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Estudos Especiais em I Coríntios preparados pelo Rev Silas Matos Pinto
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18º – PROFESSORES ESPECIAIS

1 Coríntios 3.10-13 – “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará”.


Todos os profissionais são formados em escolas especializadas. Nessas escolas eles são preparados para solucionar problemas e imprevistos e para serem especialistas em um tipo de atividade. Ao assumirem o posto de trabalho é esperado deles que sejam capacitados a realizar as tarefas que lhes são impostas com base no que aprenderam. Muitos profissionais aprendem o que lhes é repassado pelos professores e guardam apenas isto, sem nunca se desenvolverem. Existem outros que se tornam destaques. São os que aprendem o conteúdo recebido e buscam aprimorar o que aprenderam se lançando em novos desafios e experiências. Esses nunca se satisfazem com o que já sabem, sempre estão dispostos a aprender mais. São ousados e corajosos. Constantemente são alvos de críticas e comentários depreciativos, principalmente pelos que nunca se destacam, mas também, são eles que são homenageados por suas descobertas úteis. Esses profissionais fazem a diferença.

No Brasil existem milhões de professores. Eles ocupam a profissão mais importante de todas, pois sem eles não existiriam os médicos, advogados, engenheiros, arquitetos…, ou seja, todos os outros profissionais necessitaram da ajuda importante dos professores para chegar aonde chegaram. Essa importância nem sempre é reconhecida. Os professores dão a base e preparam seus alunos para vôos mais altos. São os professores que ensinam as primeiras letras e fazem com que os alunos se apaixonem pelo aprendizado, dando a eles perspectivas de vida antes desconhecidas. Se os professores falharem na base do ensino os alunos nunca serão bons profissionais ao chegar à fase adulta.

Existem professores de diversas áreas. O professor de natação prepara o aluno para não morrer afogado; o professor de português deixa o aluno preparado para não se envergonhar enquanto fala; o matemático ensina fazer cálculos para que possa se sair bem nas contas da vida; se continuássemos a citar as áreas de trabalho dos professores veríamos que todos têm a sua importância. Porém, nesse estudo gostaríamos de tratar a respeito dos PROFESSORES ESPECIAIS.

Entre os professores alguns se destacam pela sua facilidade em falar e se fazer entender; outros são exóticos e fazem com que os alunos aprendam brincando. Tem aqueles que não preparam a aula e os alunos dormem enquanto ensinam. O professor especial tem características fora do comum. De alguma maneira ele é melhor e mais importante para as pessoas. Se uma pessoa não souber falar corretamente ela vai falar errado, mas mesmo assim estará se comunicando; se a pessoa não aprender matemática ela não morrerá por isso; quem não aprendeu a nadar evita entrar na água ou usa colete salva-vidas e sua vida é poupada. Mas a matéria base do nosso ensino é essencial para a vida natural e espiritual do homem. Os professores especiais fazem parte de uma categoria indispensável para a existência da humanidade. Sem o nosso ensino o homem pode até se virar nessa terra, mas não ingressará no céu. Somos Professores Especiais porque ensinamos sobre a ponte que liga o céu à terra.

Existem maneiras de se identificar um Professor Especial. Uma delas é que professores especiais ENXERGAM O TRABALHO COMO UMA BÊNÇÃO. Foi o que Paulo disse aos Coríntios: “Segunda a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor”.

O homem natural não gosta de trabalhar. Ele trabalha apenas enquanto precisa do dinheiro. Se acaso ganham uma herança ou ficam ricos de outra forma a primeira atitude deles é deixar de trabalhar. Para o homem natural o trabalho surgiu como conseqüência do pecado do homem e por isso ele é visto como maldição. É comum ver pessoas se maldizendo da sua profissão, principalmente quando conhecidos se destacam e elas continuam na mesma posição. Levantar-se pela manhã e encaminhar-se para o trabalho é um castigo suportável por tempo determinado. Confirma-se isto na alegria que a maioria sente ao conseguir sua aposentadoria.

