmãos apenas pelo mal que lhe fizeram.

Deixe de ser negativo. Não reclame das chuvas ou do sol. Lembre-se que ontem você queria chuva e o calor estava te matando. Veja a beleza da vida. Lute por encher teu coração de coisas boas e alegres. Toda situação tem algo bom para você. Basta querer ver as coisas boas.

Uma estória fala de um homem que sempre buscava ver as coisas boas. Ele servia a um rei que não gostava de ver sua positividade. Um dia foi atacado por um animal e perdeu um dos dedos, e nem por isso viu algo ruim. O rei o prendeu por ficar irado. Dias depois teriam de viajar juntos e o rei não pode ir por estar enfermo. Reclamou. Na viagem, bárbaros o prenderam e iram sacrificá-lo, mas ao ver que lhe faltava um dedo, o libertaram. Não iriam sacrificar a seu deus um aleijado. Se o rei tivesse ido, seria ele o sacrificado. Sempre há algo bom. Basta querer ver.

Deixe de ver tua vida pelo “Se”. Se isto tivesse acontecido eu teria sido assim. Deixe disto. Olhe para você agora, com a vida que você tem, com os filhos e cônjuge que tem. Isto sim é importante. Veja, com prazer, as coisas boas que Deus te dá e verás que tens muito mais do que pensa merecer.

José tinha tudo para ter seu coração cheio de rancor. Mas ele decidiu procurar as coisas boas da vida. As más estavam lá, mas ele não deu importância a ela. Por isso ele se manteve firme e fiel durante toda a sua vida.

Eu aprendi estas lições e espero que também sejam úteis a você.

HONESTIDADE
Gn 42

Observando este texto e analisando-o para descobrir o tema deste capítulo, vi que a palavra “Honesto” se repetiu várias vezes. Como estamos vivendo tempo onde a honestidade está cada vez mais escassa vi que seria muito bom se tratássemos sobre a HONESTIDADE como tema deste estudo.

Entrei na internet com esse tema em mente e encontrei um “teste de honestidade”. Fiquei abismado com a simplicidade das perguntas, pois elas revelam quão baixo está o nível de honestidade das pessoas. Perguntas do tipo: “Se visse numa gaveta um pacote de dinheiro e sabendo que ninguém está o observando, você pega ou não?”Para mim e para todos os cristãos a resposta negativa é tão óbvia que fiquei ainda mais assustado com o resultado de minhas respostas, respondidas como qualquer crente o faria, me qualificou como “Uma pessoa rara”. Diante desse resultado me convenci da urgência de se tratar desse assunto.

Deparei-me com um texto que revela que a desonestidade não é coisa nova. O salmista (Sl 12.1,2) faz uma exclamação no mínimo assustadora: “Socorro, Senhor! Porque já não há homens piedosos; desaparecem os fiéis entre os filhos dos homens. Falam com falsidade uns aos outros, falam com lábios bajuladores e coração fingido”. O profeta Jeremias chora a destruição de Jerusalém e lamenta que, pior que Sodoma e Gomorra, que foram destruídas, porém lá havia o justo Ló, em Jerusalém não havia, como ele afirma, nenhum justo sequer. Se já naquela época faltavam homens honestos, imagine hoje.

Como disse anteriormente, a palavra prevalecente no texto é a palavra: “honestos”. Ela nos arremeteu ao tema honestidade e nesse tema afirmamos: É PRECISO SER HONESTO (v. 11) “Somos homens honestos. Os teus servos não são espiões”.

Um dos problemas da desonestidade é a tentativa de justificar o erro. Quem se vê como justo, não reconhecendo o erro, nunca se corrigirá. Observando as personagens bíblicas percebemos que todos, de um modo ou de outro, foram desonestos, e desejaram se justificar. Adão, por exemplo, tentou se justificar afirmando que seu erro foi culpa da Eva. Noé se embriagou e poderia dizer que estava experimentando a primeira safra após o dilúvio. Abraão justificou sua mentira como tentativa de poupar sua vida. Jacó poderia justificar sua desonestidade no fato de ser o segundo filho e nunca ter tido oportunidades. Judas se justificaria por ter roubado da bolsa das coletas de ofertas como um modo de conseguir recursos para a política, já que era um Escariotes e desejava a libertação de seu povo, fato que justificaria sua traição, pois pensava em obrigar Jesus a reagir e assumir seu trono em Jerusalém e expulsar os romanos. Pedro se justificaria dizendo que se não negasse conhecer Jesus poderia ser morto e Paulo poderia se justificar de ter consentido na morte de Estevão por sua religiosidade judaica.

O mundo precisa de exemplos de honestidade. A atitude honesta e firme de Sadraque, Mesaque e Abdenego permanece nos incentivando até hoje. O faxineiro do aeroporto que achou a bolsa de dinheiro e devolveu e o casal de mendigos que encontrou a sacola cheia de dinheiro e entregou na delegacia são exemplos atuais importantíssimos. Histórias como estas são exaltadas e propagadas para servirem como exemplos. Movidos pelo exemplo do faxineiro do aeroporto, no Ceará, algumas escola passaram a dar aulas de honestidade.

São sinônimos de honestidade: a) Integridade – íntegro é aquilo que é inteiro. O homem honesto é aquele que não é parte correto. Ele é inteiramente correto. b) Retidão – a retidão nos arremete a alguém que tem um alvo fixo, e anda nesta direção reta, sem vacilar ou se entregar aos apelos desonestos do mundo; c) Fidelidade – Fiel é aquele que não desiste de seus compromissos ou não o troca por uma oferta melhor. Além destes adjetivos, ainda nos restam a correção, dignidade, honra e por fim imaculado. Este último revela que a honestidade faz o homem limpo, sem máculas ou manchas que o fazem refém de sua história manchada.

É necessário ser honesto consigo mesmo. É preciso caminhar de acordo com as capacidades pessoais, sem exigir mais ou fazer menos do que é capaz. É preciso ser honesto com as fraquezas, defeitos e qualidades que possui, pois sendo honesto consigo você conseguirá viver melhor, sabendo quem é e como poderá vir a ser.

Deve ser honesto com o próximo. Jesus nos ensinou que devemos desejar aos outros o mesmo que desejamos para nós. As pessoas precisam conhecer a honestidade e somente quem teme a Deus terá motivos para ser honesto. Falsos pastores têm sujado o nome dos pastores e falsos crentes têm sujado o nome dos crentes. É necessário que ajamos com honestidade para que as pessoas redescubram que ainda existe gente honesta neste mundo.

Seja honesto por causa de Deus. Deus deu seu bem mais precioso para tê-lo junto de Si. Ele é puro e quer relacionar-se contigo do modo mais puro e santo. Você é ministro de Deus e deve viver de modo a agradá-lo e a revelar o caráter santo daquele a quem você serve.

No estudo passado afirmamos que os problemas que vivenciamos não podem afetar no nosso caráter. Vivendo em meio a tanta desonestidade podemos ser tentados a viver como os desonestos. Rui Barbosa, meditando sobre esse tema, disse: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. Não podemos deixar que a desonestidade dos desonestos nos torne desonestos também.

Ser honesto não é uma escolha, é obrigação. Cada um de nós terá de prestar contas a Deus. Sejamos, pois honestos.

A ficha da vida de cada um revelará seu caráter. A pessoa não é o que ela diz ser, mas o que ela fez e faz. Ela pode mudar sua história e colocar sua vida nos trilhos, mas terá de enfrentar a realidade por causa do modo como viveu sua vida.

Os irmãos de José disseram que eram honestos, porém não eram. Rubem não honrou o seu pai, pois se deitou com a sua concubina. Levi e Simeão mataram homens indefesos. Judá foi falho no seu relacionamento com Tamar e todos eles estavam envolvidos da venda de José como escravo e na mentira dita a Jacó sobre a morte de José. Não basta dizer que é honesto. Tem de ser honesto para que não haja alguém que o contradiga.

O honesto é sempre honrado. A história de Daniel revela que sua honestidade o fez permanecer no poder da Babilônia, mesmo com a troca de vários reis. Os amigos de Jó não encontraram nenhum erro em sua vida para acusá-lo. Os sacerdotes que faziam a reforma do templo tiveram a necessidade de prestar contas revogada, pois eram fiéis no seu trabalho. Isto mostra que ser fiel, além de ser uma obrigação, é um modo de atrair o respeito e a honra de quem o observa. Então, faça todo o esforço necessário e seja honesto.

Nossa segunda afirmação é que não basta ser honesto, É PRECISO PROVAR QUE É HONESTO (v.15) “Nisto sereis provados”. E (v. 19) – “Se sois homens honestos…”.

As pessoas não são obrigadas a crer em tua palavra. Bom seria se cressem. Mas por causa da desonestidade vigente no mundo é comum que as pessoas não confiem uns nos outros. A história de Davi revela o personagem Aitofel que se suicidou quando não foi ouvido. Ele era muito respeita, mas quando sua palavra foi colocada sob suspeita, preferiu a morte.

Quando tinha cerca de quatorze anos eu trabalhava numa padaria. Era penoso levantar as duas da madrugada todo dia. Mas o que me marcou foi o teste que sofri. Meu patrão deixou uma nota de valor médio no chão. Ao vê-la percebi que era um teste. Chamei minha patroa e lhe mostrei a nota. Meu patrão colocou à prova a minha honestidade.

Quando elegemos oficiais na igreja a Bíblia ensina que devemos examiná-los e depois de provados, se aprovados, eles exerçam o cargo a que foram eleitos. É a lei da “Ficha Limpa” criada por Deus desde o início da igreja.

Devemos provar também se espírito vem de Deus. Não devemos depositar toda confiança nos pregadores da Palavra, pois podem estar enganados. Devemos seguir o exemplo dos bereianos, que provavam na Bíblia se as palavras de Paulo estavam corretas. Também, no Antigo Testamento, os profetas só tinham sua profecia confirmada com a sua concretização dela, caso contrário, seriam executados por proferirem falsas profecias.

Para aprovar crediário as empresas fazem ligações e verificam a ficha no SPC. Tesoureiros, por mais honestos que sejam, têm de apresentar as notas das despesas. Todos provam sua honestidade.

Como os irmãos de José afirmaram que eram homens honestos, José exigiu a prova da sua honestidade. Exigiu que trouxessem o seu irmão mais novo como prova de que diziam a verdade. Foi um modo de comprovação da sua palavra.

Como haviam errado no passado, José também colocou o dinheiro da compra de cereais nos sacos para ver como reagiam. Sua devolução revelou que eles cresceram com o tempo, e, pelo menos na questão da finança, foram aprovados no teste de fidelidade. Era necessário que provassem que mudaram.

Li sobre um policial que fazia segurança na frente de um colégio público. Ele abordou um jovem com bermuda, jaqueta e boné (Kit Peba) e exigiu identificação. Com a reação ameaçadora o policial usou da força e empunhou a arma. No fim percebeu que aquele garoto era um estudante e o policial foi afastado por agir como agiu. O comentário do jornalista Luiz Carlos Bordoni sobre esse fato, foi: “Não basta ser honesto. É preciso parecer honesto. Quem se veste como bandido será de ser tratado como bandido. Policiais não têm como adivinhar a índole de todos”.

Saiba que não basta que sejas honesto. Terás de passar por provas que a sociedade e pessoas farão para provar que você é de fato honesto. Melhor será que, em todas as vezes que fordes testado, mostra-te sempre irrepreensível e de fato honesto.

Nossa terceira afirmação é que A DESONESTIDADE TRARÁ SÉRIAS CONSEQUÊNCIAS (v. 4) “A Benjamim não enviou para que não lhe sucedesse, acaso, algum desastre”. (v.37,38)“Rubem disse a seu pai: mata os meus dois filhos, se to não tornar a trazer; entrega-me e eu to restituirei. Ele, porem disse: Meu filho não descerá convosco”.

Levamos uma vida inteira para construir um bom nome, e apenas um minuto para destruí-lo quando agimos impensadamente. A consequência da desonestidade dos irmãos de José, neste versículo, foi a desconfiança de seu pai. Sua palavra não vale mais como prova.

Isso acontece com o disciplinado. Por não ter honrado a Deus e preferir viver em pecado, a pessoa é disciplinada e somente voltará a comungar depois de provar o seu arrependimento através de um digno proceder, observado pelas autoridades da igreja.

Quem age de modo desonesto perderá a confiança de todos. Alguém que roube, por exemplo, será sempre o primeiro da lista de culpados quando sumir algum valor. Se não queres passar por esta situação, então, seja sempre honesto.

Outra consequência é vista no texto: (v. 21) “Somos culpados, no tocante a nosso irmão, pois lhe vimos a angústia da alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos; por isso nos vem esta ansiedade”.

Percebam que ninguém estava falando de José neste momento, mas diante da situação, eles revelaram a angústia e ansiedade que viviam a treze anos, desde que venderam o seu irmão e mentiram a para o seu pai. A culpa amargurava suas vidas e viam todas as situações ruins como castigo divino. A culpa é uma consequência real da desonestidade. O culpado ficará refém de sua consciência.

Outra consequência é a incapacidade de defender-se quando acusado pelos outros. (v. 22) – “Respondeu-lhe Rubem: não vos disse eu: não pequeis contra o jovem?” Eles tiveram de ouvir calados a acusação de seu irmão mais velho, que na época, tentou proteger a vida de José.