Na realidade o trabalho foi criado por Deus quando o homem ainda não tinha pecado. Ele não é uma maldição, pelo contrário, é uma bênção. O trabalho é muito importante para os homens. Veja que nossos pais pecaram quando não estavam trabalhando. Um ditado popular diz que “mente vazia é oficina do diabo”. A pessoa que está envolvida no seu trabalho preenche o seu tempo de forma útil e enche sua mente com coisas proveitosas. O trabalhador não vai se deixar levar pelo engano do inimigo, pois não terá tempo para isso. O trabalho atua como uma vacina contra o erro.

Paulo era um Professor Especial. Era um missionário. Um mestre que dedicou sua vida à tarefa de ensinar a mensagem salvadora de Deus, em Jesus Cristo, ao mundo. Ele viajou muito e semeou o evangelho em todos os lugares por onde passou. Cidades foram transformadas e milhares de pessoas se entregaram ao Senhor através do seu trabalho. Paulo trabalhou muito, mas em nenhum momento ele se vangloriou do trabalho que realizou. Ele reconhecia que trabalhar não somente era uma obrigação, como também agradecia a Deus por ter o privilégio de trabalhar para o Senhor. Para Paulo o trabalho era uma “graça de Deus”. Veja como ele iniciou o versículo: “Segundo a graça de Deus que me foi dada…”. A graça recebida foi a oportunidade de poder ensinar o evangelho a outras pessoas.

2 Coríntios 1.12 e 2.17, mostram as duas faces do trabalho dedicado ao Senhor. Mostra um Professor Especial desempenhando o seu trabalho fielmente e um professor falso enganando pessoas para conseguir algum tipo de lucro. (O verdadeiro) -“Porque a nossa glória é esta: O testemunho da nossa consciência, de que, com santidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria humana, mas, na graça divina, temos vivido no mundo e mais especialmente para convosco”. (O falso) – “Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a Palavra de Deus”. O professor Especial não engana para obter lucros. Ele serve a Deus com sinceridade e pureza de espírito. O falso faz do seu trabalho uma fonte de lucro e para ganhar mais, ele engana a todos.

Você já necessitou de atendimento em órgãos públicos? É uma tristeza! (Salvo raras exceções) Se estiver passando mal e for levado para um pronto-socorro de hospital público você verá que sua urgência no atendimento não é a urgência deles. Se for apressado a um posto do INSS você descobrirá que a pressa é somente tua. Parece que eles não têm pressa nenhuma. A maioria dos funcionários públicos parecem trabalhar com raiva da vida e desestimulados. Graças a Deus existem algumas exceções. Eles tratam os usuários com desrespeito e às vezes até com desprezo. Sua insatisfação com o trabalho se reflete num trabalho relaxado e ineficiente. Os funcionários particulares trabalham animados, mas só o fazem porque se não forem atenciosos os seus patrões os despedem.

Com Paulo a coisa era diferente. Ele estava satisfeito com Deus e fazia questão de mostrar a sua satisfação realizando um bom trabalho. Como para ele o trabalho era um presente de Deus, nada mais natural que fazer o melhor para Deus. O seu trabalho tinha qualidade reconhecida. Ele fazia o seu melhor, pois o seu trabalho deveria revelar a gratidão que sentira ao ser agraciado por Deus com a responsabilidade de ser um funcionário do céu. Ele disse: “Lancei o fundamento como prudente construtor”.

Creio que quando se fala o nome de Sérgio Naia todos se lembram de uma tragédia. Ele se tornou símbolo do descaso com a segurança e do desprezo com a vida de pessoas. Construiu um prédio alto com materiais de péssima qualidade. O peso do prédio foi maior que a capacidade do péssimo material utilizado. O resultado foi que o prédio ruiu, dando prejuízo a dezenas de pessoas e causando um trauma irreparável nelas. Toda essa desgraça aconteceu porque o Sérgio Naia não foi um prudente construtor.

Paulo não correu o risco de ser identificado por uma obra mal feita. Ele se preocupou com detalhes. Ele foi “prudente” ao construir seus argumentos em bases sólidas; “Prudente” em avisar os crentes de que viriam falsos mestres e por isso deveriam estar preparados; “Prudente” em escolher a hora certa de chegar ou de deixar as cidades por onde passou; “prudente” em escolher o lugar certo para pregar o evangelho e não desperdiçando oportunidades; “prudente” em aplicar a disciplina sobre as pessoas que não estavam levando a sério o evangelho; “prudente” em escolher líderes para substituí-lo quando necessário.