Quando eu era criança assistia a um desenho que tinha várias motocicletas falantes que sempre cometiam erros. Elas sempre eram avisadas por uma motocicleta menor e mesmo assim erravam, e depois tinham de ficar ouvido-a dizer: “Eu te disse. Não diga que não te disse, porque eu te disse”. Quem erra é obrigado a ouvir calada todas as críticas e acusações feitas contra ele.

E por fim, não menos pior, a consequência é sofrer os danos da desonestidade. (v.24) “Tomou a Simeão dentre eles e o algemou na presença deles”. O que o desonesto dirá para justificar-se? Estamos assistindo a novela do“Cachoeira”. Um homem rico que teve de ficar nove meses preso. Todo desonesto sofrerá o dano da sua desonestidade.

O grande problema e o que leva os desonestos a agirem é a certeza da impunidade. Num sermão que preguei outro dia falei sobre a loucura que é guardar pecados ocultos. Assim como a carniça escondida eles também revelaram o seu mau cheiro e será descoberta. Não importa o quanto o desonesto tenta mascarar as situações para esconder o seu mau procedimento. Mais cedo ou mais tarde tudo virá à tona e o desonesto terá de sofrer as duras consequências de sua desonestidade.

Pedro nos deixou o aviso de que devemos sofrer por termos agido como os ímpios. Se tivermos de sofrer, que seja por termos sido fiéis a Deus, pois somente este sofrimento trará algum tipo de glórias. Sofrer como os ímpios trará decepção e vergonha.

Para concluir, gostaria de dizer que nosso comportamento revelará quem é nosso Senhor. Jesus revelou que não temos como servir a dois senhores. Ou servimos a Deus ou ao Diabo.

Se formos honestos refletiremos o caráter de nosso Deus. Mostraremos ao mundo a pureza do Criador. Porém, se formos desonestos revelaremos que agimos como príncipe desse mundo. Jesus disse aos fariseus que agiam como agiam por que eram filhos do Diabo e agiam como agiam para agradá-lo. Seja honesto.

Nossas afirmações sobre a HONESTIDADE foi que:
– É PRECISO SER HONESTO.
– É PRECISO PROVAR QUE É HONESTO.
– A DESONESTIDADE TRARÁ SÉRIAS CONSEQUÊNCIAS.

Somente nós, crentes em Cristo Jesus, é que podemos revelar a face do bem. Sejamos, pois, honestos para que o mundo conheça o caráter santo de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

LIDANDO COM AS CONSEQUÊNCIAS
Gn 43 e 44

No estudo passado tratamos sobre a honestidade. A pessoa colhe os frutos da sua honestidade ou os frutos da desonestidade. Hoje trataremos sobre como lidamos com o resultado de nossos atos.

Num seriado que passa ao meio dia, o ator Will Smith, diante de uma situação muito ruim disse: “vou fazer o que faço quando a coisa fica difícil: Eu durmo”. Foi o que fez o profeta Jonas. Todos estavam angustiados, mas ele dormia, mesmo sendo sua a culpa daquela situação. Depois de acordado, apenas disse, me joguem no mar. Em nenhum momento ele orou pedindo perdão ou pediu a misericórdia de Deus sobre os marinheiros. Os tripulantes do navio é que oraram por ele.

Outro que enfrentou o resultado de suas escolhas foi Daniel. Sabendo da proibição de orar a Deus, assim mesmo orou. Por isso foi condenado à morte, sendo jogado na cova dos leões. Em nenhum momento ele esperneou ou gritou. Ele assumiu a responsabilidade por sua escolha.

Muitos são desordeiros e irresponsáveis porque seus pais ou responsáveis nunca os deixaram assumir as consequências de seus erros. Na hora do aperto, sempre jogaram o peso sobre os pais.

Neste estudo trataremos sobre o tema:

COMO LIDAR COM AS CONSEQUÊNCIAS DOS NOSSOS ATOS

Quer façamos a coisa certa ou errada sempre teremos de assumir as consequências de nossos atos. Quando a escolha é certa os frutos dela são elogios. Quando errada, é crítica, prejuízo e situações vexatórias. Mas, mesmo assim, devemos enfrentá-las.

Nossa primeira argumentação é: VOCÊ FALOU? ENFRENTE A SITUAÇÃO (Gn 43.6,11-14) “Por que me fizestes este mal, dando a saber àquele homem que me tínheis outro irmão? Se é tal, fazei, pois isto: tomai do mais precioso deste terra, levai também dinheiro em dobro e o dinheiro restituído e levai também o vosso irmão. Deus Todo-Poderoso vos dê misericórdia. Quanto a mim, se eu perder os filhos, sem filhos ficarei”.

Palavras são como penas soltas sobre uma montanha. Uma vez soltas você nunca mais conseguirá tê-las de volta em suas mãos. Um grande problema em dar a sua opinião é que existem dois lados num diálogo: o que fala (você) e o que escuta. Nem sempre a pessoa que escuta entende o objetivo das palavras que você usou. Isto pode gerar situações ruins, quando tuas palavras são vistas como ofensivas ou opressoras.

Nossas palavras possuem um peso muito grande. Elas têm o poder de curar uma pessoa ferida na alma, recebendo com ela refrigério ou o poder de destruí-la, quando mal compreendidas. Por isso é necessário que se pense muito antes de abrir a boca.

Sabendo do grande prejuízo que o uso da fala pode trazer, Tiago nos ensina: (Tg 1.19) “Seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar”. A instrução de Tiago é para gastarmos bastante tempo ouvindo os argumentos para não corrermos o risco de nos irarmos com suas palavras, mesmo que esteja dizendo algo para o nosso bem. Depois de ter ouvido tudo com a atenção você decidirá se fala alguma coisa ou se fica calado. Não seja apressado. Dê mais atenção a quem fala contigo e seja paciente. Isto evita uma série de problemas.

Tiago ainda diz: (Tg 3.2) “Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo”. No seu ensinamento ele afirma que quem domina a boca consegue dominar o seu corpo, seus instintos naturais e seus impulsos carnais. Observe que treinar o domínio da língua é mais vantajoso do que fazer exercícios físicos.

O sábio diz em Provérbios (Pv 17.28 e 18.13,21) “Até o estulto, quando se cala, é tido por sábio, e o que cerra os lábios, por sábio. Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha. A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto”. Veja que temos aqui sábios conselhos: 1º – É melhor ficar calado do que falar o que não se deve dizer. Ficar calado demonstrará tua sabedoria; 2º – Não responda antes de entender a pergunta ou o argumento de quem fala contigo. O ditado popular diz que “O apressado como cru”, neste caso, o apressado se posiciona contra ou a favor de algo ou alguém sem compreender o que está ouvindo. O melhor é ter paciência, compreender e depois reagir; 3º – Cuidado com o que fala. Você colherá os frutos das palavras que saem de tua boca. Nelas há vida e morte. O que for dito trará boas ou más consequências.

É disto que estamos tratando neste estudo. Tuas palavras geram consequências. Você falou? Assuma que falou e pague o preço de ter dito o que disse. Você terá de pagar o preço por ter aberto tua boca, dado tua opinião ou se posicionado a favor ou contra alguém.

O que deves fazer agora? Peça desculpas. Tente, com todas as tuas forças e usando todos os argumentos possíveis corrigir o que fora dito. Porém, saiba que o outro não será obrigado a perdoar. Você disse o que quis, agora terá de aguentar as consequências.

Os irmãos de José falaram demais. Eles se deixaram levar pelas perguntas de José e deram detalhes sobre a vida familiar. Contaram sobre o pai e o irmão. Isto acontece quando encontramos estranhos e nos deixamos levar pela conversa e quando nos damos conta já falamos demais de nossa vida e demos ao estranho informações sobre nós que não devíamos ter dado.

Jacó deu bronca nos seus filhos porque deixaram a situação chegar nesse pé. Eles se deixaram levar pela conversa e interesse do estranho do Egito e foram falando. Suas palavras geraram um grande conflito familiar. Necessitavam de mais alimento e só tinha no Egito. Quem os receberia seria “aquele homem”. Sabendo da existência do irmão o requereu como prova de que não eram espiões.

E agora? Aqui chegamos ao ponto do nosso estudo. A situação está armada. Como reagir? Jacó revela que a melhor atitude é a ação. Decidiu mandar o filho querido. Não havia outra saída. Mas tomou alguns cuidados: pegou dinheiro em dobro e mandou de volta o dinheiro devolvido nos sacos de cereal e enviou presentes ao homem do Egito, quem sabe para amolecer seu coração.

O que fica de lição para nós é que tendo falado algo o melhor é enfrentar a situação e procurar todos os meios para amenizar ou para resolver as consequências. Se passares por situação assim, não faça como Jonas. Não se esconda. Mostre tua cara e resolva.

Nossa segunda argumentação é: LEVOU CONTIGO ALGO QUE NÃO TE PERTENCE? DEVOLVA. (Gn 43.21,22) “E disseram: Ai! Senhor meu, já uma vez descemos a comprar mantimento; quando chegamos à estalagem, abrindo os sacos de cereal, eis que o dinheiro de cada um estava na boca do saco de cereal, nosso dinheiro intacto; tornamos a trazê-lo conosco”.

Estudar sobre isto os parece chover no molhado, pois todos sabem que devem devolver o que não te pertence, mas não é bem assim! Enquanto fazíamos este estudo na igreja vários irmãos contaram que passaram por situações parecidas, e que devolveram o que não lhes pertencia, porém uma irmã contou que, tendo saído da loja onde comprara roupas, chegando em casa, percebeu que uma blusa havia sido passado pelo caixa sem ser registrada. Indo devolvê-la no dia seguinte, percebeu no caixa “um ar de deboche”. Foi como se dissesse: “Sua besta. Porque não ficou com a roupa. Ninguém nunca saberia de nada”. O problema é que, sabendo que uma peça foi levada a mais e não devolvendo a consciência da irmã a acusaria, corretamente, de que estava roubando, pois estava com algo que não lhe pertencia.

Outra pessoa contou que estando no mercado segurou algo na mão enquanto passava as mercadorias. Chegando ao carro percebeu que havia levado a mercadoria sem pagar. Voltou e pagou. Fez o que era certo. Se explicou e pagou.

Tenho firme em minha mente que não devo me apossar do que não me pertence. É roubo! Quando era criança eu e meu irmão achamos um brinquedo na calçada e ao chegar em casa minha mãe nos obrigou a voltar e devolver. Ela nos ensinou a não nos apossarmos do que não nos pertence.

Quando meus cunhados eram pequenos, morando na roça, acharam um ninho com ovos. Levou-os para sua mãe. Procurando saber onde estava o ninho chegou à conclusão que não era produção de suas galinhas, mas das galinhas do vizinho. Eles, depois de receber uma bronca, voltaram e devolveram os ovos. Resultado deste comportamento de minha sogra é que dos nove filhos todos são responsáveis e honestos. Isto é fruto da boa educação que receberam.

Outra situação é ter dinheiro depositado erradamente em tua conta. Ele é teu? É claro que não. Então, devolva!

Com a vida atribulada que temos vivido muitos têm esquecido seus pertences. Você achou um lindo celular? Ele não é teu. Não tire o chip, como muitos fazem. Deixe-o e o carregue. O dono vai ligar e se não o fizer, pegue telefones na lista do celular e procure o dono. Alguém da lista o identificará. Caso, depois de todos os esforços, o dono não apareceu, mesmo depois de bom tempo de procura, então será teu, se o dono não aparecer.

Um exemplo bíblico que mostra o resultado de se apossar do que não é teu é o que aconteceu a Geazi. Ele viu Eliseu recusar os presentes e quis se dar bem com a boa vontade de Naamã. O resultado é que ficou leproso. Descobriu, tardiamente, que tomar posse do que não lhe pertencia é má ideia.

Os irmãos de José agiram corretamente. Tendo encontrado o dinheiro nos sacos de cereal, levaram consigo e entregaram ao mordomo. Ele os devolveu. Agora sim, o dinheiro se tornou deles. Antes não.

Nossa terceira argumentação é: ALGUÉM ERROU? LEVE ELE MESMO A SUA CULPA (Gn 44.9) “Aquele dos teus servos, com quem for achado, morra; e nós ainda seremos escravos do meu senhor. Então, lhes respondeu: seja conforme as vossas palavras; aquele com quem se achar será meu escravo, porém vós sereis inculpados”.

Quando Ezequiel profetizava na Babilônia os judeus julgavam que o juízo de Deus tinha sido injusto, pois achavam que Deus estava castigando inocentes. Deus então diz: (Ez 18.2,4) “Proferis este provérbio, dizendo: os pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos é que se embotaram? Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá”. Deus nos deixa o exemplo do modo como devemos agir. Deixe o infrator pagar por sua infração. Mesmo que o castigo seja dolorido, a pena sofrida lhe será um remédio para que se corrija e não volte a praticar o erro.

Pais que escondem seus filhos para livrá-los das penas, por dó, estão formando marginais. Assim impedem que assumam a responsabilidade dos seus atos. Seus filhos se tornam inconsequentes e irresponsáveis. O melhor seria deixá-los pagar por seus erros.

Todos sabem que filho criado fora de uma família não dá certo. Pais, porque os filhos são jovens e irresponsáveis, não deixam os se casar quando engravidam moças. Os rapazes, se sentido livres, pois os pais deram a eles esta liberdade, engravidam outras, e assim bebês são criados sem família, porque os pais não deixam seus filhos assumirem as consequências dos seus erros.