Como professor especial Paulo enxergava o trabalho como uma bênção de Deus e esta era a causa de tanta dedicação e cuidado. Se o trabalho fosse mal feito, isso denotaria ingratidão e desrespeito de Paulo diante da salvação que recebeu de Deus e da possibilidade de trabalhar para Ele. Paulo foi um Professor Especial porque era identificado por ver o trabalho prestado ao Senhor como uma bênção.

Dissemos que existem maneiras de se identificar um Professor Especial. Já falamos de uma dessas maneiras. Outra é observar que todos os professores especiais ENSINAM SEMPRE A MESMA MATÉRIA. Para afirmar isto Paulo disse: “E outro edifica sobre ele, porém cada um veja como edifica. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo”. Parece inútil trocar de professor e continuar ouvindo a mesma matéria. No nosso caso essa é uma marca especial e essencial para o professor que trabalha para o Senhor.

Há dois mil anos atrás um homem caminhava pela Palestina ensinando algo novo e surpreendente. Em seu ensino ele corrigia antigas interpretações erradas que os homens fizeram da Lei de Deus e de como ele gostaria que os seus filhos se portassem. Seu ensino provocava atitudes diferentes em quem o escutava: Uns se enfureciam ao ponto de querer matá-lo; outros o admiravam tanto que dariam sua própria vida por ele. Esses não se importavam em caminhar grandes distâncias, num ambiente desértico, para estar algumas horas ao seu lado ouvindo o que ele dizia. Multidões o seguiam pelo simples prazer de ouvi-lo falar. Suas palavras eram doces como mel para alguns, mas eram amargas como fel para outros. Jesus foi uma figura extraordinária e nos deixou um ensino sólido, onde pautamos nossa vida espiritual.

O ensino de Jesus se baseava no amor de Deus e em sua justiça. Jesus mostrou aos seus ouvintes que Deus é santo e que não suporta impurezas na vida de seus servos. Para Deus aproximar os homens a si foi necessário purificá-los. Isso Deus fez enviando seu Filho para morrer na cruz para que assim os homens fossem purificados e pudessem estar em sua presença.

Jesus ensinava a necessidade de uma transformação no homem que queria segui-lo. Seus discípulos o ouviram muitas vezes dizer que para segui-lo era necessário uma mudança ética, moral, comportamental e espiritual. Era preciso que o homem passasse a conduzir a sua vida de uma maneira nova e especial. O servo de Deus deve ser guiado pelo Espírito Santo. Os impulsos naturais não mais poderiam ser seguidos, mas a vontade de Deus deveria ser obedecida sempre e incondicionalmente. Nem todos os que ouviram creram e mudaram sua vida. Essa mudança aconteceu com poucos enquanto o Mestre ensinava. Até sua morte na cruz esse professor extraordinário não viu muitas mudanças, pois até os homens que estavam mais próximos dele continuavam com sua mania de grandeza e egoísmo natural ao ser humano caído. A transformação real aconteceu quando caíram em si, movidos pelo Espírito Santo, ao verem o seu mestre pendurado numa cruz e ressuscitando ao terceiro dia. Compreenderam que algo deveria mudar em suas vidas. Eles relembraram os ensinos do Mestre e começaram a aplicar o ensino em sua vida e, então, um caminho novo surgiu diante deles.

O ensino de Jesus foi propagado pelos seus apóstolos. Eles foram os homens escolhidos por Jesus para serem os continuadores da sua obra. Eles iniciaram o trabalho evangelístico repetindo as palavras que Jesus lhes dissera antes de sua morte. Esse ensino causou uma revolução no mundo. Pessoas foram alcançadas pelo evangelho e mudanças ocorreram em seu interior e exterior. Vidas foram salvas ao ouvirem falar dos ensinos de Jesus. As palavras de Jesus, sendo repetidas, era o bastante para a transformação daqueles que as ouviam.

Isaías 28.16, diz: “Portanto assim diz o Senhor Deus: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, pedra já provada, pedra preciosa, angular solidamente assentada. Aquele que crer não foge”. Quando se fala em pedra lembramos imediatamente em uma base sólida. Jesus é a pedra angular onde todos os cristãos têm de ter os pés fixados. Qualquer um que ensine outra base além dessa é louco, pois estará criando novos caminhos para o povo de Deus, caminhos que não foram feitos por Deus. Deus exige exclusividade na adoração. Exclusividade é uma marca de Deus. Ele não divide a sua glória com ídolos e principalmente com novidades. Em Isaías 44.6, Deus disse: “Eu sou o primeiro e eu sou o último e além de mim não há Deus”.

Infelizmente nem sempre a igreja foi tão preocupada com essa exclusividade. Ainda na era apostólica já havia tolerância quanto à novidades na igreja e desde aquela época isso já era um grande problema. Em 2 Coríntios 11.3,4, Paulo puxa a orelha dos crentes ao dizer: “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esse de boa mente, o tolerais”. A tolerância ao erro sempre foi uma grande armadilha para a igreja. Professores falsificados (pastores e líderes enganadores) trazem sempre ensinos novos e enganosos, e, infelizmente, sempre encontram pessoas prontas a aceitar os seus ensinos contrários à Palavra de Deus. Por isso Paulo disse aos Gálatas 1.6,7 – “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo”. Os enganadores são seguidos por pessoas que não querem esperar o tempo de Deus. Essas pessoas buscam soluções mágicas e urgentes para os seus problemas. Como nem sempre Deus age do modo como os homens esperam, eles então preferem as ofertas tentadoras dos que desejam enganá-los.

Os discípulos de Jesus foram proclamadores exclusivos dos ensinos de Jesus, e por isso se tornaram Professores Especiais. Ao ouvir, creram. Ao crer, se tornaram responsáveis por propagar o que ouviram, para que outros também viessem a crer como eles. Dessa forma o ensino de Jesus avançou pelos séculos posteriores até chegar a nós. O ensino de Jesus, que foi pregado a dois mil anos atrás, continua o mesmo e é suficiente para salvar vidas ainda hoje. Não é necessário que se acrescente nada. O ensino de Jesus se basta.

No decorrer dos anos muitas coisas aconteceram. Surgiram novidades perniciosas que tentaram ofuscar o brilho do ensino de Jesus. Novos mestres tentaram inserir no conteúdo do evangelho outras palavras, palavras que não foram ditas por Jesus. Começaram a ensinar coisas novas por pensar que dessa forma iriam atrair mais pessoas e também com essa mudança iriam facilitar a conversão delas. Imaginaram que palavras tão antigas eram insuficientes ou ultrapassadas. Com essa atitude não somente desrespeitaram o Mestre, pois acrescentaram algo novo ao que Jesus disse, e também correram o risco de diminuir o impacto que o verdadeiro evangelho causa nas pessoas.

Os professores especiais ensinam sempre a mesma coisa, ou seja, repetem sempre o mesmo ensino de Jesus, sem acrescentar ou tirar nada dele. O respeito ao ensino original de Cristo é que faz do professor ou pregador alguém especial. Paulo disse: “E outro edifica sobre ele, porém cada um veja como edifica. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo”. As vezes eu me pego admirando a Bíblia. Como pode um livro ser tão especial como este. Milhares de pregadores usam a Bíblia para ensinar o evangelho. Milhares de sermões são pregados todos os domingos e o assunto não se esgota. Os sermões se diferem na forma, porém o conteúdo é o mesmo. O tempo passa e a Bíblia não envelhece e nem deixa de ser útil e atual.

Sábio é o homem que não busca novidades no campo espiritual. Esse se torna verdadeiro mestre. Paulo alertou: “E outro edifica sobre ele, porém cada um veja como edifica”. Não há fiscais oficiais para fiscalizar todas as mensagens transmitidas nos púlpitos das igrejas, em cada classe da Escola Dominical, em cada culto de estudo bíblico ou nos lares. Cada professor ou pregador deve estar ciente de sua responsabilidade em edificar corretamente o ensino que transmite. O ouvinte confia no professor e uma vez tendo ouvido, guarda em seu coração o que aprendeu e esse ensino continuará fazendo parte da vida e das decisões do seu cotidiano. É por isso que “cada um tem de estar atento à forma como edifica”.