Quem quebrou paga. É injusto que outro pague em teu lugar. Seu filho está numa loja e derruba algo, o que fazer? Não resta dúvida de que você terá de pagar. Por que a loja teria de ficar com o prejuízo por você não segurar teu filho? Na hora de dar a mesada do filho desconte o prejuízo que ele causou. Assim ele tomará mais cuidado. Caso contrário, ele nunca aprenderá a se portar bem fora de casa. Ele achará normal quebrar e outros pagarem. Deixe que pague e assim aprenderá.

Vários casos se tornaram famosos por inocentes terem sido presos no lugar de culpados. Alguns morreram afirmando inocência e só depois de mortos é que o culpado apareceu. Isto é justo? Não.

Uma figura que nos parece estranha é a do Bode Expiatório. Ele era solto pelo sacerdote no deserto para que vagasse, levando sobre si o pecado do povo de Deus. Essa era uma forma didática usada por Deus para lhes ensinar que um dia Cristo levaria sobre si o pecado da humanidade. O Bode Expiatório foi um tipo de Cristo. Porém, muitos deixam que inocentes sofram injustiças como bodes expiatórios. Sabem que são culpados e deixam outros levarem a sua culpa e sozinho. Ninguém deve sofrer por erros alheios.

Os irmãos de José afirmaram o correto: se alguém entre nós pegou algo que não lhe pertencia, então terá de pagar com sua vida. Ninguém deve pagar pelo erro do outro. O infrator deve levar todo o peso de sua culpa.

Um erro de muitos pais é não denunciar seus filhos quando cometem pecados. Temem serem expostos por causa do erro do filho e com isso deixam seus filhos na prática do pecado, recebendo juízo ainda pior, da parte de Deus. Pais, em caso de infração, deixe que teus filhos paguem por seus pecados. Somente assim aprenderão a temer a Deus e a viver de modo digno de um cristão.

Nossa quarta argumentação é: ERROU? NÃO PROCURE JUSTIFICATIVA (Gn 44.16) “Então, disse Judá: que responderemos a meu senhor? Que falaremos? E como nos justificaremos? Achou Deus a iniquidade de teus servos; eis que somos escravos de meu senhor, tanto nós como aquele em cuja mão se achou o copo”.

Erros são injustificados quando praticados com consciência. Qual justificativa poderia ser dada por um ladrão? Ou assassino? Ou adúltero? Nenhuma! Nada justifica o fato de terem cometido a infração que cometeram. Sempre há outra atitude a tomar. Nenhuma situação justifica aquele que pratica crimes ou pecados.

A justiça aplica atenuantes e agravantes no julgamento feito. Em caso de acidentes, o peso do crime diminui. Em caso de pecados confessados livremente a disciplina é menor e o modo de tratar o culpado é diferente. Mas em caso de pecados rebeldes, denunciado e não corrigidos, o peso será sempre maior.

O que a pessoa que cometeu o erro poderá dizer a seu favor? A única coisa que pode dizer é: Errei! Se você foi irresponsável não tente encontrar justiça onde não há. Assumir o erro é a melhor saída.

A busca por justificativa é uma tentativa de fugir à responsabilidade e ao castigo. E pior ainda, a pessoa que se satisfaz com a justificativa nunca se corrigirá ou pagará pelo prejuízo que causou. O correto é assumir, pagar e sofrer o dano.

Os irmãos de José estavam diante de um fato. O copo de José foi achado entre os seus pertences. Eles não tinham o que fazer. Eles não buscaram justificativas. Não seriam encontradas. Um crime fora cometido e eles eram os culpados. O que fazer? Sofrer calado a pena imposta, no momento, era o que podiam fazer.

Adão tentou se justificar. Jogou a culpa em Eva. Agindo contrário, Davi, quando confrontado por Natã, não tentou se justificar. Afirmou sobre si mesmo: “Pequei contra Deus”. Confessou. Por isso ele é conhecido como “O Homem segundo o coração de Deus”. Todos somos imperfeitos e temos de assumir nossa culpa. Deus espera do pecador que não se justifique, mas que assuma seu estado de pecado, confesse e deixe o pecado, buscando viver de modo correto e obediente.

Nossa quinta argumentação é: FICOU SEM SAÍDA? SUPLIQUE POR MISERICÓRDIA (Gn 44.18-34) “Então, Judá se aproximou dele e disse: Ah! Senhor meu, rogo-te, permite que teu servo diga uma palavra aos ouvidos do meu senhor, e não se acenda a tua ira contra teu servo; porque tu és como o próprio Faraó. O moço não pode deixar o pai. Se deixar, o pai morrerá. Teu servo se deu por fiador por este moço. Se eu o não tornar a levá-lo serei culpado para com o meu pai todos os dias. Agora, pois, fique teu servo em lugar do moço por servo de meu senhor, e o moço que suba com seus irmãos. Porque como subirei eu a meu pai, se o moço não for comigo? Para que não veja eu o mal que a meu pai sobrevirá”.

Chega um momento que não temos saída. Cometemos erros e não temos como nos corrigir. Neste caso apelar pela misericórdia é a única saída.

Apelar pela misericórdia é o mesmo que buscar socorro nas mãos do inimigo. Ele terá todos os argumentos contra você e você não terá nenhum argumento a teu favor. Neste caso terás de suplicar por uma oportunidade, reconhecendo seu erro. Terá de se humilhar, seja diante de Deus ou diante da pessoa ofendida.

Eu tive uma loja e a assumi num momento financeiro muito ruim. Devíamos mais do que nossa capacidade de saldar a dívida. Nosso maior fornecedor já possuía várias promissórias protestadas. Tendo assumido a situação liguei, contei a situação, falei da minha intenção de pagar as dívidas e pedi que confiasse em mim, pois pagaria as novas mercadorias e as notas vencidas. Eu não tinha nada para oferecer. Apenas dei-lhe minha palavra. Fiquei pasmo com a atitude daquele homem, um crente. Ele me perguntou de quanto eu precisava. Confiou em mim. Supriu minhas necessidades. Paguei cada centavo que lhe devia, tanto das contas novas, como das dívidas antigas, graças a Deus! No final tornou-se um grande amigo a quem tenho uma dívida de gratidão impagável. Sua atitude somente pode ser identificada como um ato de “Misericórdia”.

Judá apelou para a misericórdia de José. Eles eram culpados, pois o copo de José fora encontrado com eles e o dinheiro também. Não havia como se justificar. Então Judá usou a única saída.

Judá apelou para o amor do pai pelo filho caçula. Disse que o garoto era filho da sua velhice e sua mãe, a quem o pai amava, havia morrido; falou da fragilidade da saúde do pai. A perda de mais um filho seria algo insuportável, e morreria; falou do seu juramento. Desejava cumprir sua palavra de devolver o filho a seu pai, como jurara; falou da culpa que levaria consigo pelo resto da vida, caso falhasse; apelou para a emoção de José, fazendo-o imaginar como seria duro ver o pai definhando até a morte por sua culpa e, por fim, apelou também para a justiça de José: ele queria um escravo e Judá se ofereceu no lugar do irmão. A vida dele pela vida do irmão.

Todos estes argumentos não dariam em nada se José não tivesse se comovido. Todos seriam inúteis. Nada obrigava José a pensar no bem daqueles homens. Seu favor seria um ato de misericórdia, Judá sabia disto, e por sua misericórdia apelou.

Por fim, José revelou-se a seus irmãos e tudo se resolveu. Mas Judá e seus irmãos tiveram de aprender que há situações na vida em que somente a misericórdia alheia será a saída. Sendo assim devemos aprender a nos humilhar, rogar o perdão pela falta cometida e suplicar por misericórdia. Essa poderá ser a última saída que teremos.

Este estudo tratou sobre:

COMO LIDAR COM AS CONSEQUÊNCIAS DOS NOSSOS ATOS

Tudo o que fazemos gera consequências, como lidar com elas. Vimos o modo como Jacó e seus filhos lidaram. Vimos que:
1) VOCÊ FALOU? ENFRENTE A SITUAÇÃO.
2) LEVOU CONTIGO ALGO QUE NÃO TE PERTENCE? DEVOLVA.
3) ALGUÉM ERROU? LEVE ELE MESMO A SUA CULPA.
4) ERROU? NÃO PROCURE JUSTIFICATIVA
5) FICOU SEM SAÍDA? SUPLIQUE POR MISERICÓRDIA

Espero tê-lo ajudado com esta meditação. O estudo destes dois capítulos trouxeram lições para mim e creio que também para você, leitor.

Fica a lição: todas as situações exigirão atitude da tua parte. Ficar inerte não ajuda e não resolverá nada. Assuma a culpa e corrija-te. Esse é o melhor caminho.

No final vimos que tudo acabou bem, assim como acaba bem todas as vezes que enfrentamos com honestidade as situações em que nos envolvemos, sejam boas ou más. No final, tudo se resolve do melhor modo.

VINGANÇA INVERSA

Gn 45.1-28 – Há um pensamento errado que permeia a mente de muitas pessoas, inclusive de crentes. Pensam que Deus agia de um modo no Antigo Testamento e age, no Novo, de modo diferente. Deus é o mesmo e não muda. Quando Jesus ministrou seu ensino ele chocou muitas pessoas. Seu ensino contradizia o pensamento da época. Enquanto a valentia, força e vingança eram estimuladas, ele pregou o amor, a paciência e longanimidade como grandes qualidades para seus servos. No entanto, esse ensino não era novo. Deus já ensinava isto aos seus servos desde o início da história humana. Isto será comprovado neste estudo.

Já estudamos que Deus abomina a prática da vingança. Nenhum homem que teme a Deus não deve sequer pensar em vingar-se, pois Deus deixa claro em sua palavra que: “A vingança pertence a Deus. Deus é quem retribuirá”. Todas as vezes que qualquer pessoa tenta fazer justiça, acaba promovendo a injustiça, pois a justiça do homem não produz a justiça de Deus.

Mas, como agir quando temos motivos para nos vingarmos? O que fazer quando somos tomados por sentimentos de vingança e pior, o que fazer quando Deus coloca nossos inimigos em nossas mãos? Foi o que aconteceu neste texto. José disse a seus irmãos: “Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito”. Seus irmãos o haviam vendido. Por culpa deles tivera treze anos de sua vida perdidos. Fora preso injustamente e sofrera muito. Ele podia entender que chegara a hora da vingança, mas não foi isso que ele fez.

Outro exemplo bíblico claro a esse respeito é dado pelo profeta Eliseu. Estando os sírios em guerra contra Israel faziam estes reuniões estratégi cas para atacar Israel, porém Deus revelava os planos dos sírios a Eliseu e ele contava para o rei o que fariam e assim se defendiam. O rei sírio ficou irado ao saber disto e mandou matar Eliseu. Enviou vários soldados. Quando estes chegaram a Eliseu, ele os conduziu até Samaria. Quando os soldados se deram conta estavam dentro da cidade dos inimigos, cercados pelo exército de Israel. Eliseu podia se vingar. Deus colocara seus inimigos em suas mãos, mas ao invés de vingar-se, mandou alimentá-los, dar-lhes água e dispensá-los. O rei fez mais. Deu-lhes um banquete e os despediu. O resultado é que se faz paz entre os dois povos (2 Rs 6.19-23).

Eliseu e José aplicaram o que será o nosso tema. Eles usaram a VINGANÇA INVERSA. Eles trataram tão bem os seus inimigos que estes se sentiram mal por terem desejado o mal contra eles. Este é o modo de Deus resolver as coisas: “Em vez de matar teu inimigo disponha-te a morrer por ele”. O próprio Deus usou este método e assim nos salvou.

O que você deve fazer ao teu adversário? O primeiro argumento dado pelo texto bíblico é que DEVES FAZER O POSSÍVEL PARA QUE TEU ADVERSÁRIO SE SINTA BEM (v.4) “Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós”. (v.24) “Ao partirem, disse-lhes: Não contendais pelo caminho”.

A tônica natural é: “Quero que ele se exploda”. “Quero que meu inimigo sofra”. “Quero tudo de ruim para sua vida”. Ninguém, em sã consciência, ensinaria a desejar o bem do inimigo, pois o mal do adversário dá prazer a quem deseja vingança. Ao vê-lo se dando mal, diz: “Recebeu o que mereceu. Tomara que fique ainda pior”.

Se estivéssemos fazendo um estudo sobre o comportamento humano seria natural afirmar que esse pensamento é correto, pois todos agem assim. Mas estamos fazendo um estudo bíblico e tentando aprender como Deus espera que ajamos. Estamos tentando conhecer a vontade de Deus e não saber como agimos. Isto faz uma grande diferença.

Jesus ensinou (Mt 5.39): “Se alguém te bater na face direita, dê-lhe a esquerda”. Isto é contra cultura. É ensinar o que ninguém está disposto a fazer e contrário ao que qualquer indivíduo faz. Acontece que Deus não está interessado no que as pessoas naturalmente fazem, e sim naquilo que Ele quer que façamos.

Quando você trata mal o adversário ele continua te odiando. A corrente da inimizade só acaba quando o bem prevalece. Mas para o bem prevalecer alguém terá de sofrer o prejuízo. Foi o que aconteceu a José do Egito e a Eliseu. Por causa da atitude de Eliseu houve paz. Se mandasse matar os soldados sírios outros seriam enviados e a guerra teria continuado.