O profissional é responsável por seu trabalho. Se um engenheiro projetar mal um prédio ele será responsável por sua falta de segurança; Se um médico faz uma cirurgia ele tem de assegurar a vida do paciente e os benefícios da cirurgia; O arquiteto é responsabilizado pela boa ou má distribuição dos cômodos e móveis de uma casa. Do mesmo modo, o professor da Palavra de Deus é responsabilizado pelo conteúdo que ensina. Cada um deve fazer uma análise pessoal de sua capacidade intelectual e de seu preparo. Na maioria das vezes o professor tem de aprender mais e corrigir algumas imperfeições do seu saber para ser um professor útil a quem o ouve. Não se deve desistir de ensinar, pelo contrário, deve se aperfeiçoar para dar sempre a melhor aula possível. As falhas que aparecerem devem ser descartadas no decorrer do trabalho. Não é necessário que outra pessoa o alerte sobre suas falhas, pois cabe ao próprio professor fazer uma auto-análise do seu trabalho e buscar dar o melhor de si.

Paulo disse algo ainda mais importante: “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo”. Fundamento é o mesmo que alicerce. Qualquer obra se inicia com a construção dos alicerces. Se um obra fora iniciada e o construtor quer reconstruí-la ele tem duas opções: Construir em cima dos antigos alicerces ou criar alicerces novos. Para lançar novos alicerces é necessário destruir ou descartar o antigo.

Esse é o problema quanto ao ensino do evangelho. O alicerce do evangelho é Jesus Cristo. Tudo o que ele disse e fez é o que deve ser ensinado no Cristianismo. Seria permitida alguma mudança no conteúdo do evangelho? A resposta é NÃO! Se houver alguma mudança o ensino não será o ensino do evangelho. Se a pessoa quer defender as verdades do Cristianismo ela não pode se desviar, nem para a direita e nem para a esquerda. Ele tem de seguir os trilhos deixados por Jesus.

Muitos “ismos” foram criados. Islamismo, Catolicismo, Judaísmo, Espiritismo, Budismo, Confucionismo… a lista é enorme! Se alguém quer seguir os ensinamentos bases desses “ismos” citados ele tem toda a liberdade. Mas a sua liberdade também atrai para si as conseqüências de sua escolha. O Cristianismo se baseia nos ensinos de Jesus. Os ensinos de Jesus são o alicerce que não pode ser removido. É a base sólida em que todo o cristão se firma para aprender e ensinar. Qualquer variação ou mudança é pecaminosa e não é permitida.

O professor especial não ensina nada novo. Ele confirma a verdade deixada por Jesus. Ele sabe que o Seu ensino foi e continua sendo especial. O evangelho somente fará diferença aos ouvintes se ele for autêntico. As mudanças ou acréscimos não trazem benefício algum, pelo contrário, trazem muitos prejuízos. É por isso que afirmamos que o Professor Especial não procura novidades, ele repete sempre o mesmo ensino, esse ensino que já é repetido há dois mil anos.

Dissemos que existem maneiras de se identificar um Professor Especial. Além das duas que já falamos, segundo o texto, existe mais uma. A outra é que todos os Professores Especiais PRESTAM CONTAS AOS HOMENS E A DEUS. Paulo disse: “Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um. Pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará”.

“Dona porca tinha três porquinhos. Um dia os três resolveram deixar a casa da mãe e foram viver suas próprias vidas. No meio de sua jornada encontraram um lobo muito esperto e mal. Para se protegerem do lobo mal os porquinhos construíram casas para si. Cada um construiu a sua casa. O primeiro fez uma casa de palha por ser mais barata e dar menos trabalho; O segundo construiu uma casa de madeira por ser mais fácil de construir; e o terceiro gastou mais tempo, esforço e dinheiro e construiu uma casa de tijolos, muito bem estruturada. Quando lobo mal chegou, ele derrubou as duas primeiras casas (de palha e de madeira) com um sopro, mas a terceira casa ele não conseguiu destruir, porque ela era sólida. A casa que fora bem construída protegeu a vida dos três porquinhos que se abrigaram nela. Essa é uma estória infantil. Creio que todos a conhecem. Muitas vezes contamos estorinhas para nossos filhos e deixamos de observar princípios importantes contidos nelas. Essa estória traz o princípio de que para estar protegido é necessário investir em segurança, usar bons materiais e se esforçar para que a nossa casa seja, de fato, segura.