Depois de uma noite em oração e cheio do Espírito Santo, Jesus chamou doze homens para compor seu colégio apostólico. Entre eles estava o traidor e Jesus sabia disto. Durante cerca de três anos Judas passou ao lado do Salvador e teve momentos magníficos. Recebeu de Jesus a incumbência de cuidar da tesouraria, guardando as doações (que ele roubava). Judas foi tratado com todo amor e esse amor foi a causa de tanto remorso que o levou a suicidar-se. Jesus nunca tratou mal aquele que o iria trair e nem aqueles que o deixariam sozinho em sua pior hora.

Fazer com que teu adversário se sinta bem não é fingir que esqueceu o mal que ele fez. Ninguém esquece assim tão fácil. Trata-se de resolver fazer o bem ao adversário por ter na mente o fato de que também éramos adversários de Deus e ele enviou seu bem mais precioso, seu único Filho para morrer em nosso lugar. Tendo isto em mente será possível desejar que os nossos adversários se sintam bem.

José não se esqueceu do mal que seus irmãos intentaram fazer. Ele reconheceu a maldade deles: “Vocês me venderam”. Porém ele não os tratou mal e ainda se preocupou com eles desejando que não se sentissem mal pelo mal que lhe fizeram: “Não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui”.

José não intentou mal contra eles, apesar de estarem em suas mãos. José poderia ter entendido que estando naquela situação, sendo superior em autoridade, Deus tinha dado a ele a chance de se vingar. José disse: (v. 03) “Agora, chegai-vos a mim. E chegaram-se. Então, disse: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito”. Seus irmãos estavam assustados e temerosos. Seria o melhor momento de acabar com eles, mas não foi isto que José fez.

Se o mal do teu adversário te dá prazer você estará sendo tão mal quanto ele. Devemos tratar o mal com o bem e não mal com o mal. Se tratares bem os teus adversários eles se sentirão muito mal por terem feito mal a ti.

Imagine um vizinho que te faz mal o tempo todo. Brigue com ele e ele fará pior. Mas, ao invés disto, leve um bolo quentinho, uma jarra de suco. Convide-o para tuas festas e trate-o como o melhor dos amigos. Tenho certeza que ele não será teu inimigo por muito tempo. Tua preocupação com o seu bem estar será “Brasas vivas” na cabeça dele. Todas as vezes que intentar fazer-te mal, lembrar-se-á do bem que você lhe fez.

Imagine como estava a cabeça dos irmãos de José com tanto demonstração de cuidado com o seu bem estar? Eles que não se importaram com José, mesmo ouvindo seus gritos, suplicado sua liberdade. Agora, ao deitar-se em sua cama se lembrariam que aquela casa e tudo o que tinha nela fora presente de José. O alimento da família foi todo dado por José e até o emprego foi conseguido por causa de José. Tudo fora doado por quem recebeu tanto mal. Esse foi o modo de José do Egito aplicar a vingança inversa.

José só conseguiu agir assim porque entendeu o propósito de Deus. Nos versículos 5, 7 e 8 ele revela a seus irmãos que a mão de Deus estava guiando sua história e não fora o mal feito pelos irmãos que o colocou naquela posição. Disse José: a) Para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós; b) Para conservação da vossa sucessão na terra; c) Para vos preservar a vida e por um grande livramento; d) Não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus.

Intentando tirar a culpa da mente de seus irmãos José os fez entender que, apesar de serem culpados, Deus os usou para concretizar o seu plano, mesmo que os tenha usado para esse fim.

José revelou que Deus lhe dera muito mais que qualquer um podia lhe dar: a) Deus o pôs por pai de Faraó; b) o fez senhor de toda a sua casa; e c) o elevou a governador de toda a terra do Egito. Ele deixou claro que o mal que lhe fizeram foi a melhor coisa que podia ter lhe acontecido.

Imagine teu adversário feliz e sabendo que foi você quem proporcionou sua felicidade. Imagine que ele esteja desempregado e descobre que foi você quem lhe arrumou um novo emprego? Se preocupar em que os adversários se sintam bem faz toda diferença.

Um pai cristão teve seu filho assassinado. Resolveu que não continuaria guardando rancor. Resolveu plantar hortaliças no presídio, para que o assassino de seu filho fosse melhor alimentado. Ele o ganhou.

O que você deve fazer ao teu adversário? NÃO DEVE PERMITIR QUE ELE LEVE PREJUÍZOS (v.11) “Aí te sustentarei, porque ainda há cinco anos de fome; para que não te empobreças, tu e tua casa e tudo o que tens”. (v.20) “Não vos preocupeis com coisa alguma dos vossos haveres, porque o melhor de toda a terra do Egito será vosso”. (47.12) “E José sustentou de pão a seu pai, a seus irmãos e a toda casa de seu pai, segundo o número de seus filhos.”

Você gostaria de sofrer prejuízos? Tenho certeza de que não. Então, segundo a orientação de Jesus, “Faça ao próximo o que gostaria que fizesses a ti”, então você também deve se esforçar para que teu adversário também não tenha prejuízos.

Há cerca de doze anos eu tive uma experiência inesquecível. Fui assaltado. O ladrão levou meu rolex (da feira) e cerca de cinco reais. Naquele momento fui tomado de um sentimento de que deveria oferecer algo mais a ele. Então lhe disse: “Esse relógio e esses trocados não te ajudarão em nada. Posso fazer muito mais por ti. Deixa-me ajudá-lo?” O resultado é que o ladrão caiu de joelhos implorando que eu orasse por ele.

Quando iniciei este estudo percebi que eu vivi o que Jesus quer que façamos. Que nos disponhamos a dar aos inimigos algo mais. No final, eu fui beneficiado com esta experiência e o ladrão foi embora sabendo que é possível que alguém deseje o bem do próximo, mesmo num assalto. Entendo que é assim que podemos mostrar ao mundo o amor de Deus.

O estudo me fez pensar numa situação fora do comum. Imagine se os acusadores se trocassem pelos réus? Se a vítima cristã se dispusesse a ser preso no lugar do criminoso? Isto geraria uma crise na consciência dele e seria o fim das rebeliões e violência nos presídios. Você achou isto ridículo? Parece mesmo, mas foi isso que Jesus Cristo fez. Acontece que ele não foi preso. Ele foi morto. Ele foi até as últimas consequências para que eu e você, que éramos seus adversários e inimigos, não tivéssemos o prejuízo da condenação. Ele desejou o nosso bem e pagou a nossa conta. É esse imenso amor que nos constrange a servi-lo e nos sacrificar para obedecê-lo.

José tinha vários motivos para se vingar e seria justo se os prendesse e os fizesse pagar pelo que fizeram, mas ele preferiu dar a eles o que não mereciam. Ele foi misericordioso com seus irmãos, assim como Deus fora misericordioso com ele. Ele disse a seus irmãos: a) “Te sustentarei, para que não te empobreças”. b) “Não vos preocupeis com coisa alguma dos haveres”. c) “E José sustentou de pão a seu pai, a seus irmãos”. Ele não deixou que seus irmãos, culpados, se empobrecessem. Que coisa!

Será que Jesus ensinou algo parecido? Leia Mateus 5.40 e verás: “Se te roubarem a túnica, dê-lhe também a capa”. Jesus não nos ensina a protestar e nos defender, mas dar ao inimigo algo mais. Foi o que José fez e devemos fazer também se é que desejamos transformá-lo.

Jesus rogou a Deus pelos que o maltratavam: “Pai, perdoa-lhes, não sabem o que fazem.” Ele mesmo resolveu tomar a condenação daqueles homens sobre seus ombros. Ao invés de pedir sua condenação ele lhes deu a salvação e o perdão.

Jesus também não permitiu que o soldado Malcon ficasse sem orelha. Ele, junto com outros tantos, viera prendê-lo, mas Jesus não entendeu que ele deveria ficar com o prejuízo de não ter uma orelha e a colocou de volta. A lição dura que nos fica é: “Pague a conta de teu adversário”. Duro não é? Mas fazer o quê? Quem disse que ser cristão é fácil?

O que você deve fazer ao teu adversário? DEVES ASSEGURAR O SEU BEM ESTAR (v. 31-34) “Quando, pois, Faraó vos chamar e disser: qual é o vosso trabalho? Respondereis: teus servos foram homens de gado desde a mocidade até agora, tanto nós como nossos pais; para que habiteis na terra de Gósen, porque todo pastor de rebanho é abominação para os Egípcios”. (47.5,6) “Então disse Faraó a José: Teu pai e teus irmãos vieram a ti. A terra do Egito está perante ti; no melhor da terra faze habitar teu pai e teus irmãos; habitem na terra de Gósen. E se sabe haver entre eles homens capazes, põe-nos por chefes do gado que me pertence”.

Se preocupar com o bem estar do inimigo não é certo, não se olharmos com a ótica humana. Naturalmente desejamos o seu mal. Queremos vê-lo na pior. Por baixo. Sofrendo por causa do mal que praticou.

Só que JESUS ensina a agir diferente (Mt 5.41). Ele disse: “Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas”. De repente ele estava com medo da viagem e você lhe deu segurança. Você foi obrigado a fazer algo, faça algo mais. Foi obrigado a limpar o chão? Passe a cera e dê brilho também. Foi obrigado a lavar a louça, areia as panelas e as deixe brilhando. Isso parece estranho, mas é um modo de ganhar teu inimigo e fazer dele um amigo.

João, um amigo, depois de fazer uma longa caminhada, me viu caminhando, e para me fazer companhia, resolveu voltar comigo e refazer todo o trajeto. Ele é meu amigo e sua companhia me fez sentir-me bem. Só que Jesus manda fazer isto com aqueles que desejam o teu mal.

No início do estudo tratei do modo errado como pessoas vêem a Deus, achando que há um Deus do Antigo e outro do Novo Testamento. Veja o que foi dito em Provérbios 25.21,22 e verás que é a mesma mensagem ensinada por Jesus: “Se o que te aborrece tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber, porque assim amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça e o Senhor te retribuirá”. Jesus ensinou isto porque sempre foi isto que ele queria que os homens fizessem desde o início da história da humanidade.

Vamos fazer uma análise neste versículo. Primeiro veja a quem você deve fazer o bem e promover o seu bem estar: “Se o que te aborrecetiver fome, dá-lhe de comer”. Não é ao amigo. É ao adversário. É àquele que te aborrece.

Segundo, observe o objetivo divino ao exigir que você se preocupe com o bem estar do teu adversário: “Assim amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça”. Fazer o bem é revelar ao ímpio a existência de Deus. O ímpio que recebe o bem em troca do mal praticado ficará com a cabeça quente e a consciência atribulado ao ter feito mal e ter recebido o bem.

Em terceiro lugar, veja o resultado de se preocupar com o bem estar do inimigo: “O Senhor te retribuirá”. O grande problema em fazer bem ao ímpio é esperar que ele também te faça o bem. Não há nenhuma indicação que eles te responderão com o bem. A promessa divina é que Deus é quem te retribuirá. Então, mesmo que o ímpio não se disponha a te fazer o bem, pois não há como esperar isto dele, continue a se preocupar com seu bem estar e saiba que o teu sacrifício será recompensado por Deus.

José, que fora vendido como escravo e tinha todos os motivos para desejar o mal de seus irmãos, se preocupou com o bem estar deles. Preparou o discurso dos seus irmãos para induzir o Faraó a dar-lhes uma terra boa para morar. Além disso, conseguiu emprego para eles, pois o Faraó lhe disse que se entre eles houvesse alguém capaz José deveria colocá-los como chefes daqueles que cuidavam de seu gado.

Com toda certeza esse não é um ensino convencional. Ele nos induz a fazer o inverso de tudo o que desejamos em relação aos adversários. Nem eu e nem você estamos aptos a agir assim com naturalidade. Somente obedeceremos ao que nos foi ensinado neste estudo se formos transformados pelo Espírito Santo de Deus. Somos limitados e fracos. Agimos com base nos nossos sentimentos e eles são fruto de uma natureza caída.

No entanto, não é porque naturalmente agimos de modo contrário ao ensinado pelo estudo que devemos rejeitá-lo. O estudo revela o que Deus quer. Mostra qual é a vontade de Deus. Jesus causou confusão na mente das pessoas de sua época e continua a nos deixar confusos com palavras como estas.

Disponhamos-nos, pois, para lutar para obedecer às suas palavras. Por mais difícil que seja, Deus tem um propósito ao nos induzir a fazer desse modo. Se obedecermos veremos o agir de Deus. Ele agirá na mente de nossos inimigos e nos transformará, dia após dia.

Concluindo, neste estudo tratamos sobre a VINGAÇA INVERSA. Esse modo de agir foi usado por Jesus e deu certo, pois constrangidos por seu amor nos entregamos a Ele. Seguindo o exemplo de Jesus, Mahatma Gandhi também agiu assim e pôs fim a uma guerra na Índia.

Nossa argumentação nos levou a afirmar que, diante de teus adversários, você deve: 1) FAZER O POSSÍVEL PARA QUE TEU ADVERSÁRIO SE SINTA BEM. 2) NÃO DEVE PERMITIR QUE ELE LEVE PREJUÍZOS; e 3) DEVES ASSEGURAR O SEU BEM ESTAR.

Por mais estranhos que te pareça saiba que Jesus fez tudo isto para chegar ao teu coração. Se fizermos o mesmo podemos transformar nosso adversário em um dos nossos melhores amigos. Que Deus o abençoe!