Quem quer estar protegido tem de investir em segurança. Quem quer estar seguro em sua fé tem de investir no conhecimento da verdadeira mensagem do evangelho. Não basta ouvir pregadores e professores de Escola Dominical. É preciso mais. Muitos crentes têm a sua vida espiritual como os dois porquinhos preguiçosos que escolheram materiais de fácil confecção e mais baratos para construírem sua casa. São pessoas que deixam o tempo passar e nunca procuram ter a sua própria compreensão do texto sagrado. Limitam-se a ouvir e bebem todo o conteúdo que lhes é repassado sem nada questionar. Com isso sua vida espiritual é como a casa de palha e a de madeira. O maligno se aproxima e com um sopro (perseguições, provações, dificuldades, doenças, intrigas) a destrói sem muita dificuldade.

O crente sábio edifica sua vida espiritual sobre a rocha. Ele faz como o terceiro porquinho. Compra o melhor material e constrói com muito trabalho e dedicação cada cômodo, cada parede, cada pedacinho do seu saber, para dessa forma estar forte e seguro. Ele não se satisfaz em ouvir. Ele questiona e procura obter as suas próprias respostas. Os crentes assim logo, logo deixam de ser apenas alunos. Tornam-se professores dos outros. Tornam-se úteis porque o seu conhecimento sólido se torna conhecido e respeitado por todos.

O professor especial não é egoísta ou orgulhoso. Ele é humilde, pois quanto mais a pessoa conhece sobre o evangelho e tem mais intimidade com o Senhor ela se torna mais humilde. Ela sabe que não precisa gritar e impor, pois a verdade se impõe naturalmente. Ao contrário da verdade, as mentiras duram pouco tempo. O professor especial está sempre pronto a dar explicações e a prestar contas sobre aquilo que ensina. Ele, com todo carinho e respeito, explica detalhes do seu ensino a qualquer pessoa que lhe pedir explicações. Ele mostra que a base de seu ensino são as palavras do próprio Senhor da Igreja – Jesus.

Esse não é o comportamento dos falsos mestres. Eles firmam seu ensino na mentira, no engano, na falsidade, na enrolação e no emocionalismo. Eles se tornam autoridades sobre o que ensinam. Deixam a Bíblia de lado e baseiam suas verdades em suas próprias palavras e nas experiências de outras pessoas. O ensino bíblico é desrespeitado quando conflita o seu ensino. Entre o que ensinam e o que a Bíblia ensina, preferem o seu próprio modo de pensar. Dessa forma o conteúdo bíblico somente tem autoridade para eles quando serve para confirmar suas próprias idéias. Quanto às pessoas que os questionam, se não lhes obedecem ou aceitam a sua forma de pensar, são enxotadas do seu meio como se não tivessem nenhuma importância.

Paulo disse: “Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um”. Ele foi bem claro ao mostrar que todo ensino, seja verdadeiro ou falso, um dia virá a tona e a sua veracidade ou falsidade será manifesta. Enquanto a verdade é duradoura e não passa e traz satisfação a quem a defende, o engano é passageiro e envergonha a quem o defende. Ninguém engana a muitos por muito tempo. Um dia alguém que recebeu o falso ensino responsabilizará o seu professor pelo conteúdo falsificado que recebeu. Esse professor se sentirá envergonhado e triste, e a culpa não poderá ser dividida com ninguém, pois a escolha entre ensinar o certo ou o errado foi dele. Ele mesmo edificou mal o seu ensino.

É responsabilidade de quem ensina trazer um conteúdo sólido aos seus alunos. O texto usa “ouro, prata, pedras preciosas” para denotar um ensino precioso e verdadeiro. E usa também “madeira, feno, palha” para denotar um ensino desprezível e sem fundamento sólido. O ouro, prata e pedras preciosas são materiais que não se deterioram e nem o tempo ou o fogo os destrói. Já a madeira é comida por cupins e tanto o feno ou a palha são facilmente destruídos pelo fogo. Esses são materiais perecíveis como o ensino insólido de quem não ensina a verdade.