ADMINISTRADOR COMPETENTE
Gn 47.13-31

Tudo, em todas as áreas, precisa de um administrador. As formigas os têm, os lobos têm, os elefantes têm e os homens também. Qualquer grupo, seja de homens ou animais terá um líder que administrará o grupo. Sua competência fará toda a diferença para o bem estar, prosperidade e segurança do grupo.

Todos nós somos administradores. Talvez não de uma empresa ou loja, mas o seremos, pelo menos de nossa própria vida e do local em que vivemos. A mulher administra a casa e a educação dos filhos. O esposo administra as finanças e cuida para que não falte nada e ainda sobre uma reserva para eventuais necessidades. Os filhos administram sua obediência aos pais, seus deveres no colégio e sua vida particular. Todos nós administramos nossa vida particular e comunitária. Todas as decisões que tomamos nesta administração trarão benefícios e malefícios e, seremos responsabilizados pelas decisões que tomamos.

A Bíblia nos oferece bons exemplos de administração: Imagine como seria a vida de Noé e sua arca se ele não tivesse sido um bom administrador. Com seus recursos ele sustentou sua família e ainda conseguiu construir uma arca segura que salvou sua vida, sua família e um casal de todas as espécies de animais.

Outro exemplo de administração são os construtores representados pela casa construída sobre a rocha e sobre a areia. Os responsáveis pela queda da casa ou pela sua firmeza foram os homens que administraram a construção. Ainda sobre construção vimos Jesus falar sobre o prudente construtor que faz as contas antecipadamente para ver se dará conta de terminar a obra para não se tornar motivo de chacota dos trausentes que rirão, caso não termine a obra iniciada.

Esdras, reconstruindo o templo apesar de tantas adversidades e Neemias, reconstruindo os muros de Jerusalém apesar de todas as intrigas e investidas dos adversários, são excelentes exemplos de administradores competentes. Eles iniciaram e terminaram a obra pretendida.

Diante da previsão dos sete anos de fome que viriam: “Disse Faraó a seus oficiais: Acharíamos, porventura, homem como este, em quem há o Espírito de Deus? Depois, disse Faraó a José: Visto que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão ajuizado e sábio como tu. ADMINISTRARÁS a minha casa, e à tua palavra obedecerá todo o meu povo; somente no trono eu serei maior do que tu. Disse mais Faraó a José: Vês que te faço autoridade sobre toda a terra do Egito. Então, tirou Faraó o seu anel de sinete da mão e o pôs na mão de José, fê-lo vestir roupas de linho fino e lhe pôs ao pescoço um colar de ouro. E fê-lo subir ao seu segundo carro, e clamavam diante dele: inclinai-vos! Desse modo, o constituiu sobre toda a terra do Egito” (Gn 41.37-43).

Muitos destacam no texto os privilégios de José como administrador do Egito, pois recebeu o anel do Faraó, passou a vestir-se com roupas finas e foi coberto de jóias. No entanto os privilégios vieram acompanhados de grande responsabilidade. José foi responsabilizado por manter vivo, pelos sete anos de fome, todo um país e os povos circunvizinhos. Quem se dispõe a administrar deve guardar bem claro em sua mente: terá grandes privilégios, mas também terá grandes deveres e terá de ser competente.

O tema deste estudo será ATITUDES DE UM ADMINISTRADOR COMPETENTE. Vamos analisar alguns atos de José para ver como sua administração pode nos influenciar na administração de nossa vida e das circunstâncias que a envolvem.

Em primeiro lugar veremos que o administrador competente FAZ PROSPERAR A CASA QUE ADMINISTRA (47.13-21) “Assim, comprou José toda a terra do Egito para Faraó, porque os egípcios venderam cada um o seu campo, porquanto a fome era extrema sobre eles; e a terá passou a ser de Faraó”.

Quem administra tem que trazer ganhos para a casa ou empresa que administra. Imagine um gerente de uma loja que não produza ganhos e cause prejuízos. Ele será sumariamente demitido por incompetência, pois a marca de um gerente competente é o lucro da loja que administra.

Jacó se mostrou um bom administrador. Quando chegou à casa do seu futuro sogro o rebanho dele era tão pequeno que apenas Raquel bastava para apascentá-lo. Quando deixou a casa do seu sogro haviam tantos rebanhos que todos os filhos de Labão e o próprio Jacó tinham vários rebanhos a seus cuidados e ainda tinham servos, servas e vários animais. Jacó fez prosperar os bens de seu sogro como administrador de sua casa. Foi competente.

Josué também fez o mesmo. Assumiu a administração de Israel num deserto. O povo era apenas ex-escravos. Não tinham terra e nem experiência de guerra. Josué os treinou e os dirigiu. Fê-los entrar na terra vitoriosos. Ao fim de sua administração o povo tinha suas casas, terras e muitos animais, além de se sentirem fortes e poderosos nas batalhas. Josué trouxe ganhos a Israel em sua administração.

Essa nossa afirmação coaduna com o ensino de Jesus. Jesus contou a parábola dos talentos para mostrar que todos nós, administradores de nossa própria vida, temos de fazer prosperar os talentos que recebemos e devolvê-los com lucros ao nosso Senhor. Basta uma rápida olhada na parábola e verás que o empreendedor que escondeu o talento e não devolveu seu talento com ganho a seu senhor foi duramente castigado.

Um mal exemplo de administrador é Judas. Ele fora responsável pela bolsa da coleta. Seu papel era gerenciar as finanças para que nada faltasse. Mas se observar o que aconteceu antes da multiplicação dos pães, veremos que não havia dinheiro na bolsa. Isto porque Judas roubava. Ele se mostrou péssimo administrador.

O texto apresenta José como excelente administrador. Sua competência é confirmada no fato de José arrecadar para o Faraó todo dinheiro, gado, terras e fazer de todo povo escravo para o Faraó. Para que chegasse a esse ponto José soube administrar a fartura e guardar o máximo possível. Depois soube vender, sem desperdício, juntando o dinheiro e usando a necessidade dos outros a favor do seu senhor. Com sua administração ele fez com que o Faraó não apenas governasse o Egito, mas que fosse proprietário de todas as terras, gado e da gente.

Ao final da sua gestão todo bom administrador deve apresentar os ganhos de sua administração. Creio ser vergonhoso um marido, depois de anos de casado, apresentar sua esposa feita e mal cuidada. É vergonhoso para a mulher que depois de anos, seu marido se apresente mau cuidado, amarrotado e seus filhos mal educados. Creio ser vergonhoso que um administrador, no fim do seu mandato, entregue a casa que administra pior do que quando assumiu a administração. Seu dever, como administrador, é fazer prosperar a casa que administra.

Em segundo lugar veremos que o administrador competente GARANTE O APOIO DOS TRABALHADORES (V.23-26) “Então, disse José ao povo: Eis que hoje vos comprei a vós outros e a vossa terra para Faraó; aí tendes sementes, semeai a terra. Das colheitas dareis o quinto a Faraó, e as quatro partes serão vossas, para semente do campo e para vosso mantimento e dos que estão em vossas casas, e para que comam as vossas crianças. Responderam eles: A vida nos tens dado! Achemos mercê perante o meu senhor e seremos escravos de Faraó. E José estabeleceu por lei até ao dia de hoje que, na terra do Egito, tirasse Faraó o quinto; só a terra dos sacerdotes não ficou sendo de Faraó”.

Não há nada mais desagradável e desestimulante que um gerente bruto. Os funcionários falam mal dele pelas costas e tramam a sua queda. Um exemplo de mal gestor foi o Faraó que reinava na época de Moisés. O pedido recebido era para o povo sair para adorar. Teoricamente eles sairiam e voltariam. No entanto, o Faraó, que já tinha servos insatisfeitos, aumentou o trabalho deles. Ficaram ainda mais insatisfeitos e com mais vontade de deixar o Egito. Administradores assim enfrentam muitas reclamações, greves, rebeldia e sofrem a violência da parte dos seus liderados.

O administrador deve conseguir apoio dos trabalhadores. Deve trazê-los para seu lado. Neemias recebeu a denúncia de maus tratos sofridos pelos servos e de injustiça sofrida por parte dos mais pobres. Ele colocou os poderosos contra a parede e garantiu os direitos dos servos e pobres, que satisfeitos, se animaram e terminaram a reconstrução dos muros.

Outro exemplo é o encontrado em Êxodo 21.5,6, em que o servo forro decide continuar escravo pela possibilidade de ter uma esposa. Ele se submete a ter sua orelha furada com sovela, sem anestesia, publicamente, e a servir a seu senhor pelo resto da vida, isso porque seu senhor lhe assegurou a felicidade de se casar. Assim se fazia aos soldados, que eram liberados da guerra, assim que se casavam, por um ano, “para promover a felicidade de sua esposa” e a sua também, é claro. Depois voltava feliz para defender seu país.

O trabalhador satisfeito rende mais. Trabalhador com fome ou preocupado não produz nada e sai caro para sua empresa. Pensando nisto foram conquistados vários direitos trabalhistas, como creches, plano de saúde, transporte, ticket refeição e até participação nos lucros da empresa. A princípio um observador diria que é um gasto para a empresa, mas uma observação mais acurada revelará os ganhos com a satisfação e produtividade dos empregados.

José fez isto: Ele deixou claro ao povo que eles se tornaram escravos, teriam de servir ao Faraó pelo resto de suas vidas e não teria direito algum. José não teria de dar nada a ninguém, mas foi sábio e conquistou o coração dos escravos. Sua proposta foi que os escravos ficariam com a maior parte, maior que a parte que caberia ao Faraó. Um quinto seria de Faraó e quatro quintos seriam deles. Em porcentagem, seria 20% para o Faraó e 80% para os escravos.

José garantiu a satisfação do povo e o serviço grátis. Eles revelaram sua satisfação ao dizerem: “Achemos mercê perante o meu senhor e seremos escravos”.

O Faraó sozinho não cuidaria do gado ou da terra. Ele necessitaria de empregados. Sem os funcionários, suas terras se tornariam improdutivas e seu gado morreria sem cuidados. José garantiu o serviço e servos satisfeitos com a proposta que fez a eles. Foi um ótimo negócio.

Mas além do apoio dos escravos José garantiu outro apoio muito importante. Os sacerdotes foram beneficiados. Talvez você possa perguntar qual é a importância do apoio dos sacerdotes. Basta observar o que acontece numa tribo indígena. O Xamã é a maior autoridade da tribo. Sua palavra é lei. Assim os sacerdotes do Egito dominavam a mente do povo. Seu apoio foi fundamental.

Sacerdotes insatisfeitos poderiam colocar o povo contra Faraó e contra José. Poderiam incitar o povo contra Faraó. Poderiam deixar de abençoar e começar a amaldiçoá-lo. Para que isto não acontecesse, enquanto todos tinham que comprar alimento, José sustentava os sacerdotes, fazendo com que comessem da mesa do Faraó. Enquanto todos pagavam impostos, os sacerdotes estavam livres desse encargo. Com essa atitude José, sabiamente, ganhou o apoio do povo e dos líderes religiosos. Foi um excelente investimento, pois garantiu a paz para o Faraó, para José e para o Egito, principalmente se levar em conta a quantidade de sacerdotes e deuses que haviam no Egito. Imagine quantos focos de inimigos Faraó teria se tivesse os sacerdotes como inimigos?

Todos os administradores têm de conquistar aliados. As vezes é necessário altos investimentos, perdas, abrir mão de direitos para no final ter condições de administrar com o apoio de todos.

Em terceiro lugar veremos que o administrador competente NÃO SE DESCUIDA DA SUA FAMÍLIA (27-31) “Assim, habitou Israel na terra do Egito, na terra de Gósen; nela tomaram possessão, e foram fecundos, e muito se multiplicaram. Aproximando-se o tempo da morte de Israel, chamou a José, seu filho, e lhe disse: se agora achei mercê à tua presença, rogo-te que ponhas a mão debaixo da minha coxa e uses comigo de beneficência e de verdade; rogo-te que me não enterres no Egito, porém que eu jaza com meus pais; por isso, me levarás do Egito e me enterrarás no lugar da sepultura deles. Respondeu José: Farei segundo a tua palavra. Então lhe disse Jacó: Jura-me. E ele jurou-lhe; e Israel se inclinou sobre a cabeceira da cama”. (47.27-31)

A família tem sido destruída pela incompetência dos seus administradores. Vimos filhos mal educados e se drogando por falta dos pais; mulheres tristes e amarguradas por falta do marido; Maridos insatisfeitos por queixas contra a mulher. Resultado disto são divórcios, violência e muita tristeza.

Esse é o reflexo dos administradores que cuidam muito bem das suas empresas e das suas vidas, mas se esquecem de preservar e cuidar de suas famílias. Será que vale a pena ser rico e perder os filhos para a droga e a esposa para o mundo? Será que o dinheiro e sucesso merecem tanta atenção assim?

Neemias estava numa condição confortável. Vivia no palácio da Babilônia. Servia ao rei e tinha o conforto que muitos desejavam. Ele gerenciava a alimentação do rei de modo competente e conquistara a confiança do rei e uma vida confortável. Mas isto não lhe bastou. Recebendo seu irmão, que viera de Jerusalém, logo procurou saber como iam seus familiares. Sabendo da triste situação deles Neemias abriu mão da segurança e conforto do palácio, conseguiu os recursos necessários com o rei, que confiava nele, e foi à Jerusalém e reconstruiu os muros. Não lhe seria cômodo ser bem sucedido e sua família viver na miséria.

Jesus, que é o melhor exemplo em todos os assuntos, demonstra o cuidado que devemos ter com nossa família. Tendo administrado bem o seu dever como salvador do mundo, no seu último ato, a cruz, ele se preocupou com a família. Vendo sua mãe indefesa, pois era o filho mais velho dela e o responsável pelo sustendo do lar, dirigindo-se a João, disse-lhe: João, eis aí a tua mãe. E à Maria disse: Mulher, eis aí o teu filho. Ele assegurou que sua família continuaria protegida.

O Salmo 128 diz como será abençoado o homem que teme ao Senhor: “Comerá do fruto do seu trabalho. Terá uma mulher frutífera e filhos à roda da mesa”. Dinheiro para sustentar a família é necessário, mas sem ela é inútil. A família cuidada e protegida pelo administrador dela dará a ele a verdadeira felicidade. Só vale a pena administrar a casa se a família estiver bem e segura.

O quesito administração familiar é base para a escolha de líderes na igreja. Um homem que não governe bem a sua própria casa não pode ser um líder na igreja. Se os que o amam não o obedecem, como conseguirá dirigir a vida dos membros da igreja?

José tinha uma vida estressante. Era a figura maior do Egito. Sendo sempre cogitado na direção do país não tinha tempo. Ai é que José se revela mais uma vez como excelente administrador. Ele não deixou o corre-corre diário ser mais importante que sua família.

No meio das atividades diárias José recebeu o comunicado que seu pai desejava vê-lo. Estava velho e doente. Neste estado muitos abandonam os seus pais por achar que eles não merecem sua atenção. Não foi o caso de José. Ele, mesmo ocupado, encontrou tempo para o velho pai. Ouviu seu desejo de ser enterrado no mesmo lugar que fora Abraão, Sara, Isaque e Rebeca. Era lá que ele queria ser enterrado. José ouviu e se comprometeu com seu pai.

O sucesso da administração do tempo de José se revela também, na atitude de Jacó ao “se inclinar no leito” após o comprometimento de José. Jacó confiava na administração do seu filho. Ele ficou tranquilo. Podia repousar seguro, pois o administrador não colocaria suas ocupações acima da sua família.

Neste estudo tratamos sobre AS ATITUDES DE UM ADMINISTRADOR COMPETENTE.

Revelamos que todos somos administradores. Sendo administradores temos de ser competentes.
Vimos que o administrador competente:
I – ELE FAZ PROSPERAR A CASA QUE ADMINISTRA.
Desse modo temos de administrar, fazendo com a vida dos nossos submissos e da casa que administramos se torne um ambiente melhor, cada vez mais saudável e feliz.

II – ELE GARANTE O APOIO DOS TRABALHADORES.
Devemos conquistar o apoio das pessoas que nos cercam, pois sozinhos não vamos longe e não teremos sucesso em nossa empreitada. Com o apoio das pessoas que nos cercam teremos sucesso. Então, valorize seus desejos e o seu bem estar.

III – ELE NÃO SE DESCUIDA DA SUA FAMÍLIA.
Nenhum ganho ou lucro vale mais do que a alegria e bem estar dos teus familiares. É melhor estar debaixo da ponte e feliz com a família do que estar na praia e com a poupança cheia de dinheiro se a família estiver destruída. A família estando bem faz com que o administrador continue trabalhando feliz e com paz em sua consciência.

Seja você um administrador competente. Faça como José e, então, no fim da tua vida pessoas poderão contar, como fizemos com José, todas as vitórias que você conquistou em tua vida e em teus empreendimentos, tendo sido um Administrador Competente.

Que Deus o abençoe e te dê muita sabedoria.

ME DÊ TUA BÊNÇÃO MEU PAI!

Gn 48 e 49 – Em casa, quando éramos onze filhos sob as asas do meu pai, Rev. Samuel e de minha mãe, dona Dolores, quando íamos nos deitar a música esperada era: “Bença pai! Bença mãe!” e assim se repetia, um por um, os onze, então, dormíamos tranqüilos sob as bênçãos daqueles que nos amava. Se formos fazer uma correção gramatical a palavra “Bença” não existe e nunca existiu. É uma pronúncia preguiçosa e resumida de: “Me dê tua bênção meu pai ou minha mãe”. No entanto, correto ou incorreto, é a forma usada pelos filhos para solicitar de seus pais as bênção que Deus lhes dá através da boca dos seus pais – “Deus te abençoe!”

Que pena que esse costume tão antigo e tão importante tem sido esquecido. Primeiro porque os pais parecem não querer abençoar seus filhos ou acham que tal costume é algo antigo e sem valor. Ou pensam que receber uma“Bença” é coisa para velhos. Segundo porque os filhos, não tendo sido ensinados pelos pais, desconhecem por completo o costume e a importância da bênção de seus pais. Lá em casa meus dois filhos foram ensinados a solicitar as bênçãos de Deus e o fazem até mesmo pedindo as bênçãos de Deus para o próprio irmão.

Em Números 6.27, depois de ensinar um modelo de “Bênção” que deveria ser proferida pelos sacerdotes, começando por Arão e continuando por sua descendência sacerdotal, Deus disse: “Assim, porão o meu nome sobre os filhos de Israel e eu os abençoarei”.

Este texto revela duas verdades essenciais sobre a bênção que proferimos, seja para o povo de Deus ou para nossos filhos. A primeira delas é que ao abençoar alguém em nome de Deus você está “colocando o nome de Deus sobre a pessoa”. A pessoa saberá que não está sob a proteção de anjos ou santos, mas do próprio Deus. Isto lhe dará segurança, caso enfrente algum perigo e se lembrará que Deus está do seu lado. Abençoando a pessoa você a lembrará que ela está sob a proteção de Deus.

Em segundo lugar, Deus mesmo afirma “e eu os abençoarei!” Quer uma razão melhor para abençoar alguém? Deus ouvirá o pronunciamento de tua bênção e concordando com as tuas palavras Ele mesmo se moverá dos céus para derramar sobre a pessoa que foi abençoada as ricas bênçãos celestes. Eu quero as bênçãos de Deus sobre a vida de minha igreja, por isso, ao final de cada culto dominical, como sacerdote, eu coloco sobre a igreja o nome de Deus ao proferir a “Bênção Apostólica”, pois Deus me promete que fazendo assim Ele os abençoará. Assim também faço todas as noites quando abençôo minha esposa e meus dois filhos.

Nos capítulos 48 e 49 de Gênesis podemos ver duas situações de bênçãos. A primeira delas acontece quando Jacó toma os dois filhos de José para si, adota-os como seus próprios filhos e assegura-lhes a herança e depois colocando suas mãos sobre suas cabeças, os abençoa. Essa bênção do avô e pai adotivo fez toda a diferença na vida dessas duas crianças.

A segunda acontece quando os filhos de Jacó se colocam diante dele para receberem sua bênção. Jacó negou a bênção para o filho mais velho, Rubem, por ter feito sexo com uma das suas concubinas. Negou também a bênção para Simeão e Levi porque usaram de violência e mataram homens inocentes quando estavam indefesos, fazendo justiça com as próprias mãos. A bênção, então, foi dada a Judá, o quarto filho. A história conta o quanto essa bênção fez diferença em sua vida.

É sobre este assunto que trataremos neste estudo:

O VALOR DA BÊNÇÃO DO PAI NA VIDA DE SEUS FILHOS.

Em primeiro lugar veremos que: FILHOS ABENÇOADOS POR SEUS PAIS SÃO BEM SUCEDIDOS (48.18-20) “E disse José a seu pai: Não assim, meu ai, pois o primogênito é este; põe a mão direita sobre a cabeça dele. Mas seu pai o recusou e disse: Eu sei, meu filho, eu o sei; ele também será um povo, também ele será grande; contudo, o seu irmão menor será maior do que ele, e a sua descendência será uma multidão de nações. Assim abençoou naquele dia”.

Este versículo revela uma situação inusitada. A bênção era dada ao filho mais velho, porém Jacó inverteu a situação e abençoou o filho mais novo. As mãos cruzadas, colocadas a direita sobre a cabeça do filho menor e a esquerda sobre o filho mais velho pareceu errado a José, mas não teve jeito. Foi assim que Jacó os abençoou.

A bênção recebida foi a razão para o filho caçula se tornar um povo maior e mais poderoso do que os descendentes do filho mais velho. Isto mostra que o filho abençoado pelo pai se torna mais bem sucedido do que o filho que não é abençoado por ele.

Conhecemos a história de Jacó, que num ato tresloucado enganou a seu pai, com a ajuda de sua mãe, para assegurar sua bênção que havia comprado de Esaú. Foi abençoado e, por isso, teve uma vida abençoada. Deus esteve com ele e o protegeu e fez prosperar os seus caminhos. Até mesmo nas questões trabalhistas Deus o fez vitorioso, pois fazia com que nascessem carneiros da cor que seria seu salário, no negócio feito com seu sogro Getro. Quando perseguido, Deus não deixou que seu adversário lhe fizesse mal. Fez isto quando seu sogro que estava irado e com Esaú, tirando dele a vontade de se vingar. A bênção dada por seu pai foi decisiva para o sucesso particular.

Os filhos de Jacó se juntaram para receber as suas bênçãos, e como vimos os dois primeiros filhos não a receberam e a bênção foi dada a Judá, o quarto filho. Em consequência dessa bênção, pois Jacó dissera que o“cetro” estaria em suas mãos, Deus ouvindo as preces de Jacó fez com que o primeiro rei de Israel, escolhido por Deus, fosse Davi, um descendente de Judá. Também o próprio Filho de Deus, o Messias, Rei Eterno, nasceu na forma humana da descendência de Judá, como fruto da bênção de um pai dada a seu filho. Viu como a bênção do pai pode mudar a vida do filho?

Em segundo lugar veremos que: FILHOS QUE NÃO SÃO ABENÇOADOS POR SEUS PAIS SÃO MAL SUCEDIDOS (49.3-5) “Rubem, tu és meu primogênito… não serás o mais excelente, porque subiste ao leito de teu pai e o profanaste; subiste à minha cama. Simeão e Levi são irmãos; as suas espadas são instrumentos de violência. No seu conselho não entre minha alma…”.

Mostramos dois casos de filhos que foram abençoados por seus pais e foram bem sucedidos por esta razão. Temos agora dois casos que mostram o contrário. Deixar de ser abençoado pelo pai é razão de derrota na vida particular. Este foi o caso de Rúbem, Simeão e Levi. Rubem tinha tudo para ser o nome mais importante da descendência de Jacó, mas não foi. Ele e seus irmãos se tornaram apenas um entre os outros.

Isto vimos até mesmo na composição das tribos de Israel. Judá, tribo que descendeu do filho abençoado se tornou uma tribo majoritária e foi poupada por Deus e se manteve viva mesmo depois de todos os exílios sofridos e de onde nasceu Jesus. Todas as outras tribos, inclusive as três descendentes destes irmãos que a bênção lhes foi negada, formaram um conglomerado de povo que até foi abençoado, mas no final foram totalmente destruídos por Deus. Filhos que não recebem as bênçãos de seus pais são mal sucedidos.

Sabedor dito Esaú, depois de ter trocado sua bênção por um prato de comida, e depois de saber que Jacó havia sido abençoado no seu lugar, implorou por bênçãos de seus pai, e suplicou por uma única bênção, mas esta lhe foi negada. Esaú viveu à margem da sociedade, vivendo nas montanhas e distante dos vales, como foram as palavras de seu pai a seu respeito. Edon, povo descendente de Esaú, aparece na história bíblica como povo idólatra e é dizimado por vontade de Deus.

Como citamos os dois filhos de José, em que o mais novo recebeu a bênção no lugar do mais velho. O abençoado se tornou um grande e temível povo, rico e abastado. O segundo, o que não fora abençoado, tornou-se um povo fraco e foi uma das últimas tribos a conquistar sua parte na terra prometida.

Conhecemos a parábola do Filho Pródigo. O filho pródigo, que desprezou as bênçãos de seu pai, desperdiçou todos os seus bens e acabou na sarjeta da vida. Só
mudou sua situação quando voltou a estar sob as bênçãos de seu pai.

Outro exemplo é Cam, filho de Noé. Seu pai o amaldiçoou e por conta disto a vida de Cam e seus descendentes confirmam esta maldição. Os descendentes de Cam eram donos das terras de Canaã e foram expulsos dela para que o filho abençoado tomasse seu lugar. As cidades de Sodoma e Gomorra, fundadas por Cam, foram destruídas como juízo de Deus por causa da sua perversão.

É óbvio que o filho abençoado é bem sucedido e o filho que não leva sobre si a bênção do pai é mal sucedido. Por isso é de suma importância que os filhos recebam e se apossem da bênção do pai.

Em terceiro lugar veremos que: OS PAIS SÃO APENAS CANAIS DA BÊNÇÃO DIVINA E NÃO DETENTORES DELA (48.16) “O Anjo que me tem livrado de todo mal, abençoe estes rapazes; seja neles chamado o meu nome e o nome de meus pais Abraão e Isaque; e cresçam em multidão no meio da terra”.

O quinto mandamento diz: “Honra o teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá”. Honrar os pais é um modo de receber as bênçãos de Deus. Deus não abençoa ao filho rebelde. Os filhos rebeldes, por ordem divina, deveriam ser levados à porta da cidade para serem apedrejados até a morte. Se um filho não honra a seus pais e se nega a obedecer àqueles que lhe deram a vida, então é certo que serão um peso e um problema para a sociedade. É melhor que morra logo.