Haverá um Dia em que todos prestarão contas de suas ações perante Deus. Se um homem comum já responderá por si e por seus atos, muito mais responsabilidade terá aqueles que foram incumbidos por Deus com a tarefa de ensinar. Para despertar os professores para essa responsabilidade, Paulo disse: “Pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará”. Quem sempre ensinou a verdade nunca temerá prestar contas de seus atos a Deus, pois a base de seu ensino sempre foi a Bíblia, que é única fonte de ensino dos verdadeiros cristãos.

Policarpo foi um homem que morreu por ser fiel. Aos setenta e oito anos de idade foi lhe dada uma oportunidade de negar sua fé. Ele resistiu até o final e mesmo enquanto as chamas queimavam o seu corpo ele cantava glórias ao Senhor que lhe garantira a salvação eterna. Nem as chamas o fizeram negar sua fé porque o conteúdo do ensino que recebeu foi sólido e verdadeiro. Mas se fosse o contrário, quando estivesse diante da morte ele negaria sua fé e escolheria continuar vivendo.

Professor ou pregador, o fogo provará o seu ensino. Na hora em que um membro de sua igreja ou um aluno da Escola Dominical estiver sendo provado ele se lembrará dos seus ensinamentos. Nessa hora é que se verá se o que você lhe ensinou lhe será útil ou não. O fogo provará a verdade.

Pelo que parece existem mais profetas hoje do que no tempo bíblico. Parece que Deus anda falando mais do que mulheres tagarelas. Todos os dias, em várias igrejas, pessoas (que se dizem profetas e profetizas) direcionam a palavra a alguém com alguma previsão do futuro. Só aparecem promessas de bênçãos e previsões óbvias. Esses profetas não diferem em nada das ciganas que lêem mãos e dos que fazem adivinhações usando cartas de tarô. Eles enganam e as pessoas são enganadas porque preferem crer na mentira que ouvem a que crer na verdade bíblica. O ensino bíblico está registrado, mas muitos, por causa da preguiça, nunca abrem sua Bíblia. Preferem acreditar nas palavras dos profetas atuais. Quando esses falham, culpam a Deus. Se é Deus quem falou, então ele terá de cumprir sua palavra! Esses nunca responsabilizam o profeta por sua profecia errada. Não percebem que o ensino deles é “madeira, feno e palha”.

Esse estudo tratou sobre os PROFESSORES ESPECIAIS. Esses professores não são homens ou mulheres que tem algo especial em si mesmos quando comparados com outras pessoas. O seu ensino e suas atitudes em relação ao evangelho é que os diferem dos demais. Professores Especiais são homens e mulheres fiéis a Deus que não se desviam da verdade, mas que continuam no caminho deixado por Jesus, sem buscar novidades perniciosas à igreja.

Vimos que existem maneiras de se identificar um Professor Especial. Professores especiais são aqueles que …

1. ENXERGAM O TRABALHO COMO UMA BÊNÇÃO. “Segunda a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor”. Ele não negocia a Palavra de Deus. É fiel ao fundamento deixado por Jesus por reconhecer que trabalhar para o Senhor é um privilégio.
2. ENSINAM SEMPRE A MESMA MATÉRIA. “E outro edifica sobre ele, porém cada um veja como edifica. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo”. Esses professores não correm atrás de novidades. Se apossam da verdade do evangelho, pois sabem que ao ensino de Jesus não se pode acrescentar ou tirar nada.

3. PRESTAM CONTAS AOS HOMENS E A DEUS. “Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um. Pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará”. O Professor Especial não se furta de dar explicações aos seus alunos da fonte de seu ensino. Ele mostra que a Palavra de Deus é quem lhe dá argumentos firmes para defender aquilo que sabe ser a verdade. Ele também sabe que o próprio Deus, que é Senhor da Igreja, vai pedir contas de suas ações, mas como defende somente a verdade, não precisa se envergonhar ou se esconder. Ele está sempre pronto a confirmar suas palavras, seja diante de Deus ou dos homens.

Seja um Professor Especial também. Faça o trabalho do Senhor por prazer. Não busque novidades. Aprenda o conteúdo do evangelho e repita-o sempre. Esteja pronto a prestar contas de seu trabalho, seja a Deus ou aos homens. Fazendo assim você também será reconhecido como Professor Especial.

2 comentários em “18 Professores especiais”

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