Cabe aos pais ensinar o filho a amar a Deus. Nós, Presbiterianos, obedecemos ao princípio bíblico de trazer os filhos e consagrá-los ao Senhor. Batizamos nossos filhos e nos comprome-temos publicamente a trazê-los à casa do Senhor, a ler com eles a Bíblia e a orar com eles e por eles. É nosso dever.

Provérbios 4.3-5, diz: “Quando eu era filho em companhia de meu pai, tenro e único diante de minha mãe, então, ele me ensinava e me dizia: Retenha no teu coração as minhas palavras; guarda os meus mandamentos e vive; adquire a sabedoria, adquire o entendimento e não te esqueças das palavras da minha boca, nem delas te apartes”. Este texto revela a atuação responsável dos pais na educação dos filhos. O pai e a mãe, juntos, cuidando e preparando seus filhos para enfrentar a vida com temor a Deus e respeito aos pais. Esta é a receita do sucesso dos filhos, porém só conhecerão esta receita se os pais os ensinar.

Também em Provérbios 22.6, ensina como deve ser o procedimento dos seus pais no preparo dos seus filhos. O texto diz: “Ensina a criança no caminho em que deve andar e assim quando for velho não se desviará dele”. As palavras ditas pelos pais ficam gravadas na memória dos filhos, e mesmo que se encaminhem mal na sua fase de maior idade, quando envelhecer, as palavras gravadas ecoarão e o encaminharão novamente ao Senhor que aprenderam com seus pais a respeitar e amar.

Cabe aos pais educar o filho e isso é feito com disciplina. Provérbios 13.24, diz: “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina”. Não é prova de amor deixar de disciplinar o filho, pelo contrário, prova de amor é discipliná-lo para que abandone o mal e se apegue ao bem, pois é assim que será bem sucedido.

Deus abençoa os filhos através dos pais. Ele o faz através do ensino, da disciplina e da educação que os pais lhe dão. Também o amor que recebem dos pais lhes dá um gostinho do grande e superior amor que Deus tem pra eles.

Deus fala aos filhos pela boca dos pais. A bênção com que abençoam seus filhos não virá deles mesmo. Não procedem deles, mesmo porque não são produtores de bênção alguma e nem ao menos podem proteger seus filhos em situações de perigo. Os pais abençoam seus filhos com as bênçãos que procedem de Deus.

É isso que Jacó nos revela. Ele disse: “O Anjo que me tem livrado de todo mal, abençoe estes rapazes”. Ele fez o que os pais fazem ao responder ao pedido de bênção dos seus filhos: “Deus te abençoe!” Pais abençoam seus filhos, mas Deus é quem as dá.

Jacó pede que “o Anjo que o tem livrado do mal os abençoe”. Estaria o texto bíblico ensinando que há anjos da guarda que protegem pessoas em especial? Que anjo seria este? Anjos seriam abençoadores de homens? Jacó, quando soube que José estava vivo foi à Betel fazer um culto a Deus. Lá Deus disse a Jacó: (46.3,4) “Eu sou Deus, o Deus de teu pai; não temas descer para o Egito, porque lá eu farei de ti uma grande nação. Eu descerei contigopara o Egito e te farei tornar a subir, certamente”.

Os homens são tendenciosos a se curvar diante de anjos como se eles fossem seres superiores. Josué fez isto, Manoá achou que ia morrer por viu um deles e o apóstolo João, em suas visões, se curvou para adorar um deles e ouviu dele: “Adore a Deus”. Só Deus é digno de adoração. Os anjos são apenas “espíritos ministradores, enviados para o serviço a favor dos que hão de herdar a salvação” (Hb 1.14). Eles não são alvos da salvação oferecida aos homens: (Hb 2.16) “Pois Deus, evidentemente, não socorre anjos, mas socorre a descendência de Abraão”.

Este dois textos revelam duas realidades a respeito dos anjos. 1) A primeira é, como somos filhos de Deus, adotados em Cristo Jesus, os anjos são nossos servos, enviados por Deus para a nosso serviço, estando num patamar inferior, de servos e não senhores nossos. Eles não são abençoadores dos homens. São apenas servos a serviço daqueles que já foram abençoados; 2) A segunda é que os anjos são inferiores aos filhos adotados. Nós fomos alvos da Sua graça, amor e misericórdia e eles não. Os anjos caídos não receberam nenhuma misericórdia e foram condenados eternamente, enquanto nós recebemos a salvação pela graça divina.

Essa digressão no estudo visa apenas alertar a você, leitor, que nunca deve confiar sua vida a anjos, mas ao Anjo do Senhor, Jesus Cristo, o próprio Deus, pois ele disse em Mateus 28 e Marcos 16, que Ele estaria conosco até a consumação dos séculos. Ele é o Anjo do Senhor que acampa-se ao redor dos que o tem e os livra.

Jacó sabia que ele mesmo não detinha as bênçãos de Deus. Ele sabia que era apenas um canal de bênção para seus filhos. Por isso ele pede que “O Anjo” que o livrara tantas vezes, abençoasse seus filhos. Esse anjo é próprio Deus que esteve com ele sempre. Deus, a quem ele se refere como “Anjo”, é de quem procedem todas as bênçãos. Ele como pai, como nós, devemos ser responsáveis em abençoar os nossos filhos.

Em quarto lugar veremos que: PAIS NÃO PODEM ABENÇOAR FILHOS QUE SE REBELAM CONTRA AS LEIS DE DEUS (49.2…) “Ajuntai-vos e ouvi, filhos de Jacó; ouvi a Israel, vosso pai. Rúbem não serás o mais excelente porque subiste à minha cama. Simeão e Levi porque suas espadas são instrumentos de violência”.

Os filhos são herança do Senhor. São bens deixados com os pais, os quais são responsabilizados por dar-lhes a educação necessária e o ensino para que temam e tremam diante de Deus. Já citamos o dever dos pais disciplinarem os filhos e fazendo assim farão bem a eles. É com a disciplina que os pais tiram a estultícia dos filhos. No entanto, muitos pais acreditam que disciplinar o filho é faz mal a ele e assim criam filhos mal educados, que não respeitam aos pais e a mais ninguém, gerando filhos rebeldes aos professores dos colégios e da Escola Dominical e, principalmente, a Deus.

Quantos pais escondem da liderança da igreja os pecados dos filhos ou fazem negociatas para que não recebam a devida punição pública por terem pecado contra Deus. Fazendo assim não permitem que seus filhos sejam tratados e afastados do seu pecado. Destroem a vida dos filhos achando que os estão protegendo.

Imagine a situação em que pais descobrem uma doença no filho. Os exames parecem doloridos e a cirurgia necessária será penosa a ele. Os pais, então, decidem não fazer nada. Evitam a dor do filho impedindo que seja examinado e que se submeta á cirurgia. A morte virá. Os pais sofrerão ainda mais porque impediram o que poderia ser sua cura. Assim é com o pecado.

Nossa afirmação é que os pais não podem abençoar seus filhos se estes estão vivendo em rebeldia contra Deus. Os pais não podem fechar os olhos para os seus erros. Deus não os abençoará se estiverem praticando pecados e sendo rebeldes às leis de Deus.

O salmista disse: “Se eu contemplara a vaidade Deus não me teria ouvido”. Isaías 59.2, diz que Deus não nos ouve quando pecamos e que uma barreira é levantada entre nós e Deus. Como abençoar filhos na prática do pecado, sabendo que Deus está irado contra eles? Essa situação exige pulso forte dos pais e a conscientização dos filhos do seu estado pecaminoso e da ira de Deus contra eles por causa dos seus pecados.

Muitos pais coadunam com seus filhos e os perdem. Conheci um pai crente que dava camisinha para os filhos solteiros. Eles estão fora da igreja. Estão perdidos e distantes de Deus. O culpado é o pai que abençoava os filhos em situação de pecado. Esse ato pode evitar uma gravidez indesejada ou uma doença sexualmente transmissível, mas não evitará o juízo de Deus.

Procure em tua Bíblia e verás quantas referências temos da ira de Deus contra o pecado. Verá também que os próprios pais é que levam seus filhos rebeldes aos juízes. Há pouco, uma mãe entregou seu filho traficante à polícia e foi tida por muitos como uma mãe sem amor. Ela não abençoou o erro do filho. Ela fez seu filho assumir os erros que cometeu. Fez o que estava ao seu alcance para livrar o filho dessa miséria que é a droga. Ela acertou.

Chegou a hora de abençoar os filhos. Jacó não castigou Rubem quando se deitou com uma de suas concubinas. Muitos pais não castigam seus filhos quando erram. Não puniu a Levi e Simeão quando foram injustos ao matar os homens que queriam corrigir o erro de um rapaz inconsequente que aprendeu que podia tudo por ser príncipe. Jacó não os castigou na época do seu erro. Mas agora a coisa é mais séria. Agora ele iria pedir as bênçãos de Deus sobre os filhos. Ele até poderia ter esquecido os erros dos filhos e não tê-los castigado, mas sabia que Deus não se esqueceria.

Jacó sabia que seria inútil abençoar a quem Deus não abençoaria. O contrário também é verdadeiro, pois Balão chegou à conclusão de que não poderia amaldiçoar aqueles que foram abençoados por Deus.

Jacó não era o detentor da bênção e não podia fazer dela o que desejasse. Ele, assim como todos os pais, era apenas o canal da bênção de Deus para seus filhos. Ele teria de abençoar aqueles a quem Deus abençoaria. Sabendo disto ele, então, negou a bênção para seus três filhos infratores e abençoou o filho fiel e transformou a vida de Judá numa vida vitoriosa e bem aventurada.

Para concluir, devemos levar à sério a bênção com a qual abençoamos as pessoas. Com ela colocamos sobre as pessoas o nome de Deus e Deus promete abençoá-las, como vimos.

Sabendo dessa importância tratamos sobre:
O VALOR DA BÊNÇÃO DO PAI NA VIDA DE SEUS FILHOS.
Vimos que:
I. FILHOS ABENÇOADOS POR SEUS PAIS SÃO BEM SUCEDIDOS;
II. FILHOS QUE NÃO SÃO ABENÇOADOS POR SEUS PAIS SÃO MAL SUCEDIDOS;
III. OS PAIS SÃO APENAS CANAIS DA BÊNÇÃO DIVINA E NÃO DETENTORES DELA;
IV. PAIS NÃO PODEM ABENÇOAR FILHOS QUE SE REBELAM CONTRA AS LEIS DE DEUS.

Com todas estas informações sobre bênçãos não perca a oportunidade de abençoar as pessoas que estão à tua volta, mas seja responsável ao fazê-las entender que quem se rebela contra Deus e anda contrário ás Suas leis nunca serão abençoados por Ele.

Esperando que és filho de Deus e temente a Ele, eu rogo, de Deus, todas as Suas bênçãos sobre a tua vida, meu irmão. Que sejas por Deus abençoado.

Que Deus te abençoe ricamente.

 

RESPEITO AOS MORTOS

Gn 50.1-26 – Este é o último estudo no livro do Gênesis. Foram vários estudos esclarecedores que muito nos ensinaram. Se a Bíblia se resumisse apenas ao livro do Gênesis nós teríamos praticamente toda doutrina bíblica aqui exposta. Ele revela o amor e a justiça de Deus. Revela-nos a queda do homem e sua inevitável morte como castigo pelo pecado. Revela o envio do Messias. Retrata o comportamento do homem sem Deus e toda a sua maldade e o modo como Deus os tratou com dureza. Mostra como homens justos foram tratados com amor e receberam Sua amizade e companhia. Mostra os erros dos homens e o arrependimento que reaproximou o homem caído de Deus. Expõe de modo claro que a única saída para o homem caído é voltar aos braços do Pai.
O Gênesis se inicia com a criação da vida – “Em princípio criou Deus os céus e a terra” – e encerra num ato fúnebre – “Morreu José da idade de cento e dez anos; embalsamaram-no e o puseram num caixão no Egito”. Ele revela que as coisas não estão como Deus quis que estivesse. O mundo como está não reflete o projeto de Deus. Houve uma queda no meio da história e, por causa do pecado, tudo deixou de ser como deveria ter sido.

O homem que recebeu o fôlego da vida, e por isso deveria viver eternamente, passou a morrer. Isto significa que você vai morrer. Eu vou morrer. Mais cedo ou mais tarde a morte será nossa realidade. As pessoas que amamos vão morrer e não poderemos fugir disto. A questão a esse respeito é: Como você vai lidar com a morte? Existem formas corretas e incorretas.

Um modo errado de lidar com a morte é cultuar os mortos. Esse culto pode ser literal, como aconteceu com uma conhecida que passou a orar ao seu pai falecido pedindo que ele a protegesse. O morto não pode proteger ou fazer bem algum a quem quer que seja e muito menos falar com os vivos. Eclesiastes 9.5,6, diz: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol”. A morte encerra o contado do morto com os vivos, para sempre.

Outra espécie de culto ao morto é o desespero. Alguns agem como se a vida acabasse por causa da morte do parente. O vivo não nasceu grudado ao morto. São vidas são separadas e cada um vive sua vida. Se desesperar como se a vida do vivo dependesse da vida do morto é um modo errado de lidar com a morte.

É comum colocar nome de parentes nos filhos. Não é errado. Mas há uma espécie de reverência aos mortos que tem de ser evitada. Morto não vira santo intercessor. Seus pecados não foram purificados na sua morte. A idolatria católica nasceu quando bárbaros convertidos resolveram reverenciar as personagens bíblicas e aí nasceram os santos e a adoração à Maria.

Finados é um feriado em que muitos vão aos cemitérios. Vários crentes fazem a visita ao túmulo de seu parente como um serviço religioso. NÃO! A visita a túmulos não faz parte do nosso culto. O Filho de Deus, a quem adoramos, não está em túmulo. Ele vive.

O modo certo de tratar os mortos é demonstrando o respeito correto. Dando ao morto um enterro digno e tratando seu corpo com dignidade. Não é porque a alma deixou o corpo que ele deve ser tratado de modo indigno e desrespeitoso. Devemos guardá-los em nossa memória e nos lembrar dos bons momentos que passamos juntos, mas devemos enterrá-los de fato, pois eles não devem interferir nos planos ou projetos dos vivos. Sua participação nas decisões familiares findou com sua morte. A vida continua sem ele.

O estudo de hoje trata de um assunto pesado e triste, mas real. Hoje trataremos sobre O RESPEITO QUE DEVEMOS TER COM OS MORTOS. Estudar este assunto é necessário, pois mais cedo ou mais tarde teremos de enfrentar a nossa própria morte ou a morte das pessoas que amamos.

Em primeiro lugar o texto nos revela que devemos HONRAR AS PROMESSAS FEITAS AOS MORTOS (v. 5)“Meu pai me fez jurar, declarando: Eis que eu morro; no meu sepulcro que abri para mim na terra de Canaã, ali me sepultarás. José disse a Faraó: Agora, pois, desejo subir e sepultar meu pai, depois voltarei”.

As últimas palavras de um moribundo são importantíssimas. A família as guarda com carinho. É que ele não falará de novo. Essas palavras são carregadas de sinceridade e verdade, pois o moribundo sabe que não terá como corrigir ou mudá-las. Ele imprime nelas palavras de verdade e a urgência de alguém que sabe que vai morrer e quer corrigir sua história.

Muitas vezes nessas palavras ele deseja corrigir erros ou direcionar os parentes para que não errem. Então faz com que prometam que farão o correto. As promessas feitas ao moribundo causam paz ao seu coração e ele morre tranquilo. Morre na certeza de que a palavra será cumprida.

Se a promessa não for cumprida não fará diferença para o morto, mas fará para o vivo. O morto não cobrará o cumprimento das promessas, mas a culpa pelo descumprimento perdurará pela vida toda. O descumpridor da promessa guardará em sua memória a culpa de não ter mantido sua palavra.

Há alguns anos acompanhei uma senhora que estava prestes a morrer. Ele fez os vários filhos jurar que dariam a casa a uma irmã solteira que não se casou para cuidar dela. Juraram. Mal a senhora morreu os filhos expulsaram a filha solteira e desamparada da casa e tomaram posse dela. Para eles pode não haver culpa agora, mas no futuro esse descumprimento da palavra dada fará muito mal a eles. A velhice trará os fantasmas da história consigo.

Alguns filhos prometem a seus pais moribundos que vão mudar de vida. Vão se corrigir, mas quando os pais morrem, não mudam. Um dia esta dívida lhes cairá nos ombros e lhes será peso.

Jesus estava prestes a ser morto. Pedro afirmou a Jesus que o acompanharia mesmo que tivesse de morrer. Os soldados chegaram e Pedro fugiu. A empregada o questionou se era um discípulo de Jesus e ele, por três vezes, o negou por temer por sua vida. Aí vem o tal peso que eu disse a pouco. Pedro, tendo negado, estava entre as pessoas e quando Jesus passou perto dele, lançou-lhe um olhar penetrante. Os olhos de Jesus penetraram o fundo da alma de Pedro. Ele se lembrou do que prometera e não cumprira. Fugiu amargurado e triste e quando Jesus ressuscitou Pedro não estava entre os demais. A culpa lhe fora um peso pesado de mais para ele. A culpa o afastou de entre os discípulos de Jesus.

José não passou por isso. Seu pai o chamou, orou por ele e abençoou seus filhos e lhe fez um pedido: ele queria ser enterrado junto a seus pais. José prometeu e o texto revela que ele foi ao Faraó e pediu para que o dispensasse, pois teria de cumprir a promessa feita ao seu pai, agora morto. Ele fez o que devia fazer: Cumpriu a promessa que havia feito.

Em segundo lugar o texto nos revela que devemos CHORAR OS MORTOS, PORÉM NA MEDIDA CERTA (v.10)“Chegando eles, pois, à eira de Atade, que está além do Jordão, fizeram ali grande e intensa lamentação; e José pranteou seu pai durante sete dias”.

Os mortos devem ser chorados. Morrer é o maior castigo dos homens. A morte não nos é natural, como muitos afirmam. O homem não foi feito para morrer, tanto é que todos os mortos, na volta de Jesus Cristo, ressuscitarão. A morte é um ato antinatural. É a penalidade máxima aplicada ao ser humano. Ela põe fim ao contado do homem com as pessoas que ama e com este mundo. Esse fato triste deve ser acompanhado de muitas lágrimas.

Com o objetivo de chorar pelos mortos que não tinham quem chorasse por eles surgiram as carpideiras. Eram mulheres, atrizes da morte, que tinham como objetivo chorar e lamentar, com intensidade, a morte de alguém. Vimos o profeta, a mando de Deus, chamar as carpideiras para chorar por Israel que estava nas mãos dos inimigos e não havia quem chorasse por ele. Isto mostra que é necessário chorar por quem morre.

O choro revela dor, tristeza e saudade. Ele não deve revelar desespero. Só fica desesperado diante da morte as pessoas que não têm esperança. Em 1ª Coríntios 15.19, diz: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes dos homens”. Nossa esperança não pode ser firmada nesta vida. Não podemos nos desesperar pela morte, seja a nossa ou de alguém que amamos. Sabemos que a morte não será o fim e que um dia ressuscitaremos. Isto deve nos consolar diante da morte.

O v. 3 diz que “os egípcios o choraram setenta dias”. Jacó não ficou sem lamentação. Há alguns anos recebi um chamado desesperado de uma moça que ao chegar ao cemitério viu seu cunhado sozinho no cachão. Não havia ninguém para chorar por ele. Ela não queria que ele fosse enterrado como indigente.

Encontramos uma história triste na Bíblia. É a história do rei Jeorão. Sua impiedade fez com que o próprio Deus o tivesse como inimigo e no final não houve ninguém que chorasse por ele. 2 Crônicas 21.20, diz: “E se foi sem deixar de si saudades”. Morreu sem ser lamentado por ninguém. Isto é triste.

Choro também se revela na saudade que mantemos das pessoas queridas que morreram. As lembranças que guardamos de nossos antes queridos não nos deixam esquecê-los. Quando afirmamos que temos de chorar nossos mortos não é para ficar chorando o tempo todo, mas é para não nos esquecermos deles. Guarde-os no coração. Sua vida não pode ser esquecida. Tanto é que Deus deixou a Lei do levirato para que o morto não tivesse sua história apagada da memória dos vivos. O filho registrado em seu nome deveria fazê-lo lembrado diante de seus parentes e amigos.

José, nesse particular, também não ficou em dívida com seu pai. Ele o chorou na medida certa. Durante sete dias ele chorou por seu pai, mas depois parou de chorar. O choro deve parar. A morte do parente amado não pode interromper a vida dos vivos. Os egípcios o choraram até na hora de parar, e pararam. O choro foi intenso, mas não foi carregado de rebeldia. O choro intenso e continuado revela rebeldia contra o único que pode tirar a vida – Deus. Se Deus decidiu que é a hora de alguém morre, cabe aos homens sofrer pela morte, mas aceitar a decisão divina. José soube chorar e soube parar de chorar. Deve haver uma media certa no choro pela morte.

Em terceiro lugar o texto nos revela que devemos DAR AOS MORTOS UM ENTERRO DIGNO (v.13) “Levaram-no para a terra de Canaã e o sepultaram na caverna do campo de Macpela, que Abraão comprara com o campo, por posse de sepultura, a Efrom, o heteu, fronteiro a Manre”.

No interior conheci a história de uma morta, que transportada numa rede para ser enterra, seus braços ficaram de fora e balançavam com o movimento dos que a transportavam. As pessoas sorriam ao ver aquela cena. Ninguém parou os homens para corrigiram a situação. Enterro não é lugar de risadas e o morto não é palhaço. Ele deve ser tratado com respeito e dignidade.

Muitas situações inusitadas aconteceram em enterros. Uma das cordas que desciam o caixão com o corpo de um amigo se quebrou e com a queda o corpo dele foi lançado para fora do caixão. Muitos riram e apenas um homem pulou na cova para colocá-lo novamente no caixão, para enterrá-lo. A situação foi triste, mas mais triste ainda foi ver a reação insana e debochada daqueles que trataram tal situação com desprezo.

Os egípcios deram a Jacó um enterro digno. Eles Gastaram quarenta dias no seu embalsamamento. O choram por longo tempo e acompanharam o corteja até a terra de Canaã, onde o enterraram.

Muitos não gostam de velório e é natural, mas velório tem a sua utilidade. Além do momento de despedida é um momento de meditação. Eclesiastes 7.2, diz: “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquele se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração”. O culto fúnebre não visa salvar o morto, mas fazer com que os vivos meditem na sua vida, na importância dela e no modo como devem tratá-la com responsabilidade sabendo que um dia morrerão e prestarão contas dos seus atos. Morte lembra o Juízo Divino.

Além disso a Bíblia diz: “Se o homem não tiver um enterro digno, seria melhor ter sido abortado”. Deus deixou registrado em Sua palavra a necessidade do cuidado com o corpo do morto. Jacó e José foram embalsamados. Jacó foi enterrado e José guardado para ser levado quando os israelitas saíssem do Egito. Tiveram um enterro digno como a Bíblia nos manda fazer.

O corpo do homem não pode ser jogado numa vala aberta para apodrecer ao sol ou servir de comida para urubus, como fazem com animais mortos. O homem necessita de um enterro digno. Quando enfrentar a perda de alguém, trate o morto com dignidade, dando a ele um enterro digno.

Em quarto lugar, NÃO PODEMOS AFIRMAR QUE OS MORTOS DISSERAM O QUE NÃO DISSERAM (v.15,16)“Vendo os irmãos de José que seu pai já era morto, disseram: É o caso de José nos perseguir e nos retribuir certamente o mal todo que lhe fizemos. Portanto, mandaram dizer a José: Teu pai ordenou, antes da sua morte, dizendo: Assim direis a José; perdoa, pois a transgressão de teus irmãos e o seu pecado, porque te fizeram mal”.

Tem morto falando mais depois de morto do que falou durante toda a sua vida. Muita gente usa a autoridade do morto para afirmar o que ele mesmo nunca afirmou. Dizem: O fulano mandou você me dar algo…! O beltrano dizia assim…! Mesmo? Falam o que o morto nunca disse e isto é errado.

Citações e exemplos são dados por pregadores ou usados em discursos usando-se o nome de pessoas importantes para confirmar uma verdade. O problema é que muitas delas são palavras que nunca foram ditas ou atos que nunca foram praticados por eles.

No segundo século surgiram muitas cartas falsas com os nomes dos apóstolos. Isto gerou um grande problema, pois estavam cheias de doutrinas falsas e heresias. Os falsários usavam o nome dos apóstolos para impor autoridade doutrinária, porém quem perdeu muito com isto foi a igreja. Não se pode dizer que alguém disse o que não disse. Isto fica pior quando se trata de um morto, pois o vivo pode vir à público e desmentir o que fora dito em seu nome, mas o morto não poderá fazer isto.

Falam sobre o defunto que sempre fora mau como se tivesse sito uma pessoa boa. Deixe-o levar o peso das suas maldades. Não diga que alguém era bom se foi mal. Deixe-o levar consigo a sua maldade para a sepultura e a história registre os seus maus feitos.

Mas diga que a pessoa foi boa quando fez bem às pessoas. Exalte suas qualidades. Faça com que as pessoas se lembrem das atitudes. Escreva a sua memória de modo a fazê-lo inesquecível.

Gênesis tratou da vida e da morte. Revelou que o homem feito puro por Deus caiu e se afastou dele. Mas mostrou que Deus não desistiu dos homens e manteve uma semente santa. Mostrou que os homens não são perfeitos, mas quando decidem andar com Deus podem mudar suas vidas.

Gênesis também revelou que os rebeldes sofrem. Deus não deixa sua maldade sem a devida punição. Deus não tolera o mal e pesa Sua mão sobre os ímpios. E, como vimos neste estudo, seu castigo recai sobre todos nós. Nós e todos aqueles amamos morreremos e devemos estar preparados para enfrentar esta situação.

Neste estudo tratamos sobre O RESPEITO QUE DEVEMOS TER COM OS MORTOS.
Vimos que:
DEVEMOS HONRAR AS PROMESSAS FEITAS AOS MORTOS.
DEVEMOS CHORAR OS MORTOS, PORÉM NA MEDIDA CERTA.
DEVEMOS DAR AOS MORTOS UM ENTERRO DIGNO, e
NÃO PODEMOS AFIRMAR QUE OS MORTOS DISSERAM O QUE NÃO DISSERAM.

Por mais desagradável que seja é necessário pensar sobre a morte. O Salmo 90 foi escrito para revelar que Deus é eterno, mas nossa vida é transitória. Pense nisto e faça tua vida valer à pena.

